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sexta-feira, 23 de julho de 2021

Uma fé de aparências

Autoria: João Emiliano Martins Neto


Ontem, dia 22 de julho de 2021, Solenidade de Santa Maria Madalena, eu discutia, ou pelo menos tentei, discutir por escrito na área de comentários do blog Fratres in Unum, tentei, porque as pessoas que comandam tal blog censuraram, infelizmente, os meus comentários sobre a atual Carta Apostólica do Santo Padre Francisco em forma de Motu Proprio, a Traditionis Custodes, e algo que ficou claro ali para mim é que a fé do povo é uma fé de aparências.


Uma pessoa chegou ao cúmulo de citar para mim a autoridade de um homem mundano e alheio à Fé, o tal carnavalesco Joãozinho 30, vejam só vocês, para dizer que povo gosta de luxo e riqueza, é intelectual que gosta de simplicidade. Ora, a suposta autoridade do tal referido Joãozinho e a do povo no que essas pessoas tem de mais vulgar, conforme as suas paixões mais descartáveis e que substancialmente em nada fere o que torna um sacramento válido, é tal suposta autoridade evocada tornando o diálogo vulgar e banal.


Eu entendo que a Santa Missa Tridentina do Santo Padre São Pio V foi organicamente desenvolvida ao longo dos séculos e que o seu rito complicado, longo, mas também rico e cheio de simbolismo é algo precioso, é um patrimônio para nós católicos romanos de rito latino ou ocidental, é a nossa pátria. Mas, em que pese tudo isso, substancialmente o Novus Ordo Missae de 1970 do Papa São Paulo VI mantém o sacramento, em que pese ele acabar sendo até mesmo simplório, quiçá pobre e no limite mutilado em sua busca por simplicidade, contudo o sacramento está mantido em sua substância, porque em tal Novus Ordo há a intenção, forma e fórmula, matéria e ministro somado à um rito como de São Paulo VI que pode ser um diálogo fecundo com os protestantes por remeter a um banquete e mencionar o sacrificium laudes dos fiéis leigos, algo muito presente na teologia protestante mais clássica.


Apelar de tal forma demagógica ao que diz um reles carnavalesco como porta-voz do pobre povo ignorante e não guiá-lo como mestres e doutores da Fé que é a função do Papa e dos bispos do mundo inteiro em comunhão com o sucessor de São Pedro, segundo a pessoa que dialogou comigo na área de comentários do blog Fratres in Unum, um tal apelo é renunciar a função da elite que é, sem destruir o senso comum, mas apenas lapidá-lo e organizá-lo de forma mais racional, contudo, sobretudo, se trata-se da Igreja, iluminá-lo com a luz do Espírito Santo.


Como dito, substancialmente, a Santa Missa nova de São Paulo VI é um sacrifício, logo, o sacramento da Eucaristia ocorre ali para a remissão dos pecados pela mesma imolação, no caso da Santa Missa de forma incruenta, do Cordeiro de Deus, o Cristo Jesus, feita há mais de 2000 anos, e que, tudo bem, tal Santa Missa pode ser mais pobre e até simplória, mas, para além de uma fé de aparências, o povo pode atender a este mistério não como "mudos e estranhos espectadores" (Constituição sobre a Liturgia Sagrada "Sacrossantum Concilium", 3 de dezembro de 1963, n. 48) conforme ocorria na Santa Missa de São Pio V, a Vetus Ordo Missae, quando o padre mantinha-se inaudível e distante de costas para todos, ainda que efetivamente de frente para Deus, e mantinha a barreira da língua latina no culto.

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