A ralé que é elite

Autoria: João Emiliano Martins Neto

Segundo a minha experiência de vida nestes quase quarenta e três anos de vida, eu já pude notar que no Brasil a ralé é elite. Aqui no Brasil a ralé chega a ter tanta consciência de que é algo descartável que quando é bem tratada volta-se como porco que é e pisa nas pérolas que lhes são oferecidas e nessa volta despedaça quem ofereceu-lhe tais pérolas de um tratamento humano e deferente. 

Não sem reconhecer que são pérolas, de fato, o que lhe foram oferecidas, mas sabe como é, trata-se de animais imundos, porcos, este povão brasileiro, é ainda e sempre será a classe mais baixa, tendo profunda consciência de sua condição. Ao contrário da elite que é ralé, de fato, e isto nota-se pelo próprio clero católico romano pós-conciliar que no mundo todo e em especial aqui no Brasil, ontem mesmo um velho padre jesuíta confirmou-me isso, para tal clero parece que não leu o que escreveu São Judas Tadeu na Bíblia Sagrada que deixou escrito para a posteridade que a fé foi entregue de uma vez por todas aos santos, logo, não importa se pareça mudar a mera aparência do mundo à maneira kantiana, mas a fé que está cima da razão deve ter o obséquio da razão humana.

A ralé, os Zé Ninguém, no Brasil é muito saudável, ainda que possamos ver nas ruas brasileiras mulheres vestidas com vestes imodestas: shortinhos, calças jeans desonestas: coladas e minissaias, somadas a decotes indecorosos e homens comuns casados até fazendo sexo com outros homens nas caladas das noites, além de muita cachaça de pouca oração, diria o Santo Padre Francisco, mas aqui no Brasil ainda vê-se alguma coragem de denunciar-se o mal como a mulher que trabalhou na casa dos meus pais e teve a coragem de discriminar-me, ainda que muito mais por causa da minha miserável aparência homossexual, o homem vê somente a aparência, e ainda mais se o homem é da porca ralé, e ingrata não levando em conta que eu sempre a tivesse tratado muito bem, com muita humanidade.

 

Luiz Inácio Lula da Silva, membro da pura elite que é ralé que é uma condição incontornável da esquerda talvez no mundo todo, ele perdeu várias eleições, desde para governador do Estado de São Paulo no ano de 1982, até ser derrotado por três vezes, em 1989, 1994 e em 1998, provando que nem sempre trabalhador vota em trabalhador, porque a luta de classes marxista nem sempre sobrepuja o senso de hierarquia apurado do brasileiro, oriundo do cristianismo, e também a caridade cristã entre os homens constrói pontes entre as classes no lugar de muros. De fato, então, o povo brasileiro sabe o que é o bem, a verdade e o belo, a sabedoria e mesmo sendo ralé rejeita uma elite que é a verdadeira ralé desprezível e irrelevante.