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O que um filósofo estuda? | Olavo de Carvalho

Olavo de Carvalho   " Um filósofo não estuda autores e textos. Estuda problemas, estuda a realidade, estuda a existência e seus enigmas...

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quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Dá até pena

Autoria: João Emiliano Martins Neto


Ontem eu encomendei uma biografia excelente sobre o reformador revolucionário Martinho Lutero de autoria de um escritor francês, Frantz Funck-Bretano, em nova edição editada por uma editora ligada à Associação Cultural Montfort, é a editora a Flos Cameli. Eu já havia comprado esse livro anteriormente, mas a edição está tão antiga, é do ano de 1947, que o livro está se desfazendo.


Martinho Lutero foi uma revolução no cristianismo, ele incorporou a revolução que era para ser sempre o cristianismo, porque o que há de interessante na vida de gente boazinha e obediente beirando ao moralismo e até ao farisaísmo, aparentemente poderia-se dizer, dos santos e a vida temperada, apimentada, que realmente dividiu a História de medieval para moderna, com todos os problemas disso, de um Lutero que fez valer a graça ao dizer, por exemplo, que se o diabo te tentar com bebedeira, bebe mais um pouco em nome de Jesus? Graça é de graça, se pagamos para recebê-la foi-se a graça e segue-se que Deus tem uma dívida para com o homem e quem salva é Jesus Cristo que saibam todos os sóbrios e não a sua própria sobriedade beirando ao moralismo e ao farisaísmo.


Martinho Lutero já não sabia mais como agradar a Deus, mostra Funck-Brentano em seu livro, ele era extremamente penitente e servo sofredor, mas e como fica a revolução do cristianismo ou a verdadeira redescoberta do cristianismo do que seja a natureza humana que é sua insuficiência, o seu débito ontológico insanável, a sua ferida e chaga do pecado que lança o homem automaticamente ao pecado, reconhece São Paulo (Romanos, capítulo 7), logo, parece não haver liberdade para o homem, e o homem incapaz de aplacar a sua justa, santa e reta consciência a acusá-lo onde reina em seu trono Deus que inscreveu em sua consciência as sua leis?


A sabedoria da fé que não pressupõe o trabalho, a boa obra, reconheceu o próprio São Paulo em carta dele aos romanos (capítulo 4 e versículo 5) eu não teria dúvidas de dizer que é a grande sabedoria e revolução do cristianismo, porque a justiça tão buscada em seu verdadeiro sentido por um justo como o filósofo Sócrates, foi tal justiça convertida por Deus no evangelho, revelada no evangelho de fé em fé, ex fide in fidem, por fé em Jesus Cristo do princípio ao fim, disse São Paulo também aos romanos (capítulo 1 e versículo 17) e redescoberta por Lutero à luz de velas em seu humilde aposento, pois conclui São Paulo repetindo o profeta Hababuque, justus autem ex fide vivit, o justo viverá por fé.


Dá até pena não ser luterano, protestante, diante de uma vida tão luminosa e reveladora como a de Lutero. Uma vida com um testemunho tão marcante e de uma vida tão na raiz influenciada pelas ideias cristãs no que elas têm de contrário ao senso comum mais vulgar que converte o cristianismo em um neofarisaísmo orgulhoso, satânico de forma sutilíssima, de fazer-se boas obras. Mas, eu julgo mais prudente ser católico romano, pois que sabendo que, tudo bem, a justiça de Deus vem da fé, a fé é a raiz de nossa justificação, reconhece o Papa São Pio X, todavia, sem moralismo ou muito menos farisaísmo, as boas obras são o fruto de tal raiz a tornar o mundo no lugar de um deserto árido de ideias ou de uma terra arrasada pelo diabo fazendo guerra contra o homem, com as suas boas obras o homem torna o mundo em um pomar e antes com a presença dos santos em forma de flores a alegrar o jardim e lavoura do mundo.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Eu, um cripto-luterano?

Autoria: João Emiliano Martins Neto

 


Resumo: Fanáticos já disseram que eu sou um cripto-marxista outros podem pensar que eu sou um cripto-luterano ou cripto-protestante, mas que fique claro que eu sou alguém que busca o esclarecimento e no artigo abaixo eu procuro explicar isso melhor.


Seria eu um cripto-luterano, um luterano disfarçado de católico romano? Bom, meu caro leitor, um dos temas ao lado da questão política moderna relacionada à direita e à esquerda e suas disputas hoje tão polarizadas e fanatizadas no Brasil e no mundo, também ao lado da questão da homossexualidade que de longe é um dos assuntos que mais me aflige. Mas, a questão do luteranismo, isto é, a questão da justificação do homem se é somente pela fé (sola fide) ou se é por fé e obras que é tal questão o olho do furacão, princípio da Reforma Protestante do século XVI e é a sola fide, o artigo que mantém a igreja protestante de pé ou a faz cair. Poderia também a Reforma Protestante chamar-se de reforma luterana, iniciada por aquela figura ímpar que foi o Doutor Martinho Lutero, o qual eu costumo pensar que foi um homem que viveu o cristianismo mais do que teve o cristianismo como um adorno externo pessoal como quem usa um cordão ou um broche em forma de cruz, mas sem atinar para o fato que a cruz é o símbolo de um instrumento antigo de tortura e morte onde o Cristo pagou pelos pecados dos homens e os salvou ou sem atentar que ser simplesmente obediente como signo do que se seja ser cristão em nada difere da conduta simplesmente obediente dos pagãos ou dos judeus ou dos muçulmanos e ai deles se não o forem obedientes, sobretudo os muçulmanos, visto que as divindades pagãs e o judaísmo, muito menos no Islã, não salvam ou não justificam ninguém, não quitam o karma, diriam os orientais, por ninguém, contudo querem apenas serviçais tais divindades e no judaísmo mal compreendido que resulta em judeus que até hoje não aceitam o Cristo como o Messias predito desde Moisés, na Lei, nos escritos dos salmos e pelos profetas. Mas, é a questão luterana algo que toca-me profundamente, porque eu percebo que com o luteranismo, com Lutero fica esclarecido quem o Cristo Jesus é, de fato. Quem Ele é? O Cristo é o Salvador. O Cristo como manifestação gloriosa da graça de Deus é algo que é graça, realmente, e se é graça, é de graça não podendo o homem merecer algo com a graça que é o que ensina a Igreja Católica sem a menor sombra de dúvida em suas decisões conciliares desde Trento e no Catecismo atual de 1992.



É algo que toca-me, é algo que mexe comigo a questão da justificação, porque é fato o que disse São Paulo em Romanos 4, 5 que escreveu que aquele que não trabalha, mas confia em quem justifica o ímpio que essa sua confiança lhe é levada em conta de justiça. Ora, não trabalhar é não trabalhar, não pode ser outra coisa, enquanto a Igreja Católica prega e espera outra coisa que é um tipo de graça estranha em que as boas obras são o preço para adquirir-se mais graça, como pode algo assim? Outro trecho bíblico que impressiona-me não sem antes ter impressionado e esclarecido o excelentíssimo e inspirador Martinho Lutero em seu gabinete humilde e à luz de velas é a perícope de Romanos 1, 17, onde está escrito que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, porque é como está escrito, o justo viverá da fé. Ora, nada é mais evidente do que a necessidade absoluta e evidentemente exclusiva da fé para a justiça e salvação, e nisso de exclusividade da fé reconhece literalmente uma edição católica romana da Bíblia Sagrada, a da editora Paulus.


As perícopes escriturísticas, sobretudo em São Paulo, são diversas em que a justificação somente pela fé, sola fide, é reconhecível, parece que São Paulo foi o primeiro cristão e Martinho Lutero o segundo. Eu pessoalmente acho que o que distingue o cristianismo de outras religiões, éticas e visões sobre o homem, antropologias, é a questão da justificação onde com a força do que é evidente: legalmente, juridicamente, é algo forense por tratar-se de justiça, a justiça do Cristo é imputada ao homem, diz patentemente o Apóstolo na carta aos Romanos. É o que eu acho, é o que eu vejo. Tal qual Galileu Galilei eu posso estar diante de uma terra que se move sendo eu condenado não pela Santa Igreja Católica de hoje que é doce, compreensiva, humanística, ecumênica e esclarecida, mas por um Brasil e um mundo de fascistas e nazistas fanáticos religiosos ou políticos que internautas alucinados querem aprisionar o pensamento, o mover-se à maneira pela qual uma Igreja Católica fascista do passado prendia o movimento óbvio da terra, querem prender o movimento do cérebro, o movimento da alma e do homem rumo a um inevitável olhar o mundo sob um novo ângulo que sempre esteve aí, todavia que não era visto pelos homens de outrora e mesmo os assuntos eternos da religião ainda passam pelo pobre olhar, as vezes distraído do homem que a interpreta, a interpreta ainda que na luz bruxuleante de velas.


Então, caro leitor, finalizando, se eu sou um cripto-luterano? Talvez, mas se eu sou isso é em nome da inteligência, é em nome da verdade e em nome do conhecimento sobre o mundo, sobre Deus, e o homem que o cristianismo vem ser a luz divina para tal.

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