Autoria: João Emiliano Martins Neto
Já que vivemos na era da obsessão política em relação a tudo, a politização de tudo, no Brasil e no mundo ocidental atual sob o transe da ascensão das direitas. Obsessão política que a esquerda que é normalmente ateia, materialista e niilista, logo, teria um compromisso com o poder neste mundo quase que ao ponto do desespero: ou o poder ou nada, todavia, a esquerda nunca conseguira antes tal obsessão, talvez por não ter as redes sociais em mãos quando governaram o Brasil e o mundo no passado. Aqui no Brasil a obsessão política é dada à polarização que está ocorrendo nestas eleições 2022 entre Luiz Inácio Lula da Silva contra Jair Messias Bolsonaro, então, verei aqui se neste mais um artigo postagem minha sobre política, agora sobre a relação entre direita e esquerda e o crime, se algo de interessante sai disso tudo. Se sai alguma sabedoria ou quintessência política. Eu acredito que seja possível algo de bom sair da política dado que dizia o Filósofo (Aristóteles) que o homem é um animal político, zoon politikon, o homem é um animal próprio para viver em convívio com os seus semelhantes.
A relação de direita e esquerda com o crime é que a direita teria uma relação direta de crime e castigo. Ser de direita é ser direto como as ruas direitas das cidades antigas, é ir direto ao ponto ou nem sempre, dado que nas avançadíssimas democracias liberais modernas direita e esquerda uma as vezes tem razão, outras vezes é a outra que tem razão. É uma relação as vezes dura e incompreensiva a da direita em relação ao crime, cega aos casos concretos em que vive cada pessoa chamada de elemento ou delinquente, claro que na aparência ele surge causando espanto como pessoas más, capazes do mal em si e o social chamado crime, a transgressão desde que seja a transgressão de leis justas. Nem menciono aqui a questão da esquerda com relação ao socialismo e comunismo que colocaria o bandido como uma vítima do sistema econômico dito opressor capitalista e que o bandido colaboraria na visão da esquerda para a derrubada de tal sistema. Minha abordagem, até por eu estar longe de ser um perito em marxismo, aqui é mais sapiencial e humanística em relação à direita e esquerda e o crime. Há gente capaz de até roubar para dar comida ao filho faminto ou se for, por exemplo, um funcionário público, um assessor de um político ou mesmo um político que tenha desviado dinheiro para comprar, por exemplo, uma casa para si ou para a mãe, porque tal pessoa não tinha nada, não tinha casa própria. Para o punitivismo de direita é caso de polícia, é cadeia. Eu mesmo que sou homossexual, sou da comunidade LGBT, eu já pratiquei o crime de atos libidinosos em uma praça de minha cidade de Belém do Pará, capital do Estado do Pará, ali na Praça da República que é um ponto de encontro LGBT desta capital. Pratiquei tal crime na calada da noite, não tinha ninguém ali. Já fugi da perseguição de guardas municipais que estavam cumprindo o seu justo dever. Nós, gays, e demais LGBT, sem querer fazer-me de vítima, somos discriminados, somos como que o lixo da sociedade. Meus pais são conservadores, em especial o meu pai que uma vez, paranoico da direita delirante, achou que eu fosse levar algum homem na casa dele talvez na presença dele. Eu já o fiz isso escondido deles, quando em algumas vezes eles viajaram para um balneário daqui do Pará, Salinópolis. Uma irmã minha que é lésbica é que já trouxe semi-ostensivamente uma amante dela - semi-ostesivamente eu escrevo aqui, porque talvez ela nunca tenha dito ser amante dela a mulher que conversava alegremente com meus familiares. As duas brigaram aqui em casa, uma briga feia. Em outra ocasião minha irmã chegou ferida de arranhões no rosto talvez por causa dessa mulher, minha irmã disse ter sido ferida pelo cachorro, no entanto, cães arranham? A circunstância concreta de cada de um nós, o caso concreto de nós, LGBTs, alijados do convívio em família com nossos parceiros, pode algumas ou muitas vezes moldar quem somos. Era o filósofo José Ortega y Gasset que dizia que ele era ele e as circunstâncias dele. A gente pode acabar no crime, podemos acabar gente definida como bandidos e criminosos. Para a direita é o caso de irmos direto para a cadeia quando tal força política acaba julgando pelos atos em si que podem ser apenas uma casca.
A esquerda é mais a favor dos direitos humanos, segura um pouco o ímpeto vingador do Estado de que fala o Apóstolo São Paulo aos romanos (Romanos 13, 3-5), querendo a esquerda ressocializar o detento. Dá-lhe audiências de custódia em que o preso é perguntado se está sendo bem tratado no espaço prisional, se não houve - não raro - torturas contra ele e agressão por parte dos agentes policiais e prisionais do Estado. As leis são mais brandas: não há uma pena de morte ou prisão perpétua. Há o indulto de Natal e até o indulto de dia dos pais e mães para presos que simplesmente mataram seus pai e mãe. Há a progressão da pena dos detentos por parte da esquerda para que por bom comportamento eles possam diminuir as suas penas devidas. Há por parte da esquerda aqui no Brasil em relação ao crime o que a direita chama de "bolsa-bandido" que é um salário para a família que perderia o seu arrimo com a prisão de seu familiar. A esquerda não permitiu mais a subida ao morro da polícia do Estado do Rio de Janeiro, pelo menos no tempo da ascensão ao Palácio Guanabara de Leonel Brizola, nos idos dos anos 1980, fundador do meu partido político que é o mesmo do excelente Ciro Gomes, o Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Direita e esquerda e o crime, sem levar aqui em conta questões das ideias marxistas, é uma relação de, da parte da direita punição direta contra atos de transgressão às leis do status quo, a defesa do status quo é algo que muito caracteriza a direita. Da parte da esquerda, vendo a esquerda com bons olhos sem os prejuízos marxistas, é uma relação mais humanística, compreensiva e mesmo mais cristã diante do que leva o homem ao mal, ao que é considerado crime.