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O que um filósofo estuda? | Olavo de Carvalho

Olavo de Carvalho   " Um filósofo não estuda autores e textos. Estuda problemas, estuda a realidade, estuda a existência e seus enigmas...

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terça-feira, 2 de março de 2021

Os problemas do mundo

Autoria: João Emiliano Martins Neto


Na parte oeste do mundo, a parte mais interessante e criativa do mundo, o que se tornou um grave problema do mundo, mas necessário, aqui no ocidente, o problema é que o eu ergueu-se. O homem que não mais quis ser como uma mera peça de uma engrenagem ergueu-se duvidando de tudo, acerca da existência de tudo, e encontrou-se em si mesmo, enquanto dubitante, encontrou algo de certeza, a certeza de que existe, porque pensa, porque move-se ao encontro do entendimento via a dúvida. Bom, isso já é o caráter do homem livre e consciente, crítico e cético bem formulado por René Descartes no século XVII, mas já presente em Sócrates, apesar dele ter cedido a sua consciência individual como parte da engrenagem que era a pólis ateniense. Séculos mais tarde e influenciado pelo judaísmo liberal e reformado que é o cristianismo, onde a relação da consciência individual, do eu, com a consciência suprema divina dá-se intimamente na fé e não por meio de instituições de pedra e leis também gravadas em pedra, e com o cristianismo já bem estabelecido e amadurecido no mundo o eu emergira no que poderia-se dizer que é o princípio do novo tempo em que logo antes de Descartes o grave problema do mundo que é o homem e sua dignidade, tal homem livre e consciente, crítico e cético emergiu de uma vez por todas em Martinho Lutero, o líder da Reforma Protestante do século XVI. Lutero questionou não sem grande conflito, eis uma prova do problema do mundo que é o homem consciente, a autoridade da Igreja Católica, a que é considerada a Igreja do próprio Deus Jesus Cristo, instituída por ele. Lutero questionou e em seu projeto reformista quis uma mudança, segundo o seu gênio e criatividade movido outrossim por uma tal instituição corroída pela corrupção de almas vendidas por cargos eclesiásticos e vendidas aos poderes deste mundo que esmagavam o povo, o qual somente com um Thomas Müntzer, o teólogo revolucionário, encontrou eco de seu sofrimento e lágrimas que explodiram nos mil anos de lusco-fusco medieval religioso em graves jacqueries, as revoltas camponesas. Contudo, apesar do pensamento burguês, porque alinhado com os poderes deste mundo que livraram Lutero da fogueira, de que forma em Lutero não duvidar do poderio de uma instituição eclesiástica como a Igreja Católica ainda muito parecida com a institucionalidade ou engrenagem judaica e imperial do mundo como um todo antes da emergência do eu? Como não duvidar mesmo que da própria Igreja de Cristo e com tanta poeira antiga imperial, fazendo a si próprio, o homem só consciente, nos novos tempos de emergência de uma consciência crítica, inteligente e cética, o seu eu a única instituição firme, legítima, porque pelo menos é livre para pensar?


O homem livre, crítico e cético do século XVI aos nossos dias seguiu a sua marcha passando, sendo problema do mundo e problematizando o mundo tal qual antes eu dizia de Sócrates que fora acusado de impiedade, de que não cultuava os deuses do Estado. O problema da emergência do eu causou guerras de religiões todas elas causadas pela outrora engrenagem hegemônica que era a Igreja Católica, alcançou-se a Paz de Westfália que sacramentou a liberdade de consciência religiosa contra a hipocrisia dos fanáticos que queriam impor catolicismo ou protestantismo ao homem que reflete. Em seguida tal homem livre que reflete passou por cima de reis cortando-lhes as cabeças na Revolução Francesa de 1789 e até o começo do século XX destronou os últimos reis que restavam com suas tiranias, porque monarquias são tentadas à tirania se o rei não for bom não sendo possível como nas repúblicas a alternância de poder depois de uns poucos anos ou a saída através de um processo de impeachment. Ainda no começo do século XX depois de séculos em que as classes militantes operárias que sempre viveram esmagadas sob as botas dos poderosos finalmente chegaram ao poder na Revolução Russa de 1917, assim conforme o intuito de Karl Marx, o pai do socialismo científico, tornar a democracia liberal que é meramente formal em democracia social e participativa com os trabalhadores podendo administrar a riqueza que produzem com suor e trabalho duro tendo em sua utopia comunista de cada um conforme a sua capacidade e dando a cada um conforme a sua necessidade.


O projeto soviético bolchevique da Revolução Russa pode até ter chegado ao fim no ano de 1991, após em 1989 o Muro de Berlim ter ruído, somadas às mentiras contadas por nazistas e pela burguesia mundial ao longo de décadas e até hoje contra a União Soviética, contudo, o sonho de uma sociedade solidária que vemos na própria proposta de sociedade cristã que é um comunismo cristão em Atos dos Apóstolos 2, 44, 45; 4, 32-37 marcou fortemente o mundo com Cuba socialista concedendo um dos melhores tratamentos em saúde do mundo, erradicando na ilha caribenha o analfabetismo e na própria Venezuela autoritária de hoje um Hugo Chávez ter preferido tratar-se em seu país do câncer que o levou à morte. Condições justas em uma sociedade solidária é materialismo? Então chamem os santos apóstolos e os primeiros cristãos de materialistas, porque muito mais materialistas pelo egoísmo, autoritarismo e solidão crassa são os capitalistas da ganância por acumulação do capital e lucro que hoje no governo de um genocida como Jair Messias Bolsonaro obriga o povo brasileiro a trabalhar em plena pandemia do novo coronavírus tendo por efeito colateral a morte por asfixia de mais de 250 mil brasileiros.


Dizem que a esquerda e os socialistas comunistas querem dissolver em um maquinário coletivista o indivíduo, o tal gerador de problemas do mundo, o homem com o seu eu, mas e se tal eu encontrou na esquerda a consciência de si em outros eus livres, céticos, conscientes e pensantes, no Partido, uma confraria de seres inteligentes? Eu acho que foi isso o que ocorreu. Por que? Porque a esquerda é a vanguarda do novo e da mudança, é a profetisa do futuro, é o instrumento político da modernidade do eu que vem romper com o que é mera tradição ou o que é recebido do passado de forma acrítica.


Hoje a revolução, a dor de cabeça ou problema necessária do mundo, é a emergência do eu consciente e crítico em relação aos dos costumes e ao corpo, é a revolução de gênero tendo por proto revolução atual a revolução homossexual. Os problemas do mundo gerado pelo eu, pelo homem consciente de sua dignidade não quer ser por último a peça da engrenagem que lhes pretende moldar o corpo, a identidade e o afeto, enfim, o amor e só ama quem é livre. Não estou querendo dizer com isso que o desafio à ordem natural e biológica outorgada por gays e transgêneros seja algo sensato, todavia, se a questão deste meu artigo é destacar a necessidade de um problema do mundo na pessoa do homem com o seu eu consciente, gays e transgêneros põem em marcha brilhantemente o pensamento, a inteligência, a crítica e a consciência contra toda hipocrisia e casmurrice de pessoas que se não pecam muitas vezes como os gays e transgêneros, porém, os mais fanáticos e hipócritas de vez em quando relacionam-se sexualmente com eles nas caladas das noites, ou pelo menos pagam prostitutas fingindo-se de dia de propugnadores da castidade e da pureza.


Os problemas do mundo são gerados pelo homem, porque o homem é um ser potencialmente inteligente e deve buscar a consciência de si e a consciência do mundo que em si mesmo, nas massas de gente: os povos, não os coletivos conscientes dos partidos de esquerda, e nem muito menos nos seres inferiores não tem consciência nenhuma. O mundo é o mundo dos homens despertos.

sexta-feira, 17 de março de 2017

DA TRETA AO DIÁLOGO

Eu, também, tal qual a Ana Roxo, deste vídeo, sou estudante universitário de Filosofia. Amo Filosofia, é o trabalho com conceitos e definições, temos sempre o DNA, de nosso pai, Sócrates, e mais remotamente os pré-socráticos, sempre seguindo o perene método platônico para sermos, como filósofos, mestres da suspeita, vencendo o que é aparente rumo ao inteligível, sendo curiosos e dubitativos, diante do que é comum no mundo.

 

PAREM DE TER GURUS

Um filósofo, dentro de minha área de atuação a Filosofia. Um filósofo não pode ter gurus, ainda mais segundo o conceito clássico, indiano, de guru, sendo o oriente tão avesso ao oriente indiano, no compromisso clássico ocidental com a razão natural, com a ciência, tão típico do ocidente aonde nasceu a Filosofia. Claro, pessoas podem inspirar-nos, mas um filosofante, como diria o Beato João Duns Scot, ele chamava o filósofo de filosofante, então, um filosofante, precisa preparar-se para que o seu guru seja destronado, caia, perca a credibilidade, a não ser que seja um guru indiano hindu ou cristão, seja Jesus Cristo, o papa ou São Paulo Apóstolo ou Moisés cujos escritos e idéias não são dele, são inspirados infalivelmente por Deus, ou pelos deuses, são do domínio da fé, acima da pobre e pecaminosa humana razão. Intelectual tem que ser indigesto para ser bom, concordo. 


Intelectual, sobretudo o mais excelso de todos, o filósofo, que caminha rumo aos arcanos e arquétipos da metafísica é aquele que questiona com profundidade rumo aos fundamentos, ou seja, rumo às raízes, o filosofante deve ser indigesto, deve ser a "mosca de Atenas", como Sócrates era chamado.

 

domingo, 9 de outubro de 2016

De repente Sócrates


Pode o filósofo acabar morto pela reflexão que o mundo não quer, pois quer somente a não reflexão e o dogmatismo. Se o filósofo chegar ao extremo insano de ser assassinado por propiciar a simples reflexão, o pensamento amanhecer nas trevas comuns à caverna platônica tenebrosa que é o mundo, de repente, então, a história de Sócrates reproduzir-se-á novamente no mundo como aconteceu como Platão vendido como escravo pelo tirano terrível, Dionísio II, de Siracusa ou Aristóteles que precisou exilar-se da cidade-estado de Atenas, quando o partido anti-macedônico tomou o poder na excelente pólis grega

quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Perseverança e estilo

Importa escrever e escrever, sempre, um dia conhecerão a gente, lerão nosso blog, nosso site ou nossos livros, como aconteceu com o Friedrich Nietzsche, se não for na Alemanha dele ou no nosso Brasil, alguém em um algum país do mundo saberá que a gente existe e estará tudo feito no melhor registro que é o bom e velho registro escrito.

É uma pena que eu não sou o tipo da mente construtora e sistemática, não sou desse tipo, para mim algo precisa acontecer para que eu me manifeste, sou crítico e reativo.

Eu sou no estilo como o filósofo Friedrich Nietzsche, por isso também o admiro tanto, porque ele expressava-se como eu o faço, também, através de aforismos e sentenças.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Brasilíada (poema épico de quem for herói mesmo que brasileiro)

Mentira, anestesia
Macumba todo dia
Sento-me à uma praça
Olhos e mente
Social-democrática pecaminosa esquizofrenia
Espinheiros
Gracejos

Todo dia...
Todo dia...
No carro e no ônibus
Social-democrática pecaminosa esquizofrenia
Atenção aos quatro ventos
Confusão
Carnavalesca sensação
Vai o brasilíada
Entre gregos, baianos
Carioca baleada
Outrora não fugia à luta a gauchada
Pagode e axé
Xiri relampeando
Entre dois pensamentos
Coxeando
Nada de fé
Todo ano
De fato baiano
Tocando.

Vai o remanescente grego brasilíada
De fé em fé
Vero grego
Individual vera carregada cruz
- Sei em Quem tenho crido!
Sofrido...
Na social-democrática pecaminosa esquizofrenia
Anestesia
Brasil il il il.


JOÃO EMILIANO MARTINS NETO

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Pregador de Aplicação Pessoal

Desprezador
Acusador
Nervosão
Malucão!
Não é irmão, não!



Inimigo do Deus de amor cristão
Apenas um pavão
Fecha o Céu p'ra um vero irmão...


JOÃO EMILIANO MARTINS NETO

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