Pesquisar este blog

Postagem em destaque

O que um filósofo estuda? | Olavo de Carvalho

Olavo de Carvalho   " Um filósofo não estuda autores e textos. Estuda problemas, estuda a realidade, estuda a existência e seus enigmas...

domingo, 11 de julho de 2021

Igreja, Estado e o indivíduo e o capitalismo

Autoria: João Emiliano Martins Neto


O indivíduo reina hoje absolutamente no sólio de seu trono revolucionário. Emancipado da Igreja Católica Romana, isto é, livre das amarras de Deus, resta ao indivíduo quando não a solidão em uma multidão nos coletivos, partidos e sindicatos à esquerda, sem o rei que seria Deus e o Papa, mas somente com a sua grei autossuficiente de sua classe social trabalhadora e seguindo a sua própria lei, o indivíduo encontra-se só também à direita de forma aí absoluta, atomizado, ou segundo o protestantismo com a sua Bíblia Sagrada na mão a interpretá-la livremente à luz de uma lanterna ou em conjunto com outros em alguma seita protestante átomo solto, individualista e desconexa brigando com outras seitas protestantes. Ou resta ao indivíduo só, o capitalismo, com o seu dinheiro no bolso ou melhor dizendo, no banco, que rende a ele juros ou em outra forma de aplicação financeira mais rentável.


À esquerda e à direita o indivíduo, autor subjetivo de sua história e destino reina só, ele é sua grei, rei e lei. A sua opinião a sós ou nos coletivos de esquerda reina absoluta aplicando à sociedade o seu controle social ao arrepio do que para ele é, como dizia de forma blasfema Ciro Gomes, a ilusão da moral católica. E como também de forma mais sutil, mas da mesma forma blasfema os protestantes, primeira geração de homens modernos ou a primeira geração da revolução do indivíduo, querem os protestantes respeito à suas crenças e que se dane a religião revelada por Deus que é a Igreja Católica, o que importa para os protestantes é equiparar o erro à verdade, o erro protestante à verdade católica, os liberais não diriam melhor na busca por tolerância e no limite direitos ao erro.


Enquanto isso a realidade, a verdade, o mundo como ele é em sua verdade insiste em desmentir o jogo revolucionário do indivíduo e assim alguém acaba velho e doente ou velho ou doente e precisa do seu próximo e na modernidade resta a quem acudir o átomo humano doente ou velho? Pode restar o ingresso em alguma seita protestante que o acolherá para conseguir-lhe clientela para o seu negócio privado ou restar-lhe-á a esquerda com o seu Estado assistencialista e previdenciário. Os primeiros homens modernos protestantes e os liberais protestam, não reconhecem a esquerda como parte da família, como tendo o mesmo DNA. 

 

Olavo de Carvalho que é um liberal ataca os esquerdistas como "comunistas" com uma inveja diabólica disfarça com objetivos humanitários, palavras que ele escreveu hoje mesmo em uma rede social daqui do Brasil onde ele está tratando a sua saúde no Sistema Único de Saúde (SUS) "comunista" e "cem por cento socialista", segundo ele. Na revolução do indivíduo e tal qual em qualquer revolução os seus filhos são devorados, Carvalho devora os esquerdistas querendo emancipar-se como liberal que é dos coletivos, partidos e sindicatos de esquerda, os quais perdida a dimensão do Papa e do clero divino ninguém ali tem verdadeira autoridade que legitimamente vem do Céu, assim como nas seitas evangélicas que há aos montes no mundo por tal diversidade a ideia de verdade e por isso aí também de autoridade perdeu-se, protestante adora devorar outro protestante.


A realidade expulsa pela porta, retorna pela janela e o Estado que é o corpo cuja alma é a Igreja Santa Católica, especificamente nas monarquias, ampara o indivíduo em necessidade quando o capitalismo nada pode fazer pelos débeis que não propiciam a acumulação do capital, definição de capitalismo. Carvalho é a prova disso que o indivíduo nada é sem sua grei, lei e rei, nem que tal grei seja apenas a dos homens unidos simplesmente por serem homens em uma fraternidade, conforme quer a Maçonaria e seus revolucionários, a sua lei sendo as leis escritas dos homens e o seu rei cuja escolha democrática dele que seja um rei menos apegado ao dinheiro, mas a princípios ainda que longinquamente inspirados nos reis católicos romanos de outrora, que tinham compaixão dos mais fracos, doentes e velhos.

Nenhum comentário:

Highlights

Outros sites relevantes