Autoria: João Emiliano Martins Neto
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Cartaz provocativo do Festival de Jazz do Capão deste ano de 2021 |
Fiquei hoje sabendo, dia 14 de julho de 2021, festa de São Camilo de Lélis, no site G1 que a Funarte (Fundação Nacional de Artes) recusou financiar com a Lei Rouanet o Festival de Jazz do Capão, evento realizado desde o ano de 2010 na Chapada da Diamantina (Estado da Bahia) com um parecer que menciona Deus, para horror de artistas poucos afeitos à Religião, porque muito mais ligados à mera aparência que tende a ser aquilo que se refere à Arte, à estética.
O parecer menciona a autoridade de Johann Sebastian Bach e o canto gregoriano como autoridades para dizer que a Música, "por inspiração no canto gregoriano, a Música pode ser vista como uma Arte Divina, onde as vozes em união se direcionam à Deus”. Também citou que “A Arte é tão singular que pode ser associada ao Criador”.
"O objetivo e a finalidade maior de toda música não deveria ser nenhum outro além da glória de Deus e a renovação da alma." (Johann Sebastian Bach 1685-1750)
O secretário especial de Cultura Mario Frías escreveu em uma rede social que: “Enquanto eu for Secretário Especial da Cultura ela será resgatada desse sequestro político/ideológico."
Um pareceirista independente disse que o tal festival foi rejeitado, porque havia um "desvio de objeto" para o festival deste ano cujo cartaz diz que é um "Festival Antifascista e pela Democracia." Ou seja, a questão dos promotores do evento é realmente política e ideológica e não artística, conforme alegou Frías.
Há traços, feições, de fascismo e anti-democracia tanto na direita de Jair Messias Bolsonaro quanto na esquerda, por exemplo, no apego à direita à ideia de hierarquia cuja tentação para o fascismo tende a colocar homens como não mais, em conformidade com a vontade expressa de Jesus Cristo, como irmãos tendo a Deus por Pai e a Jesus Cristo como Mestre únicos. Há feições, traços de fascismo e anti-democracia na própria esquerda em seus coletivos, sindicatos e organizações partidárias estanques e impenetráveis com seus líderes, caciques temíveis e idolatrados, tirânicos tal qual qualquer fascista e há o apelo à autoridade das massas, tanto quanto o fascismo é um movimento de massas, o fascio.
Uma tal recusa da Funarte para não financiar o Festival de Jazz do Capão no Estado da Bahia é uma forma de apelando para Deus, aquela instância que reina no santuário da mais alta intimidade humana que é a sua consciência, pois Deus é a própria verdade e sabedoria, assim apelando para Deus, a Funarte sob o comando auspicioso da direita com Mario Frías em um só golpe questiona a tentação à superficialidade de toda Arte, segundo o meu entendimento do assunto, e ao mesmo tempo indo além de tais aparências, a Funarte vai além das aparências do jogo político brasileiro e moderno, como um todo, que é o de apenas xingar o outro, o oponente, ora de fascista e ora de comunista sem uma descrição exata da coisa, da situação política em questão.
Este ano o Festival de Jazz do Capão será financiado pelo escritor Paulo Coelho. Que ele faça isso mesmo, porque um povo decente, lúcido e sábio, conservador como o brasileiro financiar xingamento político, besteirol de esquerda, é que não dá.
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