Autoria: João Emiliano Martins Neto
Desde o século XIV a estrada do esclarecimento filosófico tornou-se bloqueada. O conhecimento do universal que é o último na escala do saber tornou-se interditado no crepúsculo da grande noite em que vive o mundo que é a modernidade que teve como crepúsculo, início das trevas, a opção que foi feita pelos filósofos ou teólogos e intelectuais da época pela chamada via moderna, isto é, o que seja o universal, gêneros e espécies, tornou-se incognoscível.
A obtusidade, a incapacidade de abstração, de generalização, que é o próprio do exercício filosófico, metafísico, reflexivo, tomou conta da Europa no final da Idade Média. Um Padre apóstata, amigo dos prazeres e escravo das paixões como Leonardo Lucian Dall Osto querendo impor um historicismo na Sagrada Teologia por meio da opção dele pela nouvelle théologie, isto é, tornou-se comum no ocidente a partir do século XIV. Houve o fracasso de um filósofo ou no caso do padre: um teólogo, que é superior ao filósofo, ao assumir-se um mero historiador, vendo em tudo fatos desconexos ao longo do tempo sem daí discernir a coisa em si, a sabedoria excelsa do que seja a natureza humana como a parte mais nobre e reveladora do que seja a verdade acerca do mundo, o conhecimento do homem que somente está abaixo do conhecimento da natureza dos anjos.
A noite moderna foi avançando e no século XVII com René Descartes, o próprio pai da filosofia moderna, em nome do pensamento e a reboque do pensamento o mundo perdeu consistência existencial para somente existir, porque o homem o pensou em um delírio evidente de onipotência. No século seguinte a Descartes, finalmente, com Immanuel Kant, as trevas modernas estabilizaram-se e influenciaram os dois séculos seguintes depois da morte de Kant no ano de 1804 com a ideia de Kant da incognoscibilidade da coisa em si. O sujeito humano tornou-se absoluto sem enviar quaisquer sinais sobre si mesmo, para tanto o sujeito deve ser tomado em algum momento como objeto, para que ele possa saber-se sujeito cognoscente e organizador (tirano) da bagunça que seria o mundo, ou seja, eis aí de Kant uma profunda contradição.
A estrada do saber permanece interditada, em termos modernos ou contemporâneos, pela onipresença no mundo de uma cidade grande onde acotovelam-se em tumulto e em uma solidão incurável, em suma o império da opinião pensante ou sub pensante individual naturalmente irrelevante por si mesma, na prática por meio de uma poeira atomizada de seitas evangélicas lideradas por charlatães corifeus no mínimo acusados de serem bandidos comuns; mulheres revoltadas com o fogão, os filhos e o tanque; negros racistas; pobretões ferrados na vida invejosos, cobiçosos indo contra o décimo mandamento da lei de Deus diante de uma classe média e rica que tem mais posses do que eles; supostos transexuais psicóticos que acham que nasceram no corpo errado e outros malucos.
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