Autoria: João Emiliano Martins Neto
Eu estava conversando com um sujeito nas últimas semanas, um funcionário de uma garagem do meu condomínio, tentando convertê-lo para o catolicismo romano e o sujeito finalmente disse-me que não é "doutrinado" por ninguém, nem por pastor, nem por ninguém. No entanto, a doutrina dele é inteiramente a doutrina protestante da sola Scriptura, onde somente a Bíblia Sagrada é, para usar um termo bem abstrato ou filosófico, a verdade sobre o mundo ou para usar um termo cristão, é a autoridade máxima em fé e doutrina para os protestantes, para a igreja protestante.
Ou seja, o cara inconscientemente: achando-se muito senhor do próprio nariz, livre, mas segue a doutrina invisível para os idiotas como ele moderna máxima em que a autoridade sobre o que seja a verdade do mundo, usando novamente um termo filosófico, é na verdade ele mesmo capaz de aplicar o próprio pensamento individual, atomizado, fragmentado e relativista a algo como a Bíblia e na medida em que a modernidade avançou até os nossos dias, tal indivíduo está livre da Bíblia que já não é para os protestantes mais avançados atuais que são os liberais senão um best-seller, um livro famoso qualquer escrito por meros homens.
Em seguida o idiota repetiu para mim a cantilena enfadonha protestante que é o pessimismo antropológico extremado de achar que tudo o que parte dos homens é ruim, filosoficamente dir-se-ia, a negação da analogia do ente bem presente na carta de São Paulo aos romanos, capítulo 1 e versículo 20. Contudo, a própria Bíblia de Gênesis até o fim diz que o homem é algo que Deus criou, junto com toda a criação, e que são coisas boas e muito boas. A sombra de São Pedro curava, os lenços que São Paulo usava para limpar a boca curavam. Jesus Cristo mesmo é Deus feito homem, então, onde que o homem é algo de tão depreciado? Loucuras protestantes para séculos mais tarde ser dito por Immanuel Kant de que o homem não pode conhecer a coisa em si, a verdade, a essência das coisas, tudo isso sob um manto de piedade.
O Brasil sempre foi um território com uma massa de gente ignorante em peso, mas agora a ignorância chegou a um ponto que ignora-se a ignorância, pois em um Brasil finalmente ingressando na modernidade ao tornar-se em massa protestante vai passar a ignorar a própria ignorância da maneira mais radical, porque a modernidade é inteiramente a ingratidão e a cegueira do homem que querendo emancipar-se, livrar-se de ser católico romano com isso duvida do mundo, duvida de pastores e mestres, duvida do Papa e inclusive duvida da autoridade de seus próprios pastores protestantes, os quais nem mesmo reclamam para si alguma autoridade, por fim, descrê da autoridade divina da própria Bíblia Sagrada, e acaba em um mundo cujo senhor é o indivíduo atomizado, fragmentado, em seu subjetivismo, absolutamente só sendo para si mesmo a sua grei, a sua lei e o seu rei.
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