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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2022

Uma cronologia do nazismo no Brasil

Autoria: João Emiliano Martins Neto


O Partido Nazista no Brasil foi criado no dia 1° de julho de 1928 em Benedito Timbó, Estado de Santa Catarina, cinco anos antes de Adolf Hitler tornar-se chanceler na Alemanha, em 1933. O Landesgruppe Brasilien (grupo do Brasil) foi o primeiro a ser reconhecido pelas lideranças do partido em Munique.


Em 1938, em meio ao Estado Novo de Getúlio Vargas, houve a proibição de agremiações políticas e o Partido Nazista permaneceu clandestino.


Em 1940, indiciamento dos editores do jornal "A Aurora Alemã" pelo Departamento de Ordem Política e Social de São Paulo (DOPS-SP). Houve a prisão de Otto Braun em 1942 que entregou  as lideranças do partido.


1945, dissolução do partido com a derrota do Eixo.


1988, o neonazismo tentou se reestruturar no Brasil através do Partido Nacional Socialista Brasileiro (PNSB), fundado por Armando Zanini Teixeira Júnior.

 

Apesar do nome, nunca foi oficializado na Justiça Eleitoral e teve curta duração. O país vivia a efervescência política pós-ditadura militar. Influenciados pelo nacionalismo de extrema-direita histórico no Brasil e o movimento National Frontal no Reino Unido, o grupo possuía membros skinheads neonazistas e defendia a reabilitação da figura de Hitler perante a sociedade.


***

Armando Zanini Teixeira Júnior


Informações sobre Renato Zanini Teixeira Júnior. Fonte, site Find a Grave:


Armando Zanini Teixeira Júnior, um carioca, nasceu em 1930, foi um antigo oficial da Marinha e ex-militante do Partido Socialista Brasileiro. Fundou em 1985 o Partido Nacional Socialista Brasileiro(PNSB), na qual pesquisas apontam que o partido teria dez mil integrantes por todo Brasil, com células em São Paulo, Rio de Janeiro, Sergipe, Bahia, Brasília, Rio Grande do Sul e Mato Grosso.


A base deste nacionalismo era a construção do que seu fundador denominava de “raça brasileira”, para a qual seriam aceitas pessoas de todas as “raças e religiões”. O PNSB tentou por várias vezes o seu registro junto ao Tribunal Superior Eleitoral, a fim de lançar seus candidatos em eleições, obtendo do TSE rejeição todas as vezes, devido às garantias constitucionais em repúdio a qualquer forma de apologia ao nazismo. Ainda que não tenha sido legalmente registrado, o PNSB contava com uma articulada rede de comunicação de âmbito nacional, militantes em vários Estados, principalmente no sul e sudeste, porém também em Estados do nordeste como Sergipe e Bahia.


Zanini divulgava os ideais do partido por meio de palestras, fanzines, contatos, reuniões, promoção de eventos, divulgação de panfletos, manifestos e jornais, entre outros. Entre eles, podemos citar o Desperta Brasil, editado para servir de porta voz. Criador da "Política Racial" cujo o objetivo é " Construir a Raça Brasileira, estabilizar o povo, e garantir a sua saúde." segundo esse documento a raça brasileira esta sendo formada através do convívio , da adaptação ao meio ambiente e da miscigenação de índios, brancos, negros e asiáticos, assim como da influência do nosso ambiente cultural. Segundo Armando Zanine, se um judeu nasceu no Brasil ele, pela lei brasileira, é brasileiro mas deve decidir se quer pertencer ao povo judeu deve deixar o Brasil e ir para Israel.


Zanini ainda firmava que: "Hitler é o homem mais injustiçado da história." Em 30 de Agosto de 1994 Zanini disse que estava preparando a fundação de um novo partido, que traria explícito em seu programa a ressalva de que é contra o racismo. O partido seria o Partido Nacionalista Revolucionário Brasileiro.


Zanini acreditava que Enéas, na época candidato para o cargo de presidente, tinha chances de chegar ao Planalto afirmando: "No momento ele não tem chance, mas se tiver uma zebra, se o plano fracassar, se o Lula ou Fernando Henrique derem uns deslizes, aí o Enéas sobe. E pode ganhar." O PRONA dispensou o apoio dos partidários de Zanini. Um assessor de Enéas, Hélio Codeceira, disse que não existe a menor chance de uma aproximação partidária entre o Prona e o PNRB.

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