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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Azar (mais uma notinha autobiográfica)

Autoria: João Emiliano Martins Neto


Que azar eu ter topado na vida com gente sem uma resposta inteligente e interessante acerca de tudo o que é comum ao mundo, gente que sendo bem feijão com arroz nunca mais recebeu o sacramento da penitência e não vai à Santa Missa aos domingos e nas festas. Uma dessas gentes são os meus pais. Eu tive um pai que é confessadamente conservador, ou seja, não vê como digno de justos direitos as pessoas ao longo do tempo, conforme vai se reconhecendo-as como gente, por exemplo, a nós, gays, e ele tem um filho gay, eu, por isso mesmo que ele sempre manteve distância de mim. E ele é assim conservador, contudo, sob qual porquê? Que resposta que seja alguma luz que esse senhor dá às grandes questões do mundo? Este senhor vai à Missa aos domingos, comunga pelo menos uma vez ao ano à época da Páscoa ou recebe o sacramento da penitência uma vez ao ano? Não. Nunca. Ele é apenas um burro empacado no meio do fluxo, caminho da história. Ele é apenas um homem sem inteligência e envelhecido, preconceituoso. As bestas e os canalhas também envelhecem, e ele costuma usar a velhice dele como desculpa.

 

Mas, tudo bem, meu pai paga-me até mesmos os meus cigarros, diariamente, e sustenta-me, eu que nos melhores anos de minha vida estive infelizmente sob o guante de uma enfermidade mental, e logo que eu comecei o meu tratamento em saúde mental ele riu da minha cara, este mesmo senhor que eu vi ele traindo a minha mãe em um boteco daqui de Belém do Pará que fica ali na Travessa Dom Romualdo de Seixas, quase esquina com a Rua João Balbi. Muitas vezes já cedi à preguiça, mas, meu pai ajuda-me, graças a Deus. Ele quando diz que eu não faço nada, e que ele sustenta-me, ultimamente eu tenho dito para ele que ele não tem moral, porque não é católico fiel e eu estou concretamente e realmente certo em dizer-lhe isso, graças a Deus eu procuro ser um católico fiel. Ele como seu moralismo e conservadorismo, logo, tendo restos de uma religião esquecida e desprezada como acontece com meu pai e com os brasileiros e ocidentais, em geral, não é ter tal religião que manda trabalhar, por exemplo, e é contra gays, no caso o cristianismo. No entanto, cumprir os preceitos da Igreja Católica é ter tal religião conscientemente e por isso de forma mais qualificada que é o que se espera de uma pessoa séria e que não seja hipócrita ou até mesmo neurótica.

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