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sábado, 12 de fevereiro de 2022

Nazismo, não. Comunismo, sim

 Autoria: João Emiliano Martins Neto


Não há como comparar nazismo e comunismo. Os crimes do nazismo, e o nazismo é criminoso, é cruel no berço, no nazismo estão previstos campos de concentração e de extermínio desde o início, que o diga o campo de concentração de Dachau que surgiu logo no ano de 1933, dois meses depois que Adolf Hitler, o Fürher, chegou ao poder. No comunismo, utopia, sonho, de um mundo, um planeta inteiro de irmãos, sem classes sociais, muito menos castas ou estamentos, sem o poder tirânico de um Estado e que de cada um para o sustento da comunidade virá conforme a sua capacidade e a cada um será dado conforme a sua necessidade, algo totalmente cristão (Atos dos Apóstolos 2, 44, 45 e 4, 32 a 35), apesar de que recentemente o Santíssimo Padre Francisco, o Romano Pontífice, não quer que se veja tal passagem bíblica como comunismo.

 

Mas, o comunismo ou socialismo começou, menciona o excelente e eruditíssimo professor Marco Antônio Villa, na chamada "Conspiração dos iguais" de Graco Babeuf que foi um movimento igualitário ocorrido durante a Revolução Francesa que, em 1796. Havia a "comunidade dos bens e do trabalho", cuja atenção era voltada a alcançar a igualdade efetiva entre os homens. Isso foi em maio de 1796 na época do Diretório na Revolução Francesa.


O comunismo ou socialismo fala em campo de concentração e em campos de extermínio? Se houveram ditaduras no auto-nomeado socialismo e comunismo, mas, isso nada tinha a ver com a ideia original, diferentemente do nazismo que prevê a opressão geral da humanidade em nome de beneficiar a raça ariana. Onde no socialismo ou comunismo há a ideia de raça, extermínio e espaço vital (Lebensraum)? A ideia socialista e comunista é altamente cristã, generosa e humanística de igualdade e fraternidade e não de uma hierarquização e exclusão absurda e troglodita baseada em raça.

 

Relembra o professor Villa, e os mortos vindos de religião e as guerras de religião, isso tem a ver com a Bíblia Sagrada? Apesar de que na Bíblia quando da conquista dos hebreus à terra de Canaã, Deus pessoalmente mandou matar povos inteiros como os ferezeus, jebuseus ou girgazeus para que os hebreus em tal lugar se instalassem. Mandando matar até mesmo crianças de peito. Mas, desde quando que a Bíblia foi proibida? Os nazistas são exclusão e por motivos raciais de cara, além de excluírem deficientes mentais, físicos, homossexuais, ciganos e negros. Se bem que Deus na Bíblia, no Antigo Testamento, privilegia a raça semita, dos hebreus, o povo eleito e usa o termo raça. Contudo, vamos proibir a religião judaica e cristã? Claro que não, pois há um discurso nelas de inclusão, de solidariedade e igualdade, sobretudo na cristã, que, além de inspirar os ideais socialistas e comunistas, supera e muito uma interpretação mais excludente.

 

Sobre os mortos no comunismo e aquele famoso livro O Livro Negro do Comunismo de diversos autores, eu li no site Wikipedia que é fonte muito confiável na internet, diferente dos ridículos tiozões de Zap bolsonaristas, está escrito lá que Stephane Courtois, um dos autores do Livro Negro do Comunismo, segundo Nicholas Werth e Jean-Louis Margolin, achavam que Courtois estava obcecado em chegar a um total de vítimas de 100 milhões de mortos nos regimes "ditos" comunistas. Na comparação entre nazismo e comunismo há diferença qualitativa. Werth ao Le Monde disse que, "Não existiam campos de concentração na União Soviética", e que, "Quanto mais se compara o comunismo com o nazismo, mais as diferenças são óbvias."


Então, nazismo, não. Comunismo, sim, porque o mundo de irmãos semelhante a Atos dos apóstolos encontra-se no ideário socialista e comunista, sim. Só é contra o comunismo quem não conhece essa ideia, que não precisa ser conforme o comunismo marxista podendo ser o de judeus em kibutz ou o comunismo cristão, ou pode ser o comunismo de sociedades primitivas, ou o anarcocomunismo, tem também o socialismo libertário. Só é contra o comunismo ou socialismo quem vê a si mesmo e à sua família como entes abstratos que acham mesmo que não são tributários à sua terra, ao seu povo, à sua língua, à sua cultura, enfim, ao mundo.

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