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quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Radix

Autoria: João Emiliano Martins Neto


Ontem eu fui receber o sacramento da penitência na Catedral Metropolitana de Belém, Paróquia Nossa Senhora da Graça, que fica no bairro da Cidade Velha de minha cidade de Belém, a capital do Estado do Pará e confessei ali para o padre o que eu julguei que foi um pecado meu covardia por eu estar fugindo daquela mulher doida, insana que cismou comigo e está perseguindo-me nas igrejas que eu costumo frequentar no centro daqui da capital do Estado do Pará.

 

Depois da confissão eu pensei, rezando ali o Santo Terço do Santo Rosário, diante de uma pintura unidimensional de Sant'Ana com sua filha Nossa Senhora tendo às mãos um livro com palavras da Bíblia Sagrada onde está escrito radix Jesse, raiz de Jessé, pois o Cristo Jesus, filho de Maria é a da raiz de Jessé pai de Davi, pai de Jesus Cristo. E pensei, será que a radix, a raiz de meu temor de tal mulher não é oriundo do medo que na verdade eu tenho das mulheres e que pode ser a origem de minha condição homossexual?


De fato, eu tive uma educação muito severa, cheia de manias por parte da senhora minha mãe e certa vez eu fiz um teste psicológico que detectou um tipo de carência, dificuldade que eu tenho com a figura materna. De fato, muitos homossexuais são apegados à mãe e minha mãe chega a ser cruel, não gosta de dialogar e de ser afetuosa, mas fica como uma Marta do evangelho apenas de lá para cá em uma azáfama obsessiva, fazendo um servicinho em casa de empregadinha doméstica, de sobretudo fazer limpeza e cozinhar.


Uma mulher no Facebook, hoje, dizia-me depois que eu expus as minhas neuroses como a supracitada que eu teria inveja das mulheres, porque elas tem útero, já que eu critiquei ali as mulheres baseando-me em Friedrich Nietzsche que era um crítico genial às mulheres. Bom, eu não nego que nós, gays, tenhamos alguma inveja das mulheres, pois é mais fácil atrair um homem sendo mulher do que sendo corporalmente homem. Ter uma vagina no lugar de um pobre ânus para oferecer, na concepção de um gay muito mais antes do que um útero (a mulher ali no Facebook foi cândida ao mencionar o útero).

 

Então, diante do exposto parece que as mulheres, a partir de minha mãe, são o terror em minha vida, aquela mulher louca a perseguir-me é o diabo encarnado em mulher, mas de quem as mulheres não são o terror? Talvez elas não sejam o terror de quem não foi como eu criado por uma bruxa e nem dos homens que por alguma bruxa não seja apaixonado, não cai-lhe em seu sortilégio. E os homens também podem ser um terror que o diga os ateus que traumatizados com o pai renegam ao próprio Criador deles, Deus que identifica-se com a figura do pai, do homem, por sua autoridade primária. O homem pode ser um terror em um pai louco autoritário como a mulher doida que está perseguindo-me, vai da qualidade moral de cada homem.

 

Mas, é tudo trauma o que causa a homossexualidade? A origem psíquica da homossexualidade é desconhecida, reconhece a própria Igreja Católica, e pode-se alegar que gosta-se sexualmente e afetivamente de alguém, porque assim são as coisas, porque acha-se homem ou mulher melhor, um mais belo do que outro de algum jeito, paciência. Também como querem grupos fanáticos católicos como um Centro Dom Bosco julgar a homossexualidade como necessariamente um transtorno é um salto no escuro, diante do desconhecido, que oficialmente a Igreja reconhece como desconhecido.

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