Autoria: João Emiliano Martins Neto
Dom Marcel Lefebvre |
Eu assistia por estes dias a um vídeo que fala da vida e obra do grande católico romano do século XX, Dom Marcel Lefebvre, que combateu o bom combate pela luz da Sagrada Tradição da Santa Igreja Católica Apostólica Romana que foi um tanto eclipsada por meio do no mínimo ambíguo e com ideias perigosas Concílio Vaticano II. Dom Lefebvre foi um missionário, foi evangelizar na África francófona, no Gabão e em outros lugares e por isso mesmo a sua atividade de proselitismo, de conversão, assumida e na prática não poderia dar margem para um Vaticano II muito fruto de uma Europa velha, cansada, descrente: cega, modernizada e entediada.
Dom Marcel divulgou na sua atividade missionária o dogma católico, a santa e divina Fé católica sem tergiversar como missionário e legítimo sucessor dos santos mártires apóstolos, já que ele era um bispo, e como tal um herdeiro dos santos apóstolos que conviveram com o próprio Cristo Jesus em carne e osso, aurindo assim a Tradição Santa que receberam e que transmitiram, "tradidi quod et accepi". Isso poderia contrastar com uma atitude mais blasé e cheia de má vontade de europeus modernos ou contemporâneos que dominaram o Concílio Vaticano II para os quais, por exemplo, algo como a Filosofia tornou-se não um um justo meio de não encarar o mundo como um mar calmo de evidências, mas uma busca de na verdade mais nada entender, esclarecer, conhecer algo da verdade que é a notícia que a realidade dá dela mesma.
Eu interesso-me vivamente pela Filosofia, e tal qual Dom Lefebvre, eu tenho um espírito missionário, como tal só posso testemunhar, transmitir, o que recebi pela Divina e Sacra Tradição que veio dos santos apóstolos que conviveram com Jesus Cristo. Isso não quer dizer, então, se eu quero ser filósofo que a Tradição Santa seja um mero e banal mar calmo de evidências, porque o que vem de Deus não é algo banal e ordinário, mas se é algo de Deus, é alguma coisa que é nova e antiga, é a verdade que surpreende-nos, pois nós, homens, se formos sábios como Sócrates, o filósofo grego antigo e pai da Filosofia, só deveremos saber que só sabemos que nada sabemos.
Um diálogo equivocado com os Estados republicanos modernos e liberais atuais, com os irmãos separados protestantes e com os membros de outras religiões é nunca mais dizer a eles a respeito do reinado social de Jesus Cristo a quem foi dado o poder sobre o céu e a terra. E no caso dos protestantes e dos membros das demais religiões um diálogo equivocado é não dar-lhes a boa notícia, o Evangelho que veio do Céu, que o Filho de Deus, Jesus Cristo, veio ao mundo, nascido de mulher para por sua morte vicária reconciliar o mundo com o que seja a verdade, a sabedoria, a luz, pois só Ele com méritos infinitos poderia operar tal reconciliação que se dá radicalmente pela fé e na recepção comum dos sacramentos, celebrados em sua Santa Igreja Católica, a começar do batismo santo. Cristo que atravessou os céus para habitar entre nós, Ele, o próprio Deus que espanta-nos, torna-nos verdadeiramente filósofos e não meros dominadores, técnicos ou tecnológicos, deste mundo ou sofistas em busca de um discurso brilhante, contudo, vazio para enganar as massas.
Como Dom Marcel Lefebvre ser um missionário e buscando-se um filosofar também missionário que seja um divulgar para todos a fecundidade do pensamento humano iluminado pela divina e santa Fé católica fiel à Sacra Tradição da Igreja Católica de mais de dois milênios é o que pode dar sentido e alimentar, sobretudo pela participação na Eucaristia, um mundo cujo domínio técnico e tecnológico do homem ainda não fez o homem chegar à estatura do varão perfeito que é ser um outro Cristo, alter Christus, um verdadeiro cristão, transfigurado, não mais uma ordinária sombra deste mundo de sombras que passam e delas não se tem porque ter lembrança.
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