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sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Um recorte do mau feito

Autoria: João Emiliano Martins Neto


Acabei de ler no excelente canal no site YouTube do Conde Loppeux, o excelente Leonardo Bruno, que reside aqui na minha cidade de Belém do Pará, e que apesar das brigas que já tivemos no passado, muitas delas causadas por culpa minha, é sempre muito bom assistir e ler todo o material disponibilizado por ele na internet. Eu estava lendo uma postagem que o Conde fez na aba Comunidade da página do canal dele no referido site e achei interessante um comentário que ele faz a um vídeo recente de ateus em uma entrevista ao canal Inteligência Ltda., cujo nome já diz tudo, é luz limitada, logo vem as trevas da burrice. 


Por que? Porque há um ateu lá, relata o Conde Loppeux, que disse que o recorte que os ateus fazem do mundo seria a partir do ser humano. Bom, o suposto recorte que os ateus fariam do mundo a partir do ser humano é conforme aquele mesmo ser humano que Martinho Lutero, o pai do mundo moderno e dos ateus por tabela fazem do homem. Isto é, de fato, é um recorte do mau feito, é feito com uma noção de homem como um esboço de homem feito por um mau desenhista, conforme o próprio Martinho Lutero descreve o homem em um trecho de suas conversas com seus discípulos que se encontra no livro Conversas à Mesa (Tischreden). É uma noção não muito correta e exata de homem, e por isso, de mundo, se o homem é alguma coisa de mais nobre que há no mundo e, por conseguinte, pode ser uma interessante chave de conhecimento do mundo. Para o ateu, o homem sem Deus, o mundo e o homem é um mistério profundo, é algo terrivelmente ignorado, e é prova disso a história da Filosofia desde o século XIV com o modismo nominalista de Guilherme de Ockham que inspirou confessadamente a Lutero passando pela Filosofia até aos nossos dias pós-modernos com a pós-verdade para a conquista populista à direita e à esquerda do espectro político e para a conquista de um séquito com seus likes, visualizações e compartilhamentos nas redes sociais e as tais "narrativas" pós-modernas. É tudo trevas a realidade ateia até a imposição da vontade de poder de Friedrich Nietzsche, para além do bem e do mal, onde, para dizer com Nietzsche, não há fatos eternos, mas somente interpretações.

 

O recorte que os ateus fazem do mundo que seria a partir do ser humano seria na verdade o recorte do mau feito, do capenga, de um tipo de homem que pensa como eles, que é ateu. A empregada doméstica normalmente não é ateia, eu já soube de uma prostituta na minha cidade de Belém do Pará que antes de seus programas benzia-se a si mesma, o motorista de ônibus crê em Deus, enfim, a maioria das pessoas são religiosas no mundo inteiro e em especial aqui no Brasil. O recorte que os ateus fazem do homem é de um homem doente, sim, doente e é o ateu tal qual eles o doente, revoltado com o que parece ser o absurdo de um mundo que é deveras adoecido e o é assim pelo pecado, mas que como são ateus eles culpam a Deus por tal situação ruim do mundo com a chaga edipiana que os caracteriza, causada pelo pai deles que por algum motivo foi defectivo que eles tiveram em casa.

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