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sexta-feira, 26 de maio de 2023

Curriculum vitae ou curriculum mortis?

Autoria: João Emiliano Martins Neto


Ontem, finalmente, ó, até que enfim, até que enfim, eu fui buscar um emprego e deixei um curriculum vitae lá na loja Riachuelo ali no caótico bairro do Comércio que pela cobiça e ganância de lucro faz jus ao nome pela bagunça de lojas em seus imóveis ali e para piorar na frente das mesmas concorrem com elas aquela maldição que são os ambulantes vendedores de rua que oferecem as suas quinquilharias, daqui de minha cidade de Belém do Pará, a capital do Estado do Pará. Vencendo eu o torpor da minha preguiça, decerto que fruto de minha covardia, o pior dos vícios que impede toda e qualquer outra virtude como a diligência para o trabalho, estudos, e sobretudo o serviço a Deus, diz o Papa São Pio X em seu catecismo, diligência que é a virtude de se cumprir os deveres de estado que exige servir e amar a Deus acima de todas as coisas e por isso verdadeiramente amar ao próximo como a si mesmo e exige o suor do trabalho de qualquer natureza honesta e justa para se comer o pão.


Venci a vagabundice e a zona de conforto e fui atrás de um serviço. Mas, a pergunta que fica diante do meu curriculum vitae é se o meu curriculum na verdade não é um curriculum mortis. Um curriculum sem praticamente nenhuma qualificação profissional, a não ser que no longínquo ano de 1998 eu trabalhei durante poucos dias do mês de abril nas Lojas Americanas S/A. Um curriculum sem praticamente nenhuma ou nenhuma qualificação acadêmica oficial, salvo um título de ensino médio que em 1997 eu o concluí no Centro Educacional Olimpus não sem ali ficar famoso por eu ser um esquisito invertido homossexual. Seria mais um curriculum mortis, isto é, fruto de uma pessoa preguiçosa, vagabunda, covarde, além de minha vida ter sido interrompida por uma doença mental gravíssima, mistura de transtorno bipolar com talvez esquizofrenia. 


Qualificação acadêmica afora uma qualificação de eu ter um ensino médio conforme eu referi supra, e um curto período no ano de 2016 quando eu tentei fazer um curso de Filosofia em uma faculdade EAD, a Uniasselvi, e ali eu sempre falante e comunicativo fui xingado de doido pela professora, então, decidi me afastar do curso, evadi. Vai lá que eu exagerei na dose por isso fui insultado com razão, sagitarianos e um sagitariano bipolar e esquizofrênico são impossíveis na ideia de liberdade sem uma visão clara do bem, apesar de que eu defendia ali ideias de direita que são as melhores para a subseção da razão prática ética e moral que é a política. A professora não foi com a minha cara, e eu achei, também, que em tal curso EAD de Filosofia estudava-se tudo ali, menos a Filosofia.


Na minha formação acadêmica a única coisa que constou ali no curriculum vitae ou curriculum mortis que realmente vale a pena é que eu estou fazendo o Seminário de Filosofia do meu mestre Olavo de Carvalho, aquele mesmo que quis dar uma de gostosão e quando foi internado em um manicômio como eu fui internado duas vezes em manicômios ele mentiu a causa de sua internação em um recente filme sobre ele de Mauro Ventura, o Olavo tem Razão, dizendo que foi internado por causa de uma taquicardia causada pelo consumo de maconha quando na verdade ele foi internado, pois teve um ataque de fúria dado o ridículo que ele passou no jornal que ele trabalhava, o Jornal da Cidade, pois não sabia a medida exata da Ponte Rio-Niterói (Ponte Presidente Costa e Silva) e ainda mentiu no filme de Ventura e em uma perfeita atitude satânica de que ali no manicômio ele era paciente-atendente que até saiu do hospital para ir atrás de um paciente que fugiu. Eu fui internado duas vezes em hospícios e que me conste uma tal atividade para um interno pelo menos na minha época seria impossível. Tudo bem, corrupção de Olavo noves fora, uma aula dele de Filosofia aprende-se mais de Filosofia do que em anos em uma faculdade brasileira de Filosofia sempre ou marxista ou pós-modernista. Aprende-se mais com Olavo para alguém de fato tornar-se um filósofo, alguém que busca a unidade do conhecimento na unidade da consciência e vice-versa, que é como o professor Olavo definia de forma genial a Filosofia.


Deixei o curriculum lá na Riachuelo. Espero que me chamem, porque apesar do torpor de anos causado por doença mental, preguiça, vagabundagem e sobretudo covardia, eu ainda vivo. Curriculum vitae ou curriculum mortis? De alguma forma o hibernar ainda é viver, a vida está ali, mas em um ritmo mais lento causado no meu caso pelos vícios e pela enfermidade.

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