Autoria: João Emiliano Martins Neto
O homem é um viciado em sentido, em busca do significado e do entendimento, há, então, uma covardia, um medo do homem, bem vê o grande filósofo Soren Aabye Kierkegaard, diante de algo que ele não entende, diante do absurdo, segue-se que o homem não quer dar o salto da fé. O homem não quer ser o herói da fé como Abraão que dispôs-se a pela fé entregar o seu filho Isaac para a morte, ou Jó que confiou em Deus mesmo diante de seus infortúnios, a mulher dele acabou louca amaldiçoando a Deus ou o homem não aceita crer em Jesus Cristo que é algo paradoxal, louco e absurdo que é Ele ser o homem-Deus ou que Ele possa ressuscitar os mortos.
No cristianismo a coisa continua indo longe quando Cristo aconselha a nós darmos a nossa outra face para uma bofetada quando a primeira já apanhou ou que abençoemos a quem nos amaldiçoa, algo considerado desumano por um sofista porco como Friedrich Nietzsche mergulhado em uma vida no estádio estético. Pode parecer banal em um ocidente acostumado com o cristianismo, e que vê tal ideia como algo banal, mas nos primeiros tempos um santo padre como Tertuliano de Cartago dizia que acreditava no absurdo, credum quia absurdum, diante da encarnação do Verbo ou diante da ressurreição dos mortos.
Não poderá ser um cristão, ser um liberto pela verdade que é Cristo, enquanto o homem for escravo medroso e dependente de que a sua luz de sua razão natural possa ser a única luz a iluminá-lo, sendo um covarde como um Fernando Pessoa que dizia da razão, "Só ela me alumia", mas, Pessoa foi apóstata em sua vida.
Como pode para a razão humana a justiça de Deus revelar-se no evangelho, segundo São Paulo (Romanos 1, 17), pela simples fé, a qual não pressupõe as boas obras, do princípio ao fim se por justiça racionalmente considerada é dar a cada um aquilo que lhe é devido? Mas, se o homem não tiver a coragem, o arrojo de dar o salto da fé se ele preferir ficar viciado na busca do sentido, ele, o homem, nunca será livre para escolher e sendo escravo de sua razão cometerá o suicídio de sua razão, cometerá o assassinato de sua razão que precisa curvar-se ante o Deus encarnado, Jesus Cristo, que se revelou e que criou o homem para submeter tudo aos seus divinos pés inclusive a razão humana que se quer tão dominadora e autossuficiente.
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