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domingo, 5 de setembro de 2021

No tempo do aggiornamento: o Papa São Paulo VI e seus súditos burros

Autoria: João Emiliano Martins Neto


Eu tenho em minha biblioteca pessoal o chamado Compêndio do Concílio Vaticano II que é a coleção em um livro contendo todos os documentos que formam o que foi decidido nesse Sagrado Sínodo da Santa Igreja que ocorreu dos anos de 1962 a 1965 em suas constituições como a constituição pastoral Gaudium et Spes ou as dogmáticas Lumen Gentium e a Dei Verbum, além da Sacrossantum Concilium e outros documentos que disciplinam os bispos, os padres ou presbíteros e a Igreja no oriente, além do ensino católico nos seminários, a Optatam Totius.


Em uma das orelhas deste livro, segundo a edição que eu tenho, há um texto do Papa São Paulo VI onde o nosso pai sagrado, doutor e mestre universal diz que aqueles que querem apegar-se aos costumes e ensinamentos antigos não seriam dos católicos os mais inteligentes, logo, seriam burros, seriam súditos burros do Papa. Eu acho que é Theodor Adorno da Escola de Frankfurt quem diz que a direita tem uma cicatriz e tal cicatriz é a burrice.


A burrice da direita ou dos apegados a costumes e ensinamentos antigos eu acho que é aquilo que diz o grande filósofo Paulo Ghiraldelli Júnior, é que a direita, o conservador, precisa manter a sua posição, ele empaca no meio do caminho, estanca o fluxo do pensar como a mula ou o burrinho, então, ele não pode pensar, porque o pensar é um movimento, é um devir, é um sair da zona de conforto e conformismo.


Mas, é claro que o pensamento encontra o seu sentido, substância, o que o desperta e o ilumina, o que o mobiliza a entrar em ação cogitante que é a verdade do real que pretende-se, por fim, contemplar e, então, conformar-se à tal verdade. Desde que se aja com sinceridade na busca de tal verdade, pensando, e depois de encontrá-la dizê-la evidentemente que tal atitude não será a da mera obediência do burro, do jumento que é o símbolo da obediência.


Um esquerdista revoltado, porque assumidamente rebelde como Paulo Ghiraldelli não aceitará a verdade do real, pois para ele a realidade é alguma coisa de um reizinho e o esquerdista em seu complexo de Édipo quer ser ele o rei do mundo, o mundo vai mal, porque não é ele que está mandando. O esquerdista acha que é a sua lei é que boa, perfeita e agradável e não a lei de Deus, o verdadeiro Monarca, como dele dizia o filósofo alemão Leibniz.


Então, no final das contas quem é burro, a direita ou a esquerda? Depende, há excessos de ambos os lados e eu fico com o discernimento do próprio e de ninguém menos que do Papa São Paulo VI de dizer que não são inteligentes os que ficam com os costumes de antes do Concílio Vaticano II. O Papa precisa de súditos inteligentes e na Santa Igreja do tempo do aggiornamento são inteligentes os que sentem com a Igreja renovada pelo Vaticano II que tenta não ser uma instituição do passado, porque pelo menos os homens do passado tem a desculpa de não saberem o que sabemos hoje com todo o progresso feito pela humanidade até aos dias de hoje para contemplar melhor a beleza da verdade nova e antiga do evangelho.

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