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segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Psiquiatria, a ciência nas trevas

Autoria: João Emiliano Martins Neto

 

The Rake's Progress, gravura de William Hogarth retratando um manicômio


A Psiquiatria é a ciência nas trevas. É uma ciência, uma forma de circunscrever, recortar e abordar um trecho da realidade que encontra-se envolta em preconceitos, ignorância, orgulho, brutalidade, dor, sofrimento, vergonha que sem dúvida alguma envolvem a saúde mental em algo mais doentio, de trevas e sem sentido do que já é algo de absurdo e tenebroso a própria loucura, pois conta com a maldade humana.


Efeitos colaterais fortíssimos por causa de certos medicamentos, até mesmo o comportamento brutal em que eram tratados os pacientes em situação a mais miserável possível de eclipse da razão com o que é até compreensível, porém injustificável, o cansaço de quem os cuida, somado ao medo das criaturas terríveis que se tornam certos pacientes psiquiátricos que agindo como gigantes bobos, crianças grandes, porém com a força dos gigantes, dos adultos na névoa de luz da razão natural toldada pela enfermidade mental. Orgulho de até mesmo certos terapeutas, eu mesmo como paciente psiquiátrico que eu sou já enfrentei uma psicóloga dizendo-me que eu seria uma vergonha na família e para a memória do meu avô, pois eu tenho o nome dele, acrescentado do nome Neto, porque eu sou doente mental como se a culpa fosse minha por tal condição ou situação. Ou o orgulho do paciente que não assume-se como doente mental, mente sobre os seus sintomas ao médico, disfarça, teme uma internação se for necessária para o seu bem em determinada circunstância, pois, no fim de tudo o homem é o animal racional, não é mesmo? Logo, segue-se que ele sente-se desumanizado, rebaixado e arrastado pelas tenazes de sua doença da mente, por ser arrastado pelo nonsense de sua doença.


A Psiquiatria pode iluminar os meandros do crepúsculo da racionalidade humana tornando-a de novo em dia ou pelo menos em uma cidade iluminada durante a noite, por isso vale tirar tal ciência de entre as trevas do preconceito, da ignorância, em outros casos da maldade humana, tirá-la de debaixo do alqueire para colocá-la no velador e assim iluminar a casa que é o mundo com a restauração da luz humana deste mundo que é o homem que pode estar por hora caído por alguma enfermidade absolutamente compreensível, o cérebro não é isento do pecado original e nem é de ferro pode cair como soldado ferido, doente, cabe à uma ciência como a Psiquiatria reerguê-lo.

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