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terça-feira, 21 de setembro de 2021

No tempo do aggiornamento: sectarismo e cegueira

Autoria: João Emiliano Martins Neto


No discurso de Jair Messias Bolsonaro, hoje, em Nova Iorque na abertura da 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas, novamente a direita, tal qual faz a esquerda, colocou-se como líder sectário de um povo, o povo brasileiro, no caso da direita, na defesa da família tradicional. Sectarismo a gente vê por aí em nome do poder sem nenhum pudor, porque se Bolsonaro fosse a favor da tal família tradicional, de fato, jamais aceitaria a repartição de parte dos salários dos funcionários de gabinetes de si mesmo e de sua família, assim arrebentando a sua própria família com a corrupção do peculato, que é a rachadinha e não receberia ajoelhado as bênçãos de um Edir Macedo acusado de ser um criminoso comum terrível que explora o cristianismo para o lucro fácil e defende o maior atentado à tal concepção de família que é o aborto e nem ficaria do lado das milícias e demais maus policiais que dizimam crianças nas periferias, favelas ou comunidades pobres, sobretudo da cidade do Rio de Janeiro, e do Brasil afora.


O sectarismo cega e está a serviço do poder, contra tal cegueira a Santa Igreja Católica no tempo do aggiornamento em que vivemos antenada para com os sinais dos tempos sabe que em uma sociedade plural explorada pelo capital onde tudo torna-se mercadoria, capital defendido com unhas e dentes por uma direita brasileira e mundial, capitaneada pelos Estados Unidos e em parte pela China, capitalista e protestante cuja ética tem por espírito o espírito do capitalismo, cabe um mundo onde não se caia nem no socialismo e comunismo onde o homem é emancipado de Deus e de Sua Santa Igreja é apenas uma peça de uma engrenagem que não leve em conta a sua individualidade e singularidade, nem leve em conta a intransponível, sem os sacramentos e disciplina cristã, barreira metafísica do pecado em um materialismo similar ao do capital, nem se caia na exploração como mercadoria de corpos e almas própria do capital, que aceita até mesmo o comércio de drogas, órgãos humanos e adoção de crianças, mas que o mundo seja um mundo de irmãos em uma nova ordem mundial, assim queria expressamente o Santíssimo Padre, o Papa São João Paulo II de feliz memória.


O que se há de entender no mundo de hoje e que no tempo do aggiornamento a Igreja Católica tentou e tenta compreender e conformar-se é que a lógica burguesa comercial em que vivemos e não temos por hora como sair da mesma, demanda o politicamente correto, a tolerância e a suavidade que o diálogo propicia, pois com o sectarismo e cegueira de uma direita reinante e de grupos tradicionalistas protestantes e católicos ressentidos e nostálgicos apenas isolaria alguma ideia, tal qual a ideia cristã como algo intolerante e fanático, rígido, com um discurso ditatorial, enquanto outras ideias ressaltariam, caso acomodem-se em tal  lógica de mercado como mais atraentes do que o cristianismo e sabe-se que o cristianismo como um todo é historicamente pródigo em ser rígido e intolerante junto com o Islã, sobretudo.


O sectarismo da direita reinante vive de mãos dadas com a cegueira e não sabe tirar as consequências do capitalismo que diz defender em sua tarefa, reconhecia Karl Marx a virtude do capitalismo de civilizar o mundo, por isso, quem não queira estar no mundo da Lua deve entender a lógica do diálogo e da tolerância, da não rigidez para que neste mundo possa fazer prosperar as melhores ideias e princípios de todos os tempos e lugares como são as ideias e princípios cristãos que são imortais, eternos e para todos os tempos e gentes e podem muito bem sustentar o mundo de politicamente correto, suavidade, entendimento, diálogo com algo tão cristão tal qual o perdão, o autossacrifício e o sacrifício por Deus e pelo mundo com a ajuda da graça.

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