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sexta-feira, 16 de junho de 2023

Fofoca, os demônios (entidades, orixás) e o fanatismo

Autoria: João Emiliano Martins Neto


De uns dois para cá aquele que é a vergonha da família dele, aquele tal flanelinha em minha rua, aquele toxicômano e vida louca o Imperador (Júlio César/Navalhada) que trabalha na rua de minha casa, na travessa Quintino Bocaiúva, ele tem me chamado de Zé Pelintra, porque ele me encontra fumando naquela travessa e eu sempre uso um chapéu Panamá bem ao estilo da entidade do Catimbó e da Umbanda, Zé Pelintra. Eu falo com ele amistosamente, mas, só pelas minhas palavras aqui dá para notar a minha amargura impotente, talvez passiva-agressiva de alguém covarde frango e frouxo semelhante a mim. 


Neste tempo desgraçado em que vive o Brasil em vias de se tornar um país de hereges protestantes é fofoca corrente a nem que seja aparência de alguém de ser macumbeiro, idólatra, feiticeiro, adepto dos demônios, seja porque o sujeito usa um chapéu, seja porque ele é negro, seja porque ele fuma. É perigosa uma massa histérica e furiosa que sofreu a lavagem cerebral aos gritos de seus chefes falsos pastores no fanatismo neopentecostal protestante.


Nada é mais contrário ao protestantismo e é ao mesmo tempo tão presente na modernidade ou pós-modernidade com suas ideologias de massa do que turbas e massas em um tipo de heresia tal qual a protestante própria do individualismo pós-moderno dos contos do Vigário de narrativas em que cada cabeça de cada protestante é uma sentença, é uma "narrativa", em que cada protestante é o próprio Papa ou um novo oráculo de Delfos. Entretanto, no Brasil tudo pode acontecer e os líderes neopentecostais, alguns deles autonomeados apóstolos e missionários, missionários em causa própria naturalmente que o diga aquele RR Soares bandido que já disse que deve ir para o Pinel (hospício) quem discorde de sua ideologia materialista da prosperidade. São como se fossem papas de uma turba fanática que os idolatra e lhes é curral eleitoral para piorar. É perigoso nos dias atuais ser confundido com os macumbeiros da Umbanda, do Catimbó ou do Candomblé, feiticeiros e idólatras e que ainda seguem orixás ou uma entidade tal qual Zé Pelintra que encontra-se entronizado até mesmo nas sarjetas com os vagabundos.


Eu desapercebido, contudo talvez movido pela minha covardia do rato e barata que sou eu, levei na brincadeira o que aquela vergonha da família flanelinha ferrado na vida disse de mim que eu teria o encosto de Zé Pelintra. Vai lá que é só modo de dizer diante da aparência de alguém fumante e com chapéu à moda de Zé Pelintra na cultura ou incultura brasileira influenciada pelos negros ou de qualquer outra raça feiticeiros?

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