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terça-feira, 18 de outubro de 2022

Roupas na Igreja: disfarce e modéstia

Autoria: João Emiliano Martins Neto


A questão das roupas, dos tipos de roupas para se usar na Igreja, ao se ir à Igreja Católica pode oscilar entre o disfarce e a modéstia. É preciso um certo discernimento, porque um pássaro como o pavão, símbolo do vicio do orgulho, também tem uma aparência exuberante que é o que ocorreria com a exuberância do que seria uma falsa modéstia de roupas bem comportadas escondendo uma péssima alma. No último domingo eu quis receber o sacramento da confissão na igrejinha onde eu fui batizado na infância, na Igreja da Santíssima Trindade, no bairro da Campina de minha cidade de Belém do Pará e havia um rapaz ali que eu achei que fosse padre, pois ele estava de clérgima, perguntei se ele poderia ouvir uma confissão minha, mas tratava-se de um seminarista, segundo ele. O rapaz magro de ruim, coisa comum nas estruturas do cristianismo ocidental como um todo: católico e protestante, ele disse que eu não estava vestido adequadamente para a recepção do sacramento. Eu estava com uma camiseta e de bermuda, uma bermuda decente. Talvez por causa da camiseta o macilento quis me proibir.


Roupas podem ser um disfarce, sobretudo para uma classe média e alta normalmente das regiões com um clima mais temperado do Brasil e com dinheiro para bem trajar-se que é o tipo de classe social que frequenta as quase que seitas de grupos de Missa tridentina que há no mundo todo onde a aparência das roupas é uma obsessão, antes do que roupas, é importante ter um coração sincero e com fé para receber bem disposto os sacramentos.


Roupa pode ser um disfarce se não há em nós a disposição para receber um sacramento como o da confissão com o propósito de pela graça de Deus não mais pecar e de se fazer uma realmente boa confissão: uma confissão sincera e lúcida, na qual se diga com justiça toda a verdade, sabendo-se bem no que se transgrediu dos dez mandamentos e se se fez um bom exame de consciência, há vários deles na internet. Não estou dizendo que não seja importante um mínimo de decoro no trajar-se. Certamente que roupas de banho longe de praias e piscinas para se confessar não é o mais apropriado, porém, por favor, eu não estava seminu, não estava em trajes de banho. Eu disse ali para o rapaz que a Santíssima Trindade não é o Instituto Bom Pastor dos tradicionalistas aqui em Belém do Pará, quase uma seita e para pelo menos uma pessoa que ali frequenta e que eu conversava pelo WhatsApp, é, de fato, uma seita, tal pessoa me dizia que quem assiste a Missa Nova do Papa São Paulo VI, tal pessoa perde a fé. Missa Nova cujos livros litúrgicos de São Paulo VI e do Papa São João Paulo II, que são expressamente, segundo o Papa Francisco, a nova lex orandi da Igreja.


O rapaz seminarista ali acho que errou de igreja e eu estava realmente com roupas tão inapropriadas assim? Bem longe disso, muito longe, apesar de minha camiseta em um clima quente que é o de Belém e em vista dos novos ares menos rarefeitos de uma Igreja Católica mais aberta e reformada pós-Vaticano II. A Paróquia Santíssima Trindade, por sua vez, não é o Instituto Bom Pastor, disse a ele, e ele talvez até com razão de forma dura poderia ter me respondido, nem por isso vai-se esculhambar com gente mal trajada a Igreja Católica cuja uma porção dela ocorre na Arquidiocese da minha cidade de Belém e em particular na Igreja da Santíssima Trindade. Porém, não era o caso, por favor, o meu traje naquela circunstância ainda guardava o mínimo de decoro ou uma camiseta é algo tão grave? Se for a questão, nunca mais vou me confessar de camiseta em lugar algum chamado paróquia e igreja. O problema era só uma camiseta? Roupas na Igreja: muitas vezes a modéstia vira apenas um disfarce e um disfarce de uma situação que talvez exija um bom psicólogo, pode ser o caso do seminarista ali, não sei. Seria o caso de um psicólogo já que ele não consegue ver que se uma pessoa se dispõe a receber um sacramento excelso como o da confissão só por isso pelo menos reconhece que, a despeito de suas roupas, haveria alguma instância maior do que a mera vontade e razão natural de tal pessoa, instância a que ela deveria prestar contas.

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