Autoria: João Emiliano Martins Neto
Aproxima-se mais uma festa do Círio de Nazaré aqui na minha cidade de Belém do Pará, capital do Estado do Pará. Hoje teremos a transladação que é a saída da chamada imagem peregrina da Madona Santíssima Nossa Senhora de Nazaré do Colégio Gentil Bittencourt rumo à Igreja Sé Catedral. Amanhã será a procissão do Círio propriamente dito com a saída da imagem peregrina da Sé rumo à Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré.
O Círio de Nazaré parece-me uma anormalidade. Eu já soube do comportamento nada cristão das pessoas em suas procissões e festividade. Na parte de trás da Basílica Santuário que dá para a travessa 14 de março eu já soube de pessoas em um tal aperto, empurra-empurra e corre-corre perdendo os seus calçados. Seria o Círio dominado por uma multidão e uma fúria própria de um evento de multidão em que muitas dessas pessoas querem, eu já ouvi isso de populares, apenas ter boas vendas.
A sujeira, o caos urbano, a necessidade da segurança pública faz-se necessário em uma festividade como a do Círio. O atual prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, muito acerdatamente disse uma parte de uma verdade, ao dizer que o Círio de Nazaré já não é mais da Igreja Católica. Realmente o Círio dissolveu-se na cultura local e tornou-se anônimo e descaracterizado como qualquer grande evento social. Ocorre o mesmo com o Natal que é tal qual o Círio ocasião para negócios, comilança e a presença no Natal mais do Papai Noel do que do menino Jesus.
Eu mantenho uma distância prudente do Círio de Nazaré. Mantenho-me longe de multidões. Se uma multidão vai para um lado, eu vou para o outro, diria sobre multidões o grande jornalista e blogueiro ateu já falecido, Janer Cristaldo. Se o Círio fosse algo normal como uma humilde procissão católica de rua, seria certamente possível aproximar-se com facilidade. Ao contrário o Círio de Nazaré é muito mais a apoteose de uma massa amorfa e anônima que se sabe explicar pelo menos um dos dogmas do Credo já é muito.
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