Autoria: João Emiliano Martins Neto
Dom Alberto Taveira Corrêa, o Arcebispo metropolitano daqui da minha cidade de Belém do Pará foi absolvido há uns dois ou três dias atrás, ele mesmo comunicou isso na página oficial da Arquidiocese de Belém do Pará no Facebook, na Justiça estatal e na justiça eclesiástica da Santa Sé do Vaticano no âmbito da Igreja Católica Apostólica Romana pelas acusações que pesavam contra ele que fora acusado de abuso sexual. Revendo os discursos de Dom Alberto Taveira Corrêa no canal dos fanáticos católicos do Centro Dom Bosco (CDB) em um vídeo deles passapanista a certos prelados do alto clero brasileiro acusados de crimes, eu notei que o Arcebispo daqui da capital do Estado do Pará, que ele proferiu discursos na Catedral Metropolitana de Belém, da época em que as acusações de abuso sexual vieram à tona contra ele, eu achei-os muito esquisitos. Achei esquisito ele usar como estratégia discursiva o que eu chamaria de capa. Ele usou como capa ou como escudo a credibilidade da Igreja Católica, portanto, do cargo dele e ele até mencionou em seu discurso a credibilidade ou o "espetáculo", nas palavras dele, do sacramento da Eucaristia para desmentir a grande mídia de massa e o seu "espetáculo" que apenas noticiou as acusações contra ele. Dom Alberto eu acho que como capa ou escudo, subterfúgio mencionou a Eucaristia como se ela fosse uma espécie de WhatsAapp dos tiozões ridículos bolsonaristas. Como se a Eucaristia fosse uma espécie de órgão de desinformação ou uma ideologia como um vestido de ideias, diria Karl Marx sobre a ideologia, para encobrir um mero projeto de poder pelo poder e sem nenhum pudor.
Dom Alberto no lugar de usar a Igreja Católica e o sacramento como escudo, capa ou até mesmo disfarce, ele deveria na época da acusação ter deplorado a violência e a coisa lamentável que é em si um abuso sexual quando bem caracterizado e comprovado, afinal de contas quem não deve não teme. Depois de usar a Igreja e o sacramento como capa, logo em seguida o Senhor Arcebispo se lamentou do sofrimento que padecia pelas supostas calúnias. Mas, e a violência em si do abuso sexual contra os rapazes confiantes que poderiam contar com a autoridade de um alto hierarca como o Senhor Arcebispo para um dia alçar às divinas ordens? Claro que nós, católicos, devemos a Dom Alberto o devido respeito, amor filial e vênia independentemente de suas qualidades morais. É promessa de Jesus Cristo, et porta inferii non praevalebunt adversus eam, as portas do inferno não prevelacerão contra a Igreja, ninguém precisa em seu alto cargo na hierarquia católica usar a Igreja como escudo. Calúnias ou pecados podem acontecer aos homens, é da vida e do mundo, contudo, a Igreja é invencível possam caluniar e até matar os seus membros o quanto queiram. Eu acredito que Dom Alberto seja inocente, mas a reação dele às alegadas calúnias, o discurso dele foi muito aquém do esperado de alguém que tem a plenitude do sacramento da divina ordem.
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