Autoria: João Emiliano Martins Neto
Personagem de Sharon Stone sem calcinha no filme Instinto Selvagem |
Apesar da convulsão, loucura e fanatismo político em que vive o Brasil e o mundo com a emergência de uma extrema-direita questionando o status quo moderno. Quem diria, até os modernos e a esquerda tem o seu status quo a conservar daí as convulsões acontecendo. Mas, vou escrever aqui em mal traçadas linhas mais um artigo falando de minh'alma, quem sabe fazendo emergir o meu eu substancial em um conhecimento por presença.
Jesus Cristo que era Jesus Cristo, que é o pastor e bispo das nossas almas, dizia o primeiro Papa São Pedro (1 Pedro 2, 25), mandou que se desse a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (São Mateus 22, 21). Portanto, é vida que segue, deixemos um pouco de lado a questão do poder que na sanha por dominação leva seres humanos a serem tão ridículos ao ponto de Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Messias Bolsonaro no debate de ontem da TV Globo confessarem os pecados uns dos outros menos os próprios pecados. Poder que leva também seres humanos a se disfaçarem de padres, com batina e cruz peitoral e tudo, que é o caso daquele falsário padre Kelmon nesta eleição.
Eu tenho 43 anos de idade e ainda moro com meus pais. Premido pela preguiça, por uma doença mental gravíssima que diz a minha médica ser esquizofrenia misturada com transtorno bipolar, e premido pela homossexualidade tão incompreendida e detestada, eu ainda dependo de meus pais, então, eles acabam me controlando. A minha mãe fica curiosa e especula a respeito das minhas escapadas na calada da noite ao ponto dela me chamar de oferecido por eu sair até mesmo sem cueca, coisas da sedução que os heterossexuais - as mulheres em especial e nós gays agimos como mulheres como a personagem sem calcinha de Sharon Stone no filme Instinto Selvagem fisicamente e na alma abertos ao mundo - fazem e ninguém os questiona, eles são os ditos normais e são, de fato. Escapadas na calada da noite quando eu bebo umas catuabas, um tipo de bebida alcoólica. A coisa torna-se misteriosa e subterrânea, porque os meus pais são um bando de bolsonaristas, apesar de detestarem Jair Messias Bolsonaro, o Bozo miliciano e genocida.
Mistérios do lobisomem. Homem com homem vira lobisomem, diz o povo com relação à homossexualidade. "Tem que se esconder no escuro quem na luz se banha por debaixo do lençol", diz o verso do Carnaval e de uma música do filme Tieta do Agreste de Cacá Diegues. Tem que se esconder no escuro por debaixo do lençol, do encobrimento ou esquecimento, aletheía, da verdade. Brasileiro costuma fazer voto de ignorância, com a minha família é assim, apesar de a minha vida ser um livro aberto. Eles simplesmente não querem saber e minha verdade os fere, em especial ao Senhor meu pai.
Eles são bolsonaristas e não permitiriam eu levar alguém que eu esteja gostando em casa, então, eu acabo nos subterrâneos e até mesmo nos bas-fonds perigosos da vida, até mesmo arriscando a minha vida. Com relação a nós, homossexuais não estamos nem em 1910 do século XX quando os heterossexuais namoravam na sala diante da avó vigiando-os e eles quando muito tocando as mãos uns dos outros.
Conservadores são assim mesmo. São cabeças dura. E se são conservadores brasileiros une-se ao conservadorismo a opção pela ignorância que acaba travestindo a covardia quando não a hipocrisia, fingimento e dissimulação estão presentes e, aliás, são comuns no Brasil.
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