Autoria: João Emiliano Martins Neto
Friedrich Nietzsche tentou subverter Sócrates e Platão, a filosofia perene, e ainda tentou destronar o Cristo, tarefas ingratas.
Nietzsche fez como que um pensamento genealógico dos gregos ao criticar, por exemplo, Sócrates. Nietzsche dizia que na época do ateniense a dialética, dar razões, pegava muito mal. É interessante como em Sócrates a constituição do cosmos desceu do céu à terra, da physis ao homem, da constituição do mundo à constituição do mundo dos homens. Na nossa era cristã eu acho que similar à revolução socrática o filósofo Emmanuel Levinas diria que ética e ontologia são uma coisa só.
Nietzsche é um gênio literário e bem nascido, porque europeu, porque um Joaquim Maria Machado de Assis, contemporâneo poucos anos mais velho do que o alemão, apenas um rapaz latino-americano, mas outro gênio literário, Machado gastou o seu gênio a falar das mesquinharias brasileiras. Por exemplo, se Capitu corneou ou não Bentinho, o conto do homem que queimava patas de ratos vivos à chama de uma vela e fofocas de comadres de vila.
Ou então que desperdício de talento, Machado gastou falando de um psiquiatra, Simão Bacamarte, que achava que todo mundo da cidade era louco no conto O Alienista. Friedrich Nietzsche estava se lixando para equilíbrio mental, já no final da vida orgulhou-se no meio da rua de destronar o Cristo, coisa que ele em grande parte conseguiu.
Friedrich Nietzsche diz que a sede de conhecimento é algo europeu, nasceu com os gregos, nem todos os povos tem pelo menos consciência de um tal intelectualismo que consiste em conceitos básicos intrínsecos. Contudo, se descobrimos tais conceitos podemos dissertar sobre eles, e se são tão fundamentais, intrínsecos, não largá-los.
O que causou a emergência do pensamento na Europa, na Grécia? A consciência, o homem e com isso a ciência e a crítica, a Filosofia, a sede de conhecimento emergiu em um certo período. O que causou isso? A insuficiência da religião nos pré-socráticos e em Sócrates a insuficiência da democracia em Atenas? Se formos ver Friedrich Nietzsche é uma negação do pensamento, da ciência, ou de uma forma de pensamento e ciência que é a ciência triste, em prol da ciência gay, a gaia ciência defendida por ele. Nietzsche defendia um pensamento estético, dançar diante de um abismo ao contrário do socrático e platônico que culminou no cristianismo, no ascetismo, que culminou na negação da vida como expressão da vontade de poder que é toda uma cosmologia que inclui o homem na natureza. Nietzsche incluiu-se como o último pré-socrático, estudou a physis, foi um pré-socrático original.
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