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Olavo de Carvalho   " Um filósofo não estuda autores e textos. Estuda problemas, estuda a realidade, estuda a existência e seus enigmas...

sexta-feira, 25 de março de 2022

Carta ao Papa Francisco

Autoria: João Emiliano Martins Neto


O texto abaixo é uma carta que eu enviarei para o Santíssimo Padre Francisco, o Romano Pontífice.


Belém, Pará, Brasil, 24 de março de 2022. (5ª feira)

 

Olá, Sua Santidade Francisco. Como vai? Meu nome é João Emiliano Martins Neto, sou natural da cidade de Belém, a capital do Estado do Pará, no norte do Brasil. Venho por meio desta correspondência para falar-lhe algo de mim, algo de minh’alma à guisa de um testemunho que eu espero, se Deus permitir, muito concreto e sincero a respeito de quem eu sou e que possa ser um testemunho do que é o homem em suas misérias e coisas boas que ele possa ter, em um sentido universal. Esta eu pretendo que seja a primeira de várias cartinhas que eu envie à Vsa. Santidade.

 

Santidade, eu tenho 43 anos de idade, nasci no dia 2 de dezembro do ano de 1978, fui batizado na Igreja da Santíssima Trindade de minha cidade natal pelas mãos do Monsenhor Geraldo Menezes. Duas coisas marcaram a minha vida que foi uma doença mental gravíssima, o transtorno bipolar e a homossexualidade. A doença bipolar, que como o nome diz, é algo de transtornar, confundir, enlouquecer, de fato, complicou a minha vida o que fez-me perder uns bons longos tempos dos meus melhores anos de vida que eu poderia ter usado para os estudos e o trabalho, não que depois de diagnosticado e medicado eu não tenha me tornado uma pessoa ociosa e preguiçosa, mas, pelo menos serve como uma boa explicação para a minha inação somado ao preconceito contra nós, doentes mentais, e contra nós, homossexuais, da parte de um povo como o brasileiro que é conhecido como o povo mais católico do mundo, contudo, é tudo uma fachada, é fingimento misturado com ignorância e sincretismo religioso, são católicos nominais, incompreensivos, para os quais o que bem caracteriza a condição humana que é a enfermidade mental, ensinava Carl Gustav Jung, para eles é “casa das índias”, conforme dizemos aqui em Belém, para eles causa espécie e grande estupefação, eles são preconceituosos e incompreensivos, simplórios, gente que veio das selvas. No tempo atual um ideólogo de extrema-direita e charlatão, ainda que tenha sido um vocacionado para a Filosofia, Olavo de Carvalho, já falecido, que foi como eu, internado em um hospital psiquiátrico manicômio, hospício, ele em um áudio que se encontra na internet por soberba negou que tinha sido internado em um manicômio, no ano de 1977, e ele ainda discriminou injustamente, o áudio sobre isso encontra-se também na internet, a um pobre e miserável aluno dele esquizofrênico que estava muito mal, com paranoia, o sujeito, Olavo, que dizia-se católico no final da vida não sem antes na juventude ter sido membro de seitas islâmicas esotéricas turuq (plural de tariqa) uma delas chamada Tradição onde praticavam-se abortos com a anuência dele. Olavo disse, desprezando o pobre rapaz, que não falaria com alguém “com a cabeça cheia de haloperidol”. Bom, eu penso assim, Santidade, se alguém doente mental está “com a cabeça cheia”, dizia o celerado, de tal antipsicótico que é uma grande conquista da ciência, o haloperidol ou Haldol, medicamento que eu mesmo já tomei e ajudou-me deveras, que bom, está pessoa está se tratando, o perigo seria se ela estivesse com a cabeça cheia de substâncias ineficazes e viciantes a exemplo de álcool ou de drogas.

 

Santidade, um homem como este tal Olavo de Carvalho que fez chegar ao poder, à Presidência da República do Brasil, um comprovadamente extremista de direita nazifascista como Bolsonaro, que com negacionismo não soube administrar a grave pandemia ou sindemia de Covid-19 chegando ao ponto de receitar remédios ineficazes contra o mal. Ele que já encontrou-se muito cordialmente e como verdadeira aliada à uma extremista de direita alemã como Beatrix von Storch e com falas cruéis contra gays, dizendo que ninguém deles gosta, de nós, gays, mas somente as pessoas nos toleram. É de causar revolta alguém que hoje é Presidente da República dizer algo assim, Santidade, porque o que é ser gay? Ser gay é uma prática ou é uma condição? A definição do gay ou do homossexual é que se trata de uma pessoa humana que tem atração sexual e afetiva predominantemente ou exclusivamente por alguém do mesmo sexo que ela, diz o Catecismo. Ora, uma condição com essa é, até onde eu sei, cientificamente imutável ou só por um milagre de Deus pode ser revertida tal condição de inversão. Como fica alguém que é casto, todavia, tem tal condição? Deve ser do mesmo jeito detestada? Mesmo alguém praticante de atos homossexuais não merece ser amado como cada um gostaria que o amassem desde que primeiro observando-se o amor a Deus sobre todas as coisas? E o amor aos inimigos como fica na mente desses nazifascistas homofóbicos e que ainda se dizem cristãos e católicos? Um homem como Olavo de tamanha envergadura e importância para o Brasil tratar a nós, doentes mentais, com tal desprezo diante de nossa fraqueza que exige, conforme a divina e santa fé católica e conforme o direito natural, o cuidado e a misericórdia, sendo tal fariseu hipócrita um doente mental, por sua vez, é um homem assim que faz a cabeça de uma nação como a brasileira, elegeu um presidente, indicou ministros, não sem a colaboração pelo voto deste mesmo povo brasileiro retrógrado, atrasado, sem escola e cruel muito especialmente para nós, doentes mentais e para com nós, gays.

 

Houve uma época, Santidade, que eu fui evangélico protestante, de uma seita pentecostal, a primeira igreja evangélica Assembleia de Deus que surgiu no mundo em minha cidade de Belém do Pará, dirigida por um pelo menos acusado de ser um bandido comum, chamado Samuel Câmara, um sujeito que foi pego pela Polícia Federal do meu país, na esteira da chamada Operação Farol da Colina, com a fortuna de 20 milhões de reais, ele alegou que tal fortuna era para despesas de seus auto nomeados pastores, já que são todos hereges. Câmara detestava-me, Santidade, porque eu sou doente mental e eu estava muito mal àquela época, nos idos dos anos de 2009 a 2013 que eu frequentei a seita dele. Não que eu deixe de reconhecer, graças a Deus, que muita coisa de ruim que ocorreu ali naquele lugar de heresia foi minha culpa, eu na época não queria aceitar o necessário tratamento que eu devo subtmeer-me. Contudo, Santidade, o chefe do lugar mostrou-se muito mais o vilão da história do que eu mesmo. Ele que gosta de do púlpito de sua seita orgulhar-se, um dos orgulhos dele é de não precisar de certos tratamentos psiquiátricos a exemplo do eletrochoque para dormir e é este tipo de gente tal qual ele que quer ter maioria no Brasil, que quer substituir a Igreja Católica. Ele citava equivocadamente Isaías 35, 8 perícope escriturística na qual o santo profeta diz que haverá nos tempos messiânicos a vereda pura e o caminho santo onde o impuro não passará por ele e os insensatos não rondarão por ali. Na tradução protestante da Bíblia Sagrada usada por Câmara contra mim, diz que “nem o louco errará”. Ele identificou tal “louco” como a minha pessoa e apontando o dedo do púlpito da seita dele escandalosamente para mim. Em uma ocasião em que em um mesmo dia, pela manhã, eu tive um surto na seita dele e fui às lágrimas, ele à noite, no culto da noite, citando Isaías 35, 8 vingou-se de mim, esmurrando o peito, berrava que “nem os esquizofrênicos e nem os psicopatas errarão”, querendo assim dar um diagnóstico a meu respeito. A interpretação correta de tal passagem bíblica, Santidade, segundo a Bíblia Ave-Maria, é que o “insensato” ou o “louco”, não é o insensato ou louco no sentido clínico, no entanto, é o sem religião que não errará em tal vereda pura e caminho santos dos tempos messiânicos que é exatamente o caso deste tal Câmara, Santidade. Por que? Porque ele ele escreve para um jornal local de minha cidade, o jornal O Liberal, aos sábados, e em seus artigos ele já chamou Deus de vacuidade, ou seja, uma nanidade, um nada, e com fúria verdadeiramente infernal e nazifascista contra nós, doentes mentais, ele xingou Jesus Cristo de louco, ele blasfemou, ao comentar o evangelho de Jesus Cristo segundo São Mateus no capítulo 8 e versículos de 1 a 13. No versículo 7 Cristo dispõe-se a imediatamente curar o servo do centurião de Cafarnaum e o herege protestante e blasfemo Samuel Câmara viu em tal atitude alguma coisa intempestiva e no lugar de dar a resposta humilde do versículo seguinte, 8, do centurião que em paráfrase nós, católicos, dizemos na Santa Missa antes de recebermos a Eucaristia, o acusado de ser um bandido comum amaldiçoou a Jesus Cristo. Então, ele é o insensato, ele é o sem religião, o louco que não errará no caminho santo descrito pelo profeta. A loucura dele não tem qualquer remédio humanamente conhecido que possa ajuda-lo, somente muita penitência por ele, sem dúvida. Para mim há remédios da ciência ajudam-me. Samuel Câmara mobilizou a seita dele inteira, Santidade, para xingar-me de doido e admitiu isso, certa vez, do púlpito, aos gritos, porque os auto nomeados pastores pentecostais e neopentecostais costumam gritar. A cosia ficou tão feia para o meu lado, Santidade Francisco, que eu mesmo xinguei ele de bandido na presença dele, baseado no que eu sabia dele, ele saiu correndo da minha frente como um rato. Pouco tempo depois Câmara expulsou-me de sua seita em um culto público e ameaçando-me de morte dizendo que era para eu fugir, pois que poderia haver uma queima de arquivo. Nesse ínterim, o vice-presidente, chamado Nelson Cardoso, da seita Assembleia de Deus aqui em Belém, de forma alusiva, covarde, típica de pentecostais e neopentecostais, ele ameaçou-me agredir-me ao ponto de eu ir parar no hospital de tão ferido. Câmara mobilizou a sua família para ameaçar-me. Uma cunhada dele, auto nomeada pastora Márcia Costa, mesmo que com lágrimas nos olhos diante de minha situação de doença grave, mudava o discurso para ameaças e usava apelidos degradantes contra mim, ela que é esposa do ex-Comandante Geral da Polícia Militar do Estado do Amazonas, Daniel “Dan” Câmara, irmão de Samuel Câmara, também acusado de crimes e condenado por alguns.

 

Santidade Francisco, hoje a internet influencia tremendamente o mundo, sobretudo por suas redes sociais e aqui na minha cidade de Belém do Pará no ano de 2007 eu conheci um sujeito chamado Leonardo Bruno Fonseca de Oliveira que usa na internet o codinome Conde Loppeux de la Villanueva que é um típico caso da extrema direita que chegou ao poder nos últimos anos em meu País, o Brasil, que é a chegada ao poder dos fariseus hipócritas, dos intolerantes, preconceituosos, com traços nazifascistas, é o que chamamos aqui no Brasil do tiozão do pavê ou do churrasco que é aquele familiar nosso, simplório, preconceituoso, machista, boquirroto, homofóbico, que diz banalidades acerca de tudo o que é comum ao mundo. O tal Conde chegou a dizer para mim que não era para um conservador ser tão honesto e virtuoso assim, que era para dar um espaço para a desonestidade em uma atitude típica do fariseu hipócrita que assentado na cadeira de Moisés, já que essa direita se diz ser tão cristã, e disse Jesus Cristo que devemos observar e praticar tudo o que os escribas e fariseus  disserem, porém não imitá-los em suas obras, pois dizem e não praticam (São Mateus 23, 2-4). Este sujeito, Santidade, que afirma e reafirma em seu conteúdo na internet em diatribes contra protestantes fazendo uso de palavrões e pornografia, ele diz ser tão católico, ainda que ele diga de forma pretensamente humilde não ser um bom católico e eu já o conheço há 15 anos, apesar dele nunca querer ter se encontrado pessoalmente comigo nunca, e se em 15 anos ele não melhorou a sua catolicidade, ele já deve estar se orgulhando de ser um mau católico. Este sujeito, Conde, que se diz tão católico, disse de forma injusta, por que não dizer nazista para um nosso amigo comum que era para eu ser alijado da sociedade, porque eu sou doente mental, apesar de eu submeter-me, graças a Deus, ao necessário tratamento e com grande sucesso.  Este sujeito, Conde, Leonardo, em uma live xingou de “bichas”, de forma pejorativa e cruel, aos miseráveis e desgraçados homossexuais que fogem das tiranias islâmicas. Certa vez, Santidade, este sujeito, Leonardo, Conde Loppeux, chamou-me de tarado, porque já que eu praticaria sexo anal, logo, eu seria um tarado. Mas, Santidade, hoje nenhum especialista médico, psicólogo ou psicanalista compartilha de tal opinião sobre nós, homossexuais, talvez só um Dr. Joseph Mengele nazista diria o que ele diz.

 

Bom, é isso Santidade Francisco, amantíssimo verdadeiro e universal pastor da grei de Cristo neste mundo, mestre, doutor e pai o que por hora algo de minh’alma eu gostaria de dizer para o senhor. Peço que Sua Santidade reze por mim e eu rezarei pelo senhor.

 

ABRAÇOS!

 

Atenciosamente,

 

JOÃO EMILIANO MARTINS NETO

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