Autoria: João Emiliano Martins Neto
Dia desses abriu os meus olhos, eu descobri que realmente eu sou um covarde. Abriu meus olhos de tal maneira que uma coragem, força rara me veio até ao ponto de eu ponderar que é preciso ser corajoso e não temerário, isto é, não se achar que se pode fazer tudo, não se pode correr todos, absolutamente todos os riscos. Eu pelo menos umas duas ou até três vezes já me referi aqui neste meu blog de que eu sou covarde. Mas, há uns dois ou três dias atrás diante do fato de uma mulher funcionária do Amazon Deli - Coffee Shop, um tipo de café ou restaurante ali da chique e elitista Avenida Comandante Braz de Aguiar, quase esquina com a Travessa Benjamin Constant, que fica aqui na minha cidade de Belém do Pará, capital do Estado do Pará, ela supostamente na minha opinião e dada a pelo menos uma reação dela, uma reação emitindo um som de "hum", linguagem misto de inveja, esnobação e rancor próprio da impotência feminina e é possível falta de encanto de certas mulheres que chegam ao ponto de perder para nós, homossexuais, pobres e miseráveis diabos invertidos. Gesto dela típico da disputa que existe entre nós, gays, e as mulheres na disputa pelo corações dos homens, ela estaria me discriminando injustamente por eu ser gay. Acho eu que ela estaria pensando que eu iria quiçá assediar os rapazes outros funcionários como ela ali, o que não é verdade. Não era a minha intenção. Eu só gosto de conversar e se Deus me permitir sempre conversar de forma fecunda, em busca da simples verdade. Ao longo dos dias que se seguiram eu pensei, talvez covardemente, em talvez amaciar com ela, tentar um acordo com a fulana. No fundo uma atitude bem covarde e ao estilo de um capacho que é o meu caso. Ao longo dos dias meus olhos estavam sendo preparados para se abrirem para o fato sonante e real de meu medo, de minha covardia, o mais baixo dos vícios, condenado por Deus no livro do Apocalipse onde os primeiros a serem precipitados no inferno somos nós, os covardes, os frouxos, os frangos, os "veadinhos" e mulherzinhas no pior sentido de alguém ser gay ou mulher, e não quaisquer outros pecadores que descerão ao inferno depois.
Nós, os covardes, por sermos covardes, medrosos, a gente inventa um monte de subterfúgios, desculpas, para o nosso cagaço. O último deles, que talvez até seja verdade, antes das escamas caírem dos meus olhos, foi eu dizer para uma pessoa que eu seria covarde, porque eu convivi desde criança com um excesso de mulheres em casa. Talvez seja isso o motivo de eu ser homossexual, e até de ter acabado doente mental. Em particular, provavelmente, por causa de minha mãe que tem um gênio terrível, é histérica com mania de ordem e limpeza; que sempre quis ser "o meu pai um dia", sempre disse ela. Somada à uma irmã das três que eu tenho que me parece até meio psicopata ou é só uma rancorosa cujo lugar é na geena que me odeia até hoje, brigávamos muito na infância e sobretudo na adolescência.
Mas, bom, o que se vai fazer com o que o mundo faz da gente? O mundo, um dos inimigos da alma humana junto com o Diabo e a carne. É preciso não aderir ao mundo, é preciso não aderir ao sistema esmagador do mundo, ainda que Jesus Cristo e os seus verdadeiros e grandes santos tenham sido e sejam esmagados pelo mundo, porém, a ele não disseram sim. Foram eles feitos de pano de chão velho e rasgado pelo mundo, no entanto, não incorporaram em seu ser tal condição. E por que não disseram sim e por que não assumiram a identidade ou ontologia de pano de chão? Porque tiveram coragem, o contrário da covardia, e a coragem é a mãe de todas as demais virtudes.
Eu tremendo de medo igual vara verde daquela mulher do Amazon Deli, eu me cagando, preciso ainda ter a virtude, força da coragem. Que Deus me ajude. Sem a coragem a minha condenação ao inferno é certa, visto que claramente as demais virtudes a mim faltarão para uma vida católica no rumo da santidade, fecunda, interessante, que enfrente mesmo os poderosos dentro e fora da Igreja Católica. Eu tenho um temor servil pelo alto clero que vem errando clamorosamente nos últimos sessenta anos depois do malfadado Concílio Ecumênico (também no mau sentido de ecumênico) Vaticano II.
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