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segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Protestantes e ateus, mesmo combate

 Autoria: João Emiliano Martins Neto


Eu estava assistindo, hoje, a um vídeo sobre religião dirigido pelo filósofo Luiz Felipe Pondé em que um pastor, um ateu, um católico e uma agnóstica são colocados frente a frente. Chamou-me a atenção que o pastor, Ed René Kivitz, batia de frente com o ateu, por exemplo, em uma ocasião dizendo que o deus dele não seria o do ateu, porque supostamente o ateísmo seria uma questão de não se crer na divindade do outro.


Muito bem, o deus de um protestante e o de um ateu é o mesmo, protestantes e ateus, mesmo combate. Ambos emancipados da instituição divina que é a Igreja Católica tem por deus a si mesmo, o próprio eu, tem por deus a própria opinião que o diga a cada dez minutos um idiota protestante qualquer fundar uma nova seita protestante em alguma parte da borda do mundo. Só um cego não nota que a ideia de eu e de individualidade tomou corpo depois da Reforma Protestante com René Descartes, não que o cristianismo não seja alguma semente disso, ao meu ver, pois Cristo dizia a quem ele curava que a fé de tal pessoa individual a curou. Ambos, o protestante e o ateu, emancipados certamente da Igreja Católica tomam como juízes supremos a si mesmos, o próprio eu, a própria individualidade, tomam como juiz supremo a própria interpretação privada, arbitrária do que seja o real cuja radicalidade de tal atitude é clara no ateu, o protestante a disfarça escondendo-se no que ele chama de Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, que ele a interpreta ao arrepio da Igreja Católica que Cristo Jesus fundou, ele que decide que tal coisa é Palavra de Deus transmitida por escrito, porque há grupos tão protestantes quanto Kivitz, os liberais teológicos, que acreditam que a Bíblia é apenas um documento humano, escrito por homens, logo, o puro arbítrio, tanto quanto ocorre no ateu, ocorre com o protestante, mas, o protestante é mais burro para não percebê-lo.

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