Ainda o Olavo de Carvalho (visão panorâmica)

Autoria: João Emiliano Martins Neto

 

Olavo de Carvalho

Ainda a questão do Olavo de Carvalho, agora em uma brevíssima visão panorâmica do que seria a filosofia dele, mas que as pessoas chocadas com o tumulto meramente político ou não tão meramente, porque a política decide na propagação ou não do coronavírus, cujo vetor é o presidente Jair Messias Bolsonaro, o Bolsovírus, apoiado por Carvalho. Ou, as pessoas ignoram ou não querem ver para pelo menos avaliar o que se pretende filosofia, pensamento em Olavo de Carvalho. Bom, do pouco quase nada que eu já consegui apreender do que ele diz ser a filosofia dele, é que Carvalho defende a ideia de que conhecimento é conhecimento não racional, mas intuitivo. Por exemplo, ele diz que naquele famoso silogismo, "todo homem é mortal. Sócrates é homem, logo, Sócrates é mortal", Carvalho diz que tal nexo na mente do homem para tal conclusão é um nexo intuitivo, não passaria pela racionalidade que compreende dedutivamente a análise para posterior síntese, pois perder-se-ia em silogismos. Carvalho diz que os manuais de lógica não compreendem assim sobre esse assunto como ele, sendo, por isso, Carvalho, uma revolução no pensamento, e logo ele que tem toda uma teoria contrária ao que ele chama de mentalidade revolucionária, isto é, só não podem ser revolucionários os outros. Também para Olavo há algo de central no que supostamente seria a filosofia dele que é que conhecimento é autoconhecimento. Para Olavo não deve haver nenhum hiato entre metafísica, ética e política, deveria haver um espiritualismo material. Também Carvalho tem a ideia da teoria dos quatro discursos, isto é, o discurso humano é uma potência que vai da narrativa literária mito-poética, a começar da poesia; passando pela retórica dos sofistas em suas narrativas que seria a sua própria versão mítica para fins de tomada do poder, e, aliás, a direita atual cujo parteiro foi Olavo ama narrativas, o termo "narrativa", tanto quanto a esquerda, ambos apostam em um discurso hipnótico em vista do poder e que se dane a verdade. Depois o discurso humano chegaria à dialética, à Filosofia propriamente dita, em vista agora e finalmente da busca da verdade e temos aí o exemplo de Sócrates que também opunha-se aos sofistas com sua mitologia politiqueira. Por fim, chegar-se-ia o discurso humano à Ciência, à fase apodítica nas obras de Lógica de Aristóteles.

 

 

Olavo de Carvalho tem escritos e vídeos muito suspeitos, para não dizer toscos, na internet onde ele domina como aquele de que supostamente no refrigerante Pepsi haveriam células de fetos abortados ou a questão da terra plana entre outras coisas suspeitas. Mas, caro amigo leitor, de loucuras de filósofos a História está cheia, se é que Olavo de Carvalho é filósofo, como Sócrates que n'O Banquete diz que sentia vivo desejo carnal por seus alunos, ou a há influência de Sócrates sobre seus alunos, à exemplo de Crítias que fazia parte dos Trinta Tiranos que derrubou a democracia em Atenas. Platão que assessorou ideologicamente um tirano, Dionísio II de Siracusa, e foi vendido como escravo. Martin Heidegger assessorou ideologicamente o III Reich. Immanuel Kant amarrava-se à própria cama a fim de não se masturbar enquanto dormia e Friedrich Nietzsche que combatia tanto o cristianismo que defende a compaixão pelos fracos, acabou Nietzsche pedindo misericórdia por um animal quadrúpede de tração, enquanto negava teoricamente misericórdia aos homens, seus próprios semelhantes.

 

 

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Post scriptum: Resolvi escrever os parágrafos, acima, de novo sobre Olavo de Carvalho, porque movido por um vídeo de um professor de Filosofia, doutor, o Doutor Filicio Mulinari, na internet que eu vi, hoje, dia 01º de abril de 2021, dia da Missa da Ceia do Senhor (Tríduo Pascal), e um dia após o dia 57º ano da Revolução ou Golpe Militar de 1964. Se Olavo de Carvalho é hoje um velho encarquilhado no mal e na loucura com seus delírios persecutórios de uma direita delirante e incompetente para estar no poder, já desde a época do Golpe de 64 já era delirante e incompetente em seu anti-comunismo de hospício, se ele é tudo isso, contudo, mais uma vez aqui neste meu blog eu dou, por justiça, uma oportunidade e um espaço para que pessoas mais vistosas tal qual o tal Olavo, um bem ou mal formador de opinião, possa ter a chance de ser retratado com justiça e lucidez que mesmo aos piores dos homens não devem ser negadas, a justiça e a lucidez, e a quem quer que se diga um intelectual deve-se pelo menos ser avaliada com objetividade se tal pessoa é uma pessoa de pensamento.

 

Aliás, se nem o referido professor Mulinari que é doutor em Filosofia não soube avaliar se Olavo de Carvalho é um filósofo ou intelectual digno de tal título não será eu, um leigo em Filosofia que ainda não ingressou nem sequer na graduação em Filosofia, que saberei avaliar.