Autoria: João Emiliano Martins Neto
Há dias atrás, uns cinco dias atrás, chamou a atenção na imprensa o uso em um tribunal de cartas supostamente psicografadas por médiuns espíritas que teriam recebido mensagens de espíritos de mortos em um incêndio em uma boate chamada Kiss na cidade de Santa Maria, Estado do Rio Grande do Sul, no dia 27 de janeiro do ano de 2013 quando foram vitimadas 242 pessoas e ficaram feridas outras mais de 600. Um ano e dez meses depois da tragédia sete pessoas das famílias das vítimas foram em busca de quatro médiuns para obterem pela necromancia espírita kardecista que os supostos espíritos de seus filhos já falecidos mandassem-lhes uma notícia do além, a fim de confortá-las, o que tornou-se livro intitulado "Nossa Nova Caminhada."
"Contudo, de minha parte compreendo que, no último quartel do século passado, mais de duas centenas de espíritos, desejosos de adentrar o Terceiro Milênio da Era Cristã sem maiores comprometimentos cósmicos reuniram-se no Mundo Espiritual e decidiram pelo resgate coletivo das faltas cometidas em séculos anteriores.
Claro que referidos compromissos não dizem respeito tão somente a nós outros, visto que, em maioria, aqueles que nos acolhiam na condição de filhos igualmente se encontravam comprometidos perante as Leis Divinas, que nos compelem as quitações de nosso débitos para com a consciência ceitil."
A mensagem, acima, em itálico que eu retirei do site G1 de uma notícia antiga referente ao incêndio na casa noturna Kiss e coloquei em negrito o que mais adiante eu comentarei sobre a posição espírita ser antagônica à posição cristã mais clássica possível sobre a justiça divina seria do suposto espírito de uma vítimas do incêndio na Boate Kiss, Guilherme Pontes Gonçalves, por meio do suposto e autointitulado médium Carlos A. Baccelli. A advogada Tatiana Borsa quis usar o recurso do que seria uma evidência espírita em favor do músico Marcelo de Jesus dos Santos, vocalista da banda musical Gurizada Fandangueira que estava tocando no dia do incêndio na Boate Kiss e seu cliente, réu no processo acusado de matar os jovens na boate.
Eu que já fui espírita por uns oito anos de minha vida, não nego que o espiritismo pareça ter evidências, porque eu já ouvi e li falar de muitos fenômenos espíritas que parecem no mínimo intrigantes, contudo, é de se notar que os espíritos que se manifestam nos arraiais do espiritismo kardecista são pagãos, contudo, querem misturar-se com o cristianismo que é basicamente salvação pelos méritos de Jesus Cristo por meio da fé e do batismo, além dos sacramentos da confissão e da unção dos enfermos e isso no meio católico, porque no protestante a coisa vai longe sendo em tal meio a justificação vinda somente da fé (sola fide) sem o concurso das boas obras. No protestantismo a justiça de Jesus Cristo é imputada no homem que tem a simples fé que para nós, católicos, é a raiz de tal justificação. No catolicismo seguem-se as naturais boas obras que são os frutos da caridade de quem primeiro creu e recebeu os sacramentos.
Enquanto isso no espiritismo, segundo se pode ler na mensagem do suposto espírito, supra, e nos livros que estabeleceram tal ideia no mundo que são os de Allan Kardec como o livro "O Evangelho segundo o espiritismo" que é constituído do que se diz lá as máximas morais de Cristo em concordância com o espiritismo ou em outros livros espíritas como os de Francisco Cândido Xavier, Divaldo Pereira Franco e outros livros de autores espíritas o que se diz nos mesmos está em conformidade como o que o suposto espírito de Guilherme Pontes Gonçalves diz, é punição até o fim, castigo sem remissão dos pecados conforme reza o Credo Apostólico.
Isso é paganismo o que ocorre no espiritismo é o fim da misericórdia e o estabelecimento da vingança e do ódio sem fim que é o que é o espiritismo. Mas, no espiritismo não se vai até as últimas consequências, porque os espíritos que se comunicam como esse suposto espírito do jovem Gonçalves e outros do livro encomendado por alguns membros das famílias dos jovens falecidos, esses espíritos não exigem a justiça que foi feita anos depois contra os donos da casa noturna e contra os integrantes da banda Gurizada Fandangueira que acionaram o sinalizador que fez tocar fogo na Kiss. É impressionante a contradição, porque criminosos comprovados deveriam ser absolvidos, ora, isso não é justiça e nem é misericórdia da parte do espiritismo. Não é justiça não lembrar-se da misericórdia e não é misericórdia não lembrar-se da justiça quando de crimes e erros, malfeitos comprovadamente cometidos e que proporcionalmente devem ser punidos ou até em alguns casos perdoados pela autoridade competente podendo ser um governante ou o próprio Deus, coisa que o espiritismo não admite, mas, não vai tão longe em ser justiceiro, pois que quer, como dito, perdoar os criminosos da Kiss.
O espiritismo dá voz a espíritos de um paganismo que exige sangue e lágrimas humanos derramados, no entanto, nunca vai tão longe e acaba ingênuo com uma noção cristã leiga e obtusa de não admitir a justa paga por crimes cometidos até mesmo para que, se o espiritismo estiver correto, fazer os criminosos, proprietários e músicos, já aqui nesta encarnação pagarem ou começarem a pagar proporcionalmente e com consciência por seus malfeitos.
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