Autoria: João Emiliano Martins Neto
Todos os dias eu visito o sacrário, a fim de rezar um pouco diante do próprio Senhor Deus Jesus Cristo que está sob a mera aparência, acidente do pão dentro do sacrário em cada templo da Igreja Católica no mundo inteiro. Então, ontem diante do sacrário da magnífica Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré do Desterro que fica na minha cidade de Belém, a capital do Estado do Pará, depois dirigi-me para rezar diante de uma imagem de São José.
Rezei ali diante de São José que é o homem do silêncio e da oração. Não há uma só palavra por ele proferida em toda a Bíblia Sagrada, mormente no Novo Testamento, e assim, no silêncio e na oração ele decerto que aproximou-se da Sabedoria que é Deus, e assim santificou-se, separou-se para o serviço da Sabedoria. Fiz a minha oração a São José, uma oração para consagrar-me a este Senhor e Pai, pois que decerto que seria muito propícia uma consagração minha a ele para alguém como eu que quer ser filósofo, estudante de Filosofia, a tradução do termo grego "Filosofia" é exatamente amor à sabedoria.
Se São José, o homem do silêncio e da oração achegou-se à Sabedoria ao ponto da Sabedoria falar-lhe em sonhos auxiliando-lhe em suas dúvidas e decisões, e isto de sonhar já aconteceu comigo inúmeras vezes; segue-se que o calar, unido ao rezar e o adormecer em paz, deixar-se mergulhar nos braços do antigo Morfeu, sem ser vencido pelas preocupações que é o tentar loucamente colocar algo como o mundo dentro da própria cabeça humana limitada, resolver tudo com o pobre e limitado pensamento humano, tais atitudes josefinas são a chave para a Filosofia.
A chave, o que seja o fundamento do mundo, enfim, a Sabedoria, deu-se ao maior dos santos que é São José por meio do calar e com isso rezar mais. Deu-se o segredo do que seja o mundo, a verdade do mundo, o objetivo da Filosofia, deu-se a São José pelo deixar-se dormir em paz e em sonhos a Alma do mundo deu-lhe a conhecer os desígnios que preparava para ele.
Alguém pode dizer, ah, mas tu és um religioso, a Filosofia desde os seus primórdios na Grécia separou-se do mito para dar explicações sobre a essência do mundo pela via racional, lógica e argumentativa. Contudo, paciência, eu penso que o edifício da razão humana edificado pela Filosofia por meio da razão: lógica e argumentação ganha muito se por um dos fatos do mundo que é o mistério, aquilo que ultrapassa a razão humana, a razão humana tiver janelas para tal mistério.
Se o homem não idolatrar a si mesmo, tendo por deusa a razão, o homem ganha em sabedoria se levar em conta alguma variável a mais na equação do que seja a verdade sobre o mundo, sendo tal variável o mistério, o qual, paciência, ajudou São José que não argumentou, nada falou, nenhuma só palavra, mas apenas acreditou rezou e sonhou como muitos de nós sonhamos e ao sonhar o mistério a ele falou.
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