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domingo, 23 de maio de 2021

O espanto da Filosofia fechada

Autoria: João Emiliano Martins Neto


Eu estava assistindo a um vídeo de um professor e doutor em Filosofia na internet e em dado momento ele elencou como uma atitude fundamentalmente reflexiva, crítica, o saber se uma pessoa é realmente feliz. Ele descartou como uma das possibilidades racionais, filosóficas, claro, segundo uma ideia de Filosofia fechada, o alguém ser feliz, porque tem uma religião.


Certamente o professor vê com espanto que alguém seja feliz graças ao que é considerado pensamento mágico, charlatanismo e superstição pelos céticos, agnósticos, ateus, niilistas e relativistas da Filosofia fechada. Mas, o que se vai fazer? Algo como a religião, e no caso do ocidente é o cristianismo, responde historicamente, adentra como os raios de sol pelas fretas de uma janela fechada (a janela fechada da Filosofia fechada), aos magnos problemas humanos e transfigura o homem para algo, que se o filósofo fechado for honesto reconhecerá que nem é algo infra-humano a exemplo de quem cria um cachorro ou um réptil e nem é algo humano, contudo sobrepuja tudo o que é histórico, material, mensurável, racional e empírico.


Eu não quero com a minha defesa de uma Filosofia arejada, aberta para o teológico, espiritual e sobrenatural subverter a atitude contemplativa, teórica e abstrata: fora do mundo e do prático que é própria da Filosofia no ocidente, o que eu quero é que a variável do sobrenatural, do eterno, do meta histórico entre na jogada para o entendimento do real, porque simplesmente tais coisas são parte do esclarecimento acerca do mundo.


Um professor certamente cético e relativista como este da internet poderia dizer para um homem ser feliz que ele vá varrer a casa, dormir em uma rede e nada fazer o dia inteiro na mesma. Ele pode dizer que tal pessoa vá dar uma caminhada. Que vá fazer sexo. Que vá ao cinema ou ao teatro ou vá tomar uma cerveja no bar. Que vá passear com o cachorro. Enfim, pode aconselhar para o outro à maneira de receita para a felicidade qualquer coisa mundana e humana, todavia, não é nada realista, a Filosofia fechada é fundamentalmente algo fora deste mundo no pior sentido, prescindir do espiritual. 

 

É aquela coisa, o espanto da Filosofia fechada diante do que fuja aos seus limites cegos, que não vê mais a verdade: a coisa em si do mundo, é tal, que só resta a omissão e é claro que no limite a proibição de perguntar acerca de algo para além dos muros do mundinho dos homens evidentemente que escravos de outros homens.

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