Provocações - Paulo Ghiraldelli Jr.

O professor Ghiraldelli não é de se jogar fora, como diz um grande amigo meu. O Ghiraldelli é dos esquerdistas do Brasil atual um dos dos mais inteligentes que conheço, mas é esquerdista, tem sempre aquele limite na lucidez dele que seria à maneira de um fetiche burguês de esquerdista como a defesa dele de uma liberdade não classicamente considerada, isto é, como a liberdade tal qual um meio para atingir-se um fim conectado ao bem, ou seja, valeria para o professor Ghiraldelli matar um ser humano no ventre da uma mulher em nome da tal liberdade dela em relação ao próprio corpo, ora, bela concepção de liberdade burguesa irresponsável de menino mimado, liberdade de filhinho de papai sustentado por papai empresário que desconhece que o que se faz tem consequências e a consequência do sexo heterossexual, é a de uma possível gravidez, sinto muito. Enfim, o professor Ghiraldelli como apóstolo da igualdade, esquerdista que ele o é, só mostra o messianismo laico, só mostra o cristianismo ateu de todo esquerdismo que acha mesmo que pode haver igualdade entre, por exemplo, ele, filósofo provocador e dos bons e uma massa de gente, uma multidão que prefere agredi-lo e quiçá matá-lo porque com justiça está a provocar tal multidão enquanto a referida multidão prefere comer e beber, porque acha que amanhã morrerá e só.