Idéias fechadas e abertas

Há séculos William Shakespeare enunciou que há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia. Bem, um conjunto de idéias, imagens que se tem do que seja o mundo, em forma de doutrinas ou ideologias se os seus defensores não querem que degenerem em ídolos, em meros slogans, palavras de ordem ditos histericamente por aí por meros personagens, máscaras que escondem a hipocrisia sem fim de quem não estaria verdadeiramente disposto a dar a própria vida pelas suas idéias e o teste maior, sem dúvida, de toda idéia é o martírio,
se os defensores de quaisquer idéias que sejam não querem que os seus discursos sejam vazios é importante que suas idéias não sejam fechadas ao ponto da auto-referência psicótica, mas idéias abertas. Agora, abertas a que? Bem, abertas ao jogo dialético, ao diálogo com a experiência vivida em carne e osso, deve ser tal idéia aberta aos fatos, ao mundo como tal mundo apresenta-se e toca a todos que não forem amnésicos, doente mentais absolutamente irremediáveis, gente canalha e desonesta ou bêbados e drogados. Logo, nada de idéias ou filosofias ou ideologias fechadas, caros leitores, mas tenhamos as idéias do mundo que tivermos, mas sempre em tensão e diálogo fecundo e sincero com o mundo e, então, veremos o quanto o buraco é mais embaixo, como diz o povo, veremos o quanto há um como que mistério profundo acerca do mundo e do real que não há homem ou anjo e nem mesmo a Virgem Maria, a maior das criaturas, pode penetrar, mas somente Deus o sabe, pois é quem tudo e acerca e de todos sabe e a postura de Serva totalmente humilde de Maria é a melhor posição que o homem e o anjo devem tomar. Maria que por sua Imaculada conceição se é a onipotência suplicante eu diria que é também a onisciência do bom e, aliás, Ela é a Mãe do Bom e Perfeito Conselho. Quem consagra-se totalmente à Sempre Virgem Maria Mãe de Deus, sobretudo no caso de nós, os paraenses, brasileiros que somos do norte do Brasil, que hemos de festejar mais um Círio de Nazaré no próximo dia oito de outubro de 2017 que como que cordas do Círio atrelem-nos à Santa Maria, sobretudo pelos sacramentos da Eucaristia e da penitência, segue-se que pela total consagração nossa à Maria, ainda que apesar de nossa pequenez de criaturas anjos ou homens incomensuravelmente abaixo da Sempre Virgem, mas como que configurados à Mãe da Amazônia, Mãe dos paraenses e Mãe e Senhora de todo o universo, que configurados à Ela nossas idéias sejam abertas para além de auto-referências autopiedosas a nós mesmos, mas abertas à infinitude metafísica como é infinito e belo o horizonte que espera todos aqueles que tem fé, esperança em Deus que fez o céu e a terra e por isso amam e amam ardentemente a Deus acima de todas as coisas e amam ao próximo como a si mesmos.