Fidelidade é antes fidelidade a si mesmo. Fidelidade é ser fiel à própria consciência, é ser fiel, é ser leal às mais altas aspirações pessoais que de alguma forma são as aspirações no macrocosmo de toda a humanidade vividas no microcosmo de cada indivíduo. Um vício, algo que debilita e incapacita a função pessoal, individual e até mesmo social de um homem, uma paixão que não seja como a de Cristo que padeceu pelos pecados do mundo inteiro que Ele levou sobre Si,
as coisas más não são de forma alguma itens dignos de fidelidade e auto-sacrifício, uma vez que são atitudes, os vícios e as más paixões, no limite inconfessáveis, são as obras más feitas nas sombras como diz a Bíblia no livro de Jó e em um os evangelhos sinópticos, tais pessoas que as vivenciam jamais querem achegar-se à luz.
O fenômeno da paralaxe conceitual, de que fala o mestre Olavo de Carvalho, como o hiato entre a construção teórica do filósofo e a sua vida mesma concreta e existencial é o fenômeno mesmo, é a aparência a olhos vistos de uma alma humana que sabe que não pode ser fiel a tudo o que a desumaniza, a tudo o que é conta a lei e direito natural inscrito na natureza, no mundo, no social e na própria consciência humana. A não ser, é óbvio, se tal pessoa já está tão corrompida que o seu meio é a lama, aí, bom diz o apóstolo que nem sequer orar por tal alma é útil, porque tal alma peca para a morte. Se tudo vale a pena, caso a alma não seja pequena, como diria o poeta Fernando Pessoa, entretanto, é bastante mortífero, é pecado mortal, diria a Santa Igreja, ser fiel ao mal, ser fiel às sombras, ser fiel ao que não presta, tal qual testemunha uma consciência desperta, sã e os profetas, santos, padres da Igreja, o Magistério da Igreja e todos os sábios homens de todas as culturas de todos os tempos, os anjos mesmos santos e eleitos envergonham-se de tutelar um seu pupilo em semelhante situação lamentável.
Sejamos fiéis, ser fiel é ser fiel a si mesmo, mas saibamos a quem e ao que sermos fiéis, sejamos fiéis ao bem, à verdade e à beleza, pois daí nossa palavra e nosso caráter estará bem escudado na rocha firme do que seja eterno e perene em não em fugazes seduções perigosas, atalhos nesta vida que podem conduzir-nos para o abismo mais próximo.
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