Fonte: Área de comentários do blog de Lucas Banzoli
Resumo: Rápido diálogo na área de comentários do blog de Lucas Banzoli sobre a descristianização da Europa nos países nórdicos.
Nilda: Lucas, os paises nórdicos(como a Suécia e Noruega)tem o fenômeno de igrejas vazias como a Alemanha e Holanda?já que o luteranismo é a religião oficial...
João Emiliano Martins Neto: Nilda, o estado da Europa atual pós-cristã é o estado da maior derrota que o ser humano já pôde impor sobre si mesmo ao desistir do cristianismo que é a religião do Deus que se fez homem para mostrar ao homem que o homem pode divinizar-se, pode aproximar-se de Deus e participar da vida divina ao ser corpo de Cristo, ser o ramo da videira que é Cristo: membro da comunhão dos santos que é a Igreja Católica Romana, ou seja, partícipe da natureza divina mesmo que tendo que amar a Deus e aos homens com um coração humano como Cristo o Deus com um coração humano O fez e venceu e disse que com bom ânimo poderíamos vencer, bom ânimo que uma Europa velha, cansada, emburrecida: caduca como ocorre com os velhos e preguiçosa não se dispõe mais a ter tal bom ânimo...
Lucas Banzoli: O problema do Cristianismo nos países nórdicos é o mesmo de qualquer país da Europa: as igrejas do Estado. Em todo lugar onde há uma igreja oficial do Estado (ou onde houve por muito tempo), seja ela a católica, luterana ou anglicana, o Cristianismo está morto. Sem a "livre concorrência" de igrejas, o resultado são cristãos acomodados vivenciando um Cristianismo formal e desfalecido, baseado em ritos externos e incapaz de falar ao coração. Veja a diferença para os Estados Unidos, o único país rico e desenvolvido onde as chamas da fé cristã ainda estão acesas, porque ali nunca houve uma "igreja do Estado", mas sempre uma "livre concorrência" de igrejas dos mais variados tipos. É como eu sempre digo: a união entre Igreja e Estado é nociva para o Estado e destrutiva para a religião. A liberdade é sempre muito melhor, mesmo quando parece ser mais fácil se aliar ao Estado e instituir um monopólio da fé.
João Emiliano Martins Neto: Lucas, a minha área de estudo é a Filosofia, e sabe-se na história da Filosofia de que o filósofo dinamarquês, e luterano, Søren Aabye Kierkegaard era um grande crítico da igreja dele luterana por ser estatal, ou seja, o batismo na luterana dinamarquesa tornava antes o homem um cidadão e súdito da coroa danesa do que um cidadão dos céus, é lamentável, de fato. Mas, como sempre de algo ruim Deus tira algo bom, pelo menos o mundo e a Filosofia teve no solitário Kierkegaard em sua igreja cristã cheia de meros funcionários públicos e cristãos de crachá como os youtubers bolsolavistas são youtubers de crachá, pelo menos a cultura filosófica e o mundo teve em Kierkegaard como o pai do existencialismo, que é um tipo de filosofar que coloca a vida bem concreta e real humana sem grandes voos metafísicos e sistematizantes como uma forma de filosofar com a carne e com os ossos, o filósofo passou a filosofar por inteiro, filosofa o homem.
Feliz e santo Natal, irmão, desejo-te de coração, não por mero formalismo. ABRAÇO!
Lucas: Essa colocação do Lucas me lembrou de um trecho do livro do Tocqueville sobre os EUA. Não vou conseguir achar a fala exata agora, mas se não me engano há uma parte em que ele relata que ao perguntar aos americanos o que eles achavam sobre a união da religião com o Estado eles enfaticamente reprovaram. E havia toda uma linha de raciocínio, a religião nunca poderia se unir ao Estado pois ela é uma coisa eterna, já os governos não são eternos, logo, prender uma verdade eterna a uma coisa finita, como governos humanos, é condena-la ao fracasso e ao esquecimento. Pensamento interessante.
Lucas Banzoli: Bem lembrado.
Catedral cristã em Lund, Suécia, hoje luterana, outrora na Idade Média era católica, mas voltou a celebrar a Eucaristia |
Resumo: Rápido diálogo na área de comentários do blog de Lucas Banzoli sobre a descristianização da Europa nos países nórdicos.
Nilda: Lucas, os paises nórdicos(como a Suécia e Noruega)tem o fenômeno de igrejas vazias como a Alemanha e Holanda?já que o luteranismo é a religião oficial...
João Emiliano Martins Neto: Nilda, o estado da Europa atual pós-cristã é o estado da maior derrota que o ser humano já pôde impor sobre si mesmo ao desistir do cristianismo que é a religião do Deus que se fez homem para mostrar ao homem que o homem pode divinizar-se, pode aproximar-se de Deus e participar da vida divina ao ser corpo de Cristo, ser o ramo da videira que é Cristo: membro da comunhão dos santos que é a Igreja Católica Romana, ou seja, partícipe da natureza divina mesmo que tendo que amar a Deus e aos homens com um coração humano como Cristo o Deus com um coração humano O fez e venceu e disse que com bom ânimo poderíamos vencer, bom ânimo que uma Europa velha, cansada, emburrecida: caduca como ocorre com os velhos e preguiçosa não se dispõe mais a ter tal bom ânimo...
Lucas Banzoli: O problema do Cristianismo nos países nórdicos é o mesmo de qualquer país da Europa: as igrejas do Estado. Em todo lugar onde há uma igreja oficial do Estado (ou onde houve por muito tempo), seja ela a católica, luterana ou anglicana, o Cristianismo está morto. Sem a "livre concorrência" de igrejas, o resultado são cristãos acomodados vivenciando um Cristianismo formal e desfalecido, baseado em ritos externos e incapaz de falar ao coração. Veja a diferença para os Estados Unidos, o único país rico e desenvolvido onde as chamas da fé cristã ainda estão acesas, porque ali nunca houve uma "igreja do Estado", mas sempre uma "livre concorrência" de igrejas dos mais variados tipos. É como eu sempre digo: a união entre Igreja e Estado é nociva para o Estado e destrutiva para a religião. A liberdade é sempre muito melhor, mesmo quando parece ser mais fácil se aliar ao Estado e instituir um monopólio da fé.
João Emiliano Martins Neto: Lucas, a minha área de estudo é a Filosofia, e sabe-se na história da Filosofia de que o filósofo dinamarquês, e luterano, Søren Aabye Kierkegaard era um grande crítico da igreja dele luterana por ser estatal, ou seja, o batismo na luterana dinamarquesa tornava antes o homem um cidadão e súdito da coroa danesa do que um cidadão dos céus, é lamentável, de fato. Mas, como sempre de algo ruim Deus tira algo bom, pelo menos o mundo e a Filosofia teve no solitário Kierkegaard em sua igreja cristã cheia de meros funcionários públicos e cristãos de crachá como os youtubers bolsolavistas são youtubers de crachá, pelo menos a cultura filosófica e o mundo teve em Kierkegaard como o pai do existencialismo, que é um tipo de filosofar que coloca a vida bem concreta e real humana sem grandes voos metafísicos e sistematizantes como uma forma de filosofar com a carne e com os ossos, o filósofo passou a filosofar por inteiro, filosofa o homem.
Feliz e santo Natal, irmão, desejo-te de coração, não por mero formalismo. ABRAÇO!
Lucas: Essa colocação do Lucas me lembrou de um trecho do livro do Tocqueville sobre os EUA. Não vou conseguir achar a fala exata agora, mas se não me engano há uma parte em que ele relata que ao perguntar aos americanos o que eles achavam sobre a união da religião com o Estado eles enfaticamente reprovaram. E havia toda uma linha de raciocínio, a religião nunca poderia se unir ao Estado pois ela é uma coisa eterna, já os governos não são eternos, logo, prender uma verdade eterna a uma coisa finita, como governos humanos, é condena-la ao fracasso e ao esquecimento. Pensamento interessante.
Lucas Banzoli: Bem lembrado.
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