Autoria: João Emiliano Martins Neto
Eu comentei para um tal Carlos Nougué que se pretende um católico tradicionalista e tomista que ele era o macaco de Olavo de Carvalho, na postagem dele no Facebook onde ele dizia que o diabo é o macaco de Deus. Gostamos muito de julgar qualquer coisa menos a nós mesmos, o que torna o diálogo muito mais interessante e fecundo. Aliás, era Jean Genet, homossexual, dizia-se o palhaço de Deus, o que bem cabe a nós, homossexuais, gente imatura que não vive sem o nosso prato de lentilha que é a prática sexual e para piorar invertida. Nougué com o seu tomismo doutrinário é o macaco da filosofia, é o macaco de um filósofo de verdade como Olavo que era ele sim um filósofo digno desse nome ao ser crítico e não construtor de doutrinas que acabam não raro em ideologia que é o discurso pretextual, dizia Olavo da ideologia, no qual o politico diz que fará tal coisa quando na prática ele faz outra em um quando abre o jogo esotericamente só para os iniciados do seu partido ou bando. Mas, Olavo já havia tentado ensinar a Nougué alguma coisa de que a filosofia não é a análise de textos, que é o que querem no conflito árido intertextual sem nenhum contato com o real os cabos eleitorais de Luiz Inácio Lula da Silva da USP, mas é a filosofia a análise dos enigmas da existência, é o estudo da realidade, algo assim dizia Olavo.
Os macacos da filosofia perdem-se em fichamentos de livros de autores famosos de filosofia. Gastam anos de suas vidas estudando o prefácio de um livro tal qual a Crítica da Razão Pura de Immanuel Kant, o qual destruiu a filosofia na armadura da filodoxia transcendental katiana onde é erguida uma armadura chamada de razão humana impenetrável a verdade que volta e meia desmente a tirania e teimosia da pretensa razão que é o caso de um outro macaco, macaco velho do qual mais adiante aludirei. Como fica a coisa nela mesma, conhecimento da coisa em si, da verdade, inacessível ao homem segundo o anão de Königsberg, macaco da filosofia para o qual a coisa em si quando ela se mostra trata de dizer que não é ela? Hoje mesmo eu conversava com um velhote chamado "guarda da santa" da minha paróquia, a Basílica de Nossa Senhora de Nazaré de minha cidade de Belém do Pará (a capital do Estado) que promove nada menos do que o Círio de Nazaré, uma vitrine poderosa do catolicismo no Brasil e no mundo todo e eu acho que deparei-me ali com algo que poderia ser o princípio da filosofia que é o espanto, segundo o Divino Platão, que é a teimosia do velho de querer espaço para falar sozinho em um perfeito discurso ditatorial a solene bobagem dele de desculpar um padre que não quer porque não quer usar a batina, e isso porque eu levei em conta o calor equatorial desta Belém do Pará, comparar um padre com um policial que é evidente que este último não precisa estar sempre fardado, contudo, um padre deve por ordem da própria Santa Sé em reiterados documentos envergar a sua sotaina sempre que é o que distingue o padre do comum dos homens, o padre ele que age in persona Christi e traz Deus Jesus Cristo do céu à terra na Missa ao dizer diante do pão: hoc est enim corpus meum quod pro vobis tradetur e diante do cálice: hic est enim calix sanguinis mei. Retirei-me da frente daquele macróbio e do monólogo tirânico dele para a minha reza na Basílica.
A maior das degraças até as menores, o caso do monólogo impositivo do velhote "guarda da santa" que quis desculpar no caso do pároco da Basílica, padre Francisco Cavalcante, dez anos mais jovem do que eu, que só usa batina quando a família dele vem visitá-lo, eu vi isso com meus próprios olhos, ele gosta de parecer ou ele usa sotaina para fazer vídeo ou recentemnte no consulado do Brasil em Miami ele pôs a veste sacerdotal que identifica a ponte absolutamente necessária que ele é entre o céu e a terra. Da maior à menor das desgraças e coisas ruins podem ser de uma riqueza sem par, visto que de uma coisa ruim Deus sempre tira algo de bom se soubermos vencer as pedras no caminho em forma de circunstâncias más e idiotas com sabedoria, e a sabedoria que quem se diz filósofo diz amá-la, não cede às trevas que é o que ocorre com a luz já diria o autor do livro da Sabedoria da Bíblia verdadeira e sacra que é a católica: sapientiam autem non vincit malitia.
A filosofia em si já se torna uma macaca se desgarrada de sua senhora: a teologia. Olavo de Carvalho, ele mesmo, teve um instante de macaco ao dizer que a religião não deve mandar na suposta filosofia de um suposto filósofo, ou seria a idiotice de um idiota ensimesmado com sua pequena razão e fiscal de ânus ilógico das situações concretas e reais que explodem todo o formalismo, assim ponderava o mesmo Olavo, é o que ocorre com aquele fiscal chato, o youtuber Victorelius. Queria Deus que nos momentos de macaco tenhamos preso em nós uma coleira bem curta, em uma rédea curta, para que não demos plena vazão ao flagelo de nossa incompetência diante de nosso compromisso com o saber de estudantes de filosofia mesmo que tenhamos um único talento que tentaria-nos a sermos verdadeiros gorilas da filosofia, sobre talentos já falava a nós o Senhor Jesus Cristo na parábola que é a leitura do evangelho deste domingo, o 33° do Tempo Comum. Que no final de tudo a preguiça e a maldade de gorilas, orangotangos ou chimpanzés grotescos, de servos maus, da filosofia não nos domine.
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