Autoria: João Emiliano Martins Neto
Eu e a minha família vivemos em bairros de classe média de minha cidade de Belém do Pará, bairros do tipo os de Nazaré, Batista Campos, Umarizal, Centro, Reduto, Campina ou mesmo no Comércio. A classe média tem a sua soberba que se dá no discurso de pavão que, certa vez, eu com raiva disse para uma mulher que pediu-me que a ajudasse a transportar um carrinho de venda de salgadinhos e sanduíches para uma garagem aqui perto de casa, antes eu precisei perigosamente levar uma bacia elétrica com óleo quente de fritar salgadinhos para uma casa antiga local onde os ambulantes da rua de casa, que eu os auxilio, eles guardam os seus carros. Fiquei com raiva do sacrifício que foi levar a tal bacia que com óleo quente se derramasse em mim eu ficaria muito ferido.
Eu soberbo vim com um discurso de superioridade de classe dizendo que eu sempre morei bem para a pobre mulher e ainda falei para ela, se sobretudo à mãe dela, que elas se convertessem ao catolicismo, a mãe da mulher é evangélica, eu mesmo preciso seriamente ainda me converter realmente à religião que eu quereria que elas se convertessem, porque eu não raro vivo em uma crise de fé recorrente e deprimente. É a soberba da classe média que cria cães no lugar de ter filhos e vive encastelada em seus apartamentos, eu moro em um apartamento. O meu pai, eu acho que padecendo terrivelvemente de tal soberba quer que eu deixe de auxiliar o ambulante que eu auxilio. Ele nega que se acha superior aos proletários vendedores de rua, contudo, eu acho que é isso mesmo, é soberba. Ele com minha mãe, pessoas com as quais eu moro debaixo do mesmo teto, que são miseráveis e desgraçados com comida, escondem alimentos no armário do quarto deles. Meu pai compra os alimentos, doces, em particular, esconde-os, pois diz que eu comeria tudo, na verdade ele os come sempre sozinho. Dia desses, no último sábado, eu estava com uma febre alta e se eu não tivesse o dinheiro que eu ganho do ambulante ao qual eu sirvo, eu teria que curtir dolorosamente uma febre, pois minha mãe miserável não queria me dar o remédio.
Ou seja, vivemos um mundo, pelo menos eu acho que aqui no ocidente, marcado pelo materialismo, em uma suposta superioridade materialista, pela quantidade de dinheiro que se tem. O que a classe média e até os ricos têm de melhor? Como eu disse, criar cachorros, uns muito bonitos de raça? É isso? Eu já soube de gente com dinheiro que na Igreja Católica se dá alguma contribuição é um mínimo ínfimo, enquanto isso Jesus Cristo oferece-se a cada Santa Missa ferido, morto e ressuscitado junto com o fecundo sangue dos mártires que gera novos cristãos desde os primórdios do catolicismo até aos dias atuais. Eis a verdadeira superioridade que passa despercebida de uma classe média pernóstica e o que é pior em um bairro como o meu de Nazaré daqui da capital do Estado do Pará onde se localiza a maravilhosamente bela Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré do Desterro, testemunho que tal templo católico o é dos tempos em que havia realmente fé.
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