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terça-feira, 24 de maio de 2022

O inverno da Igreja Católica no Brasil

Autoria: João Emiliano Martins Neto


Igreja da Santíssima Trindade (Belém do Pará)


O inverno da Igreja Católica no Brasil eu acho que chegou e veio para ficar e sepultar de vez o Reino da Vida que é Deus, que é Jesus Cristo neste mundo. A Vida ficará sepultada sob sete palmos de neve, de morte como o domínio da feiticeira branca Jádis do livro e série de três filmes As Crônicas de Nárnia de autoria de C.S. Lewis.


Pia batismal da Santíssima Trindade


Eu digo isso, porque uma igrejinha católica que eu frequento e onde eu fui batizado quando eu era bebê, a Igreja da Santíssima Trindade aqui na minha cidade de Belém do Pará, a pia batismal onde eu fui batizado continua no mesmo lugar até hoje, tal igrejinha está em perigo para não dizer nos estertores. Há uma pracinha que cerca a Trindade que é a Praça Barão do Rio Branco que vive cercada por consumidores de drogas, um deles no último domingo dia 22 de maio de 2022 invadiu sem camisa e muito drogado a igrejinha enquanto eu ali rezava sozinho e só foi retirado por policiais militares que foram chamados pelos funcionários da igreja para auxiliar na situação de cerco ali. Há também um alcoólatra rebarbado ali, pessoas que alternam o vício ao trabalho de flanelinha.


No dia 8 de maio deste ano um vigilante, funcionário de uma empresa de vigilância de prenome Fábio, contratada pela igreja para dar segurança ao templo, ele agrediu fisicamente a um rapaz em situação de rua que invadiu a igreja e falou palavrões ali durante a celebração de uma Missa. O vigilante errou como erra quem quer tomar para si a vingança ao ter dado chutes e pontapés no rapaz do lado de fora do templo, bastava ter expulsado o rapaz dali e estamos conversados. Se todos saírem se vingando, se ninguém mais tiver a grandeza de relevar as fraquezas alheias, vamos até ao infinito a desforra que um deve ao outro. Fábio é católico, não era só um funcionário do templo, ele sempre recebia a Eucaristia ali nas missas, ele deveria, por conseguinte, ter aprendido com Jesus Cristo que ele deveria dar a outra face. Ele não quis levar desaforo para casa, houve uma agressão recíproca segundo um advogado que analisou o episódio de agressão que ficou famoso no Brasil todo através da imprensa e das redes sociais, visto que alguém filmou a agressão do vigilante contra o pobre morador de rua que conseguiu durante os chutes e empurrões que levou dizer que o vigilante o estava agredindo, pobre rapaz.


Adeus Igreja Católica no Brasil. A Igreja apesar de suas reformas na década de 1960 é alguma coisa do passado. Aquelas pessoas que cercam a Santíssima Trindade não atentam que ali poderiam conseguir algum socorro espiritual ou mesmo material e psicológico, no caso dos viciados em drogas. É mais fácil que eles sejam acolhidos e recebam algum tipo de orientação da Assembleia de Deus que instalou-se na vizinhança do templo católico, o cristianismo pós-moderno protestante com seus funk e sertanejo universitário gospel é mais conforme o homem atual para quem a sua narrativa pessoal e individual e não uma doutrina vinda de cima para baixo, no caso católico vinda dos céus em Jesus Cristo que instruiu os seus apóstolos que em São Pedro, príncipe dos apóstolos, é a pedra fundamental do catolicismo.


Os católicos no Brasil talvez tenham de nas próximas décadas contentar-se em ser minoritários, exóticos e incompreendidos, a maioria será protestante. Contentar-se-ão em terem os seus recintos até mesmo invadidos por algum pobre diabo de um Brasil que é filho, aliás, da modernidade, foi fundado no ano de 1500 e que resvala no final das contas à pós-modernidade. A modernidade sempre falha em suas metanarrativas a exemplo do iluminismo e o do marxismo, falha, por sua vez, nas igrejas protestantes que em 505 anos de protestantismo no mundo sempre a narrativa de uma seita protestante é sucedida pela narrativa de outra formadas por uma miríade de narrativas de cada pessoa que se diga protestante, pois a interpretação da Bíblia Sagrada é livre, no protestantismo cada cabeça é uma sentença. Esses protestantes desgraçados só não percebem que já no século XVI a metanarrativa protestante, o primeiro fruto da modernidade, era uma furada como tudo o que é moderno.

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