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quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Um arcebispo cego

 Autoria: João Emiliano Martins Neto

 

Dom Alberto Taveira Corrêa

Resumo: Um comentário meu acerca de uma frase que eu achei agressiva e fora de lugar da parte de dom Alberto Taveira Corrêa, acusado de abusar sexualmente de jovens ex-seminaristas na capital do Estado do Pará.


Colho na imprensa, no site Metrópoles, cuja hiperligação para a íntegra da matéria é esta aqui, que o acusado dom Alberto Taveira Corrêa, o arcebispo metropolitano de minha cidade de Belém, a capital do Estado do Pará, acusado de seviciar e de abusar sexualmente de quatro jovens ex-seminaristas da arquidiocese local, na época, ano de 2014, com idades que variavam entre 15 a 20 anos idade, fico sabendo no Metrópoles, na verdade há mais de uma semana eu já lera nos jornais eletrônicos e em um sermão desse arcebispo umas palavras ousadas e até mesmo agressivas da parte do alto prelado, depois da divulgação das acusações contra ele. As palavras são estas aqui:

 

"Deus me deu coragem para furar o olho do escândalo, o escândalo que estava sendo montado e Deus nos deu a graça de passar na frente. Se alguém porventura, por ação do demônio, pensasse em acabar com a Igreja Católica e a Igreja de Belém, enganou-se radicalmente"

 

Bom, então, teremos talvez um arcebispo cego caso se confirmem as denúncias contra ele? Por que? Porque, mesmo não sendo eu um exímio intérprete da Bíblia Sagrada, quem teria sido o autor do escândalo é o acusado dom Alberto, e não as vítimas. Era só o que faltava serem as vítimas os escandalosos em uma interpretação equivocada das palavras do Cristo (São Mateus 18, 6, 7), pois teria sido ele, o arcebispo quem teria abusado sexualmente e cometido maus-tratos contra jovens ex-seminaristas que precisavam de uma autêntica orientação espiritual e também psicológica para que pudessem viver a sua condição genuinamente humana homossexual, que os coloca no número dos pobres deste mundo, cujas alegrias e esperanças, angústias e tristezas, sobretudo deles que são um dos tipos de pobres deste mundo, são as mesmas alegrias e esperanças, angústias e tristezas dos cristãos, porque nada do que é genuinamente humano é alheio aos cristãos. Repeti praticamente que ipsis litteris as palavras do sábio pai, um homem tremendamente compreensivo e inteligente e não um mero juiz severo que eram muitas vezes os papas do passado, pastor e santo iluminado Papa São Paulo VI em sua constituição pastoral Gaudium et Spes do Sínodo Vaticano II. O que é o homem pobre servo, criatura, tentado em tudo da mesma maneira que o Cristo Jesus, o Deus feito homem que também foi em tudo tentado tal qual o homem (Hebreus 3, 15)? Mas, ao contrário, segundo as denúncias, dom Alberto Taveira teria feito chafurdar na lama do pecado que nada tem a ver com o Deus feito homem Jesus Cristo e também nada diz o pecado sobre a humanidade do homem;o arcebispo teria feito mergulhar na lama os pobres jovens, ele que como a mais alta autoridade local da Santa Igreja deveria tê-los feito fugir do pecado e não tê-los exposto ao pecado ao ficar, por exemplo, até mesmo nu diante dos pobres jovens também nus e teria feito eles masturbarem ele e o penetrado em seu episcopal ânus... segundo as denúncias noticiadas pela imprensa com depoimentos colhidos por um jornal, o El País, anonimamente das vítimas.


A homossexualidade é algo de genuinamente humano, não é uma doença mental e se fosse ainda seria algo genuinamente humano, porém é a homossexualidade em tudo como que simétrica à heterossexualidade, ainda que de forma invertida, por isso mesmo que não haja uma complementariedade afetiva que só ocorre entre homem e mulher, diz o Catecismo da Igreja Católica de 1992 (número 2357). A, por assim dizer, analogia e como que simetria no que se refere à afetividade entre homossexualidade e heterossexualidade, se vivida a homossexualidade na mais absoluta castidade e pureza dignifica e eleva o homem, ainda mais o dignifica e eleva nos sofrimentos que a condição própria homossexual causa ao homem, e na dificuldade humana de se viver a abstinência sexual e a solidão, tornando tal homem homossexual à semelhança dos pobres deste mundo cujas alegrias e esperanças, tristezas e angústias os cristãos verdadeiros, os espirituais, têm em si mesmos, pois os orgulhosos deste mundo dizem que o cristianismo é religião de mendigos e mulheres, sem dúvida alguma que dos tipos de condições dos homens são um dos tipos e condições dos homens mais fracos.


Espero, se Deus me permitir em oração e com penitência, que o homem não acabe cego e se os escandalosos forem outros, os seus acusadores se estiverem a caluniar a dom Alberto, que se arrependam e reconheçam a sua cegueira, porque não há boa visão alguma em quem é autor de um escândalo contra os pequeninhos do Senhor que são os cristãos sinceros. Entretanto, eu fico meio que inclinado a achar que quem vai inventar uma tal narrativa contra alguém como dom Alberto, o arcebispo, se não for um grande escritor, ficcionista, romancista ou contista ao lado de ser também um grande calhorda? O futuro das investigações dirá...

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