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segunda-feira, 7 de dezembro de 2020

O caroço no angu. Martinho Lutero e meus 42 anos

Autoria: João Emiliano Martins Neto

 

Martinho Lutero

 

Resumo: Notícia e reflexão minha sobre o caso de acusações recentes de que o arcebispo da arquidiocese católica romana da minha cidade, dom Alberto Taveira Corrêa, estaria envolvido em um escândalo de abuso sexual contra menores de idade e uma reflexão sobre a influência do testemunho e vida marcantes de Martinho Lutero em minha vida.


Sobre o que eu soube nos últimos poucos dias, desde sábado, dia 05 de dezembro do ano da graça de 2020, a respeito das denúncias que pesam contra dom Alberto Taveira Corrêa, o arcebispo da arquidiocese da minha cidade de Belém, a capital do Estado do Pará, denúncias de que ele teria abusado sexualmente de sete jovens seminaristas, alguns deles hoje são padres, todos à época dos supostos crimes eram menores de idade, e com o envolvimento de garotos de programa, eu acho que nesse caso caroço tem nesse angu. Por que? Porque como é que a Santa Sé, viria de tão longe, de além-mar, lá da Itália em uma visita apostólica à minha cidade Belém para investigar tal caso? Agora a culpa recai logo nas costas da grande imprensa malvadona de que a mesma estaria, em suma, com fofoca, com anticatolicismo, como dizem os mais paranoicos conspiracionistas e vitimistas mimizentos da direita débil mental, conforme quis explicar-se o arcebispo em carta aberta ao clero e aos leigos lida no último sábado ao final de uma Santa Missa que eu participei e em um vídeo recente do arcebispo veiculado nas mídias da arquidiocese. Eu acho que alguém está mentindo ou omitindo aí. Ou mente e omite o arcebispo ou mente e omite os seus acusadores. O futuro dirá, com a apuração dos fatos sonantes. Não adianta reclamar de forma ideológica, ou seja, farsesca utilizando a religião, passagens bíblicas, tal qual fez o arcebispo contra a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão, porque é como se diz, o povo aumenta, mas não inventa. E citar passagens bíblicas para tentar explicar-se ou justificar-se, conforme fez o arcebispo dom Alberto, citando aí trechos em que Jesus Cristo instrui sobre como se deve proceder diante do irmão que erra (São Mateus 18, 15-17), não cabe no caso de denúncias de que um crime foi perpetrado, no caso crime de abuso sexual de menores de idade (Artigo 227 da Constituição Federal de 1988, parágrafo 4) ou vulneráveis. O crime ultrapassa evidentemente os muros das religiões, pois afetam o Estado, a sociedade como um todo, o bem comum e a segurança dos cidadãos visado pelo Estado. Veritas omnia vincit, a verdade tudo vence, quem estiver com a verdade será invencível, mesmo que caluniado, difamado ou injuriado. A Igreja é a coluna e o sustentáculo da verdade (1 Timóteo 3, 15), escreveu o apóstolo São Paulo, então, quem estiver sendo sincero, honesto e transparente nesse caso, invencível será, porque também o Cristo disse que as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja (São Mateus 16, 18), e será tal pessoa que encara a vida de frente um verdadeiro membro vivo e atuante da Igreja sustentando assim a verdade.

 

Dom Alberto Taveira Corrêa


Mudando de assunto, caros amigos leitores, mudando de assunto de maneira até mesmo sintomática diante de acusações de abusos por parte de pessoas como dom Alberto que deveriam pastorear o rebanho do Senhor, dom Alberto que segundo informações que eu obtive, ele está apegado ao cajado dele de pastor, quer muito manter-se no poder, e diz que só o largará morto... Rosnados desse homem a parte, eu acho interessante que nestes meus 42 anos de idade, que eu, graças a Deus, completei no último dia 02 de dezembro do ano da graça de 2020, eu acho interessante que Martinho Lutero, ao longo dos últimos anos desde o ano de 2006 quando eu conheci o protestantismo, Lutero mostrou para mim de maneira marcante com a própria vida e testemunho dele de alguém que já não sabia como agradar a Deus com boas obras, sendo bonzinho, bom moço. Ele mostrou-me o de fato e único e verdadeiro Pastor e Bispo da alma humana (2 Pedro 2, 25) que é o Cristo. A Santa Igreja Católica pode, de fato, muito mais no passado, mas ainda hoje, por causa de fariseus hipócritas como estão acusando que dom Alberto seria um dos tais, colocar fardos pesados nas costas dos outros que os fariseus que dizem ser dom Alberto não se dispõe a levantá-los nem com um só dedo (São Mateus 23, 4), como alertou o Cristo sobre os fariseus da época d'Ele. Dom Alberto, se for verdade o que dizem dele, deveras, ele está lá no bem bom da Igreja, comendo, bebendo, morando bem em um imóvel confortável ali na Travessa Doutor Moraes com a Avenida Nossa Senhora de Nazaré, em um bairro central de Belém como é o meu bairro de Nazaré, e, segundo o acusam, curtindo os favores sexuais de algum belo e jovem rapazote ou o que é verdadeiramente inaceitável, coagindo ou pelo menos seduzindo a algum rapazote menor de idade a servi-lo sexualmente, não que tais rapazotes não provoquem os mais velhos de mil maneiras valendo-se da própria força e beleza juvenil. Entretanto, o seu clero, talvez sobretudo os religiosos, e o povo leigo se mata penitenciando-se sob pesados fardos em suas costas como aqueles que vemos durante as procissões anuais do Círio de Nossa Senhora de Nazaré...


É evidente que um católico, e eu sou católico, graças a Deus, não pode aceitar a doutrina basilar e central protestante da reforma luterana que é a da justificação somente pela fé, a sola fide, no mínimo, segundo eu entendo, pelo risco que é para a alma humana comum, pois a santidade é algo raro, não participar da normalidade sacramental, mas uma coisa é certa, tal doutrina foi nascida da vida e testemunho concreto e real de Lutero. É algo o testemunho de um Lutero que diz com muita veemência a muitos de nós, cristãos, de todos os matizes, que somos muitas vezes cristãos mornos, imersos em um aquário de uma cultura ocidental inspirada hoje de forma remota e distorcida no cristianismo, onde não se vê mais a necessidade de pescar ninguém de tal situação para uma consciência cristã genuína. Quantas vezes eu rezando com o que possa haver de ortodoxo na ideia de Lutero, ainda deitado em minha cama de manhã, sem praticar a boa obra tipicamente católica ou esforço humano algum de ajoelhar-me e acender uma vela diante de meu oratório, mas por tal atitude praticamente passiva de rezar tendo em mente o testemunho luterano, deitado, eu com isso tomei consciência ao longo dos meus 42 anos de que, de fato, o Cristo é o Salvador, de fato, concretamente, verdadeiramente e realmente, e que não há boa obra que eu faça por melhor que seja tal obra, jamais chegará aos pés do que o que o Cristo fez pela humanidade, pois que de fato Ele consumou tudo na cruz do Calvário (São João 19, 30) nas palavras d'Ele próprio no alto de Seu trono glorioso, ainda que paradoxalmente de humilhação e morte que é a santíssima cruz...


Então, caro leitor, nestes meus 42 anos de idade uma das grandes contribuições para esta minha vida de um pouquinho mais de quatro décadas neste mundo está o fato interessante, um como que alívio e um testemunho de sabedoria alvissareiro que é o conhecimento da religião protestante em minha existência no que tal religião e facção do cristianismo tem de substancialmente relevância universal e interdenominacional. O protestantismo apesar de ser uma heresia aos olhos de Roma, mas fala poderosamente à subjetividade humana onde a resposta da fé se dá e que muitas vezes tal resposta é oculta ao mundo, a exemplo de Abraão que creu no promessa de Deus e a sua fé lhe foi imputada para justiça (Gênesis 15, 6; Romanos 4, 3), tornou-o justo. Tal resposta oculta ao mundo pouco caso faz da boa aparência diante do mundo que os fariseus hipócritas de plantão buscam e que fazem questão que a mão esquerda deles saiba o que faz a mão direita (São Mateus 6, 3) e que gostam de tocar trombeta ao darem esmolas (São Mateus 6, 2) para serem vistos pelos homens, conforme denunciou o Cristo.

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