Autoria: João Emiliano Martins Neto
Ex-seminarista que denunciou o alto prelado dom Alberto | |
Resumo: Agora com depoimentos retirados por mim da imprensa das supostas vítimas de abuso sexual por parte do arcebispo de Belém (capital do Estado do Pará), dom Alberto Taveira Corrêa, disserto mais uma vez acerca da affaire envolvendo esse prelado da Igreja Católica.
Caso se confirmem as acusações contra dom Alberto Taveira Corrêa, o arcebispo de Belém, a capital do Estado do Pará, estamos diante de um monstro de ruindade, o qual seria melhor que assumisse desde há muito a própria homossexualidade do que ficasse com supostos "tratamentos espirituais", a fim de "curar" jovens seminaristas de suas tendências homossexuais, mas fazendo o uso malandro da própria homossexualidade que é algo compreensivelmente e genuinamente humano, mas só que para satisfazer o apetite e libido do arcebispo da forma mais mesquinha possível.
O apego ao poder de dom Alberto é como eu já fiquei sabendo pela imprensa, ocorre, porque Sua Excelência já disse que somente morto ele deixaria o arcebispado de Belém, quando foi aconselhado certamente que por outros clérigos para que pedisse a aposentadoria. A soberba do alto prelado católico encontra-se em que ele coloca em risco a própria Santa Igreja Católica Apostólica Romana como atingida ou maculada de alguma forma pelas denúncias de suas aventuras no bom e velho esporte que é a homossexualidade, aventuras que ocorriam em sua residência episcopal aqui na minha cidade de Belém, ali na Travessa Doutor Moraes, quase esquina com a nobre Avenida Nossa Senhora de Nazaré no bairro central de Nazaré. Ora, dom Alberto nunca leu a Bíblia Sagrada que nas palavras do próprio Cristo Jesus disse o Cristo que as portas do inferno não prevaleceriam contra a Igreja d'Ele (São Mateus 16, 18)? A Igreja segue impertérrita, pura, imaculada e infalível, apesar de ao longo de Sua história gloriosa neste mundo tropeçar com as fraquezas de nós, homens, os Seus filhos e membros.
O alto prelado dom Alberto durante uma Missa em Belém |
Agora, a monstruosidade de dom Alberto Taveira Corrêa, se for verdade o de que lhe acusam, ocorre no que segue-se mais abaixo e que eu retirei de uma matéria jornalística do site do jornal El País, hospedado no portal MSN. Eis aqui o link para a íntegra da matéria desnudando dom Alberto que segundo as acusações gostava de desnudar-se diante de jovens efebos seminaristas.
Ex-seminarista relata e afirma assédio sexual sofrido da parte de dom Alberto |
Segue-se, abaixo, um trecho da referida matéria de El País com as denúncias e depoimentos dos rapazes acerca das monstruosidades do alto prelado dom Alberto contra eles que são monstruosidades, talvez espelhadas na pança grande de dom Alberto, conformes a típica homofobia da direita autoproclamada cristã, contudo que é farisaica hipócrita e pretensamente apolínea de dia, mas que na calada da noite entrega-se à húbris dionisíaca do sexo.
Orientação espiritual
Os quatro denunciantes afirmam que aceitaram participar de sessões particulares de orientação espiritual com Corrêa em sua casa em momentos e por motivos distintos, mas que a prática era muito comum entre os internos do seminário. Eles dizem que desde que chegou a Belém, em 2010, Dom Alberto frequentava o seminário com regularidade e era muito atencioso e acessível aos estudantes. “Teve sábado pela manhã que eu cheguei lá na casa dele, tinha fila de meninos para passar pelo atendimento”, contou B. à reportagem. “Era colocado como uma coisa normal. Aí acho que ele ia sentindo a abertura, vendo até onde conseguia chegar, testando a gente…”, diz ele, que teria começado a ser assediado por Dom Alberto no início de 2013, após ter sido descoberto pela direção do seminário em um relacionamento amoroso com um colega e ter sido expulso de lá, aos 20 anos. “Eu já tinha passado pela orientação particular com ele antes, mas tinha sido tudo muito superficial, eu não dava abertura. Quando fui expulso, procurei Dom Alberto e perguntei se ainda havia esperança para mim. Ele disse que tinha um caminho, mas que eu tinha que me abrir ao método de cura espiritual dele”, diz B.
Para tanto, os ex-seminaristas ouvidos pela reportagem contam que o arcebispo usava o livro A batalha pela ‘normalidade’ sexual e homossexualidade (Editora Santuário, 2000), do psicólogo holandês Gerard Aardweg, com cuja cópia presenteava estudantes. O objetivo desta orientação espiritual seria ajudar os jovens a livrar-se da homossexualidade e tentações sexuais de toda a natureza, mas na prática não era o que acontecia. “Voltei para a primeira sessão e começou: queria saber se eu me masturbava, se eu era ativo ou passivo, se eu gostava de troca-troca, se eu assistia pornografia, quando eu me masturbava o que eu pensava… achei estranho mas achei que era o método dele”, diz B., de 28.
Depois de algumas sessões dessa natureza, cerca de cinco, ainda em 2013, o ex-seminarista diz que encontrou em uma missa na cidade um amigo que ainda estava no seminário, e descobriu que o ex-colega estava passando pela mesma coisa. “Aconteceu com ele uma situação parecida com a minha que culminou em uma ameaça de expulsão, e o arcebispo aproveitou e estava fazendo com ele a mesma coisa que estava fazendo comigo, só que já um passo a frente. Ele me confidenciou que foi obrigado a ficar nu com o arcebispo, tocar no corpo dele, se deixar tocar”, diz. Após essa conversa, e assustado com o rumo que o “tratamento” vinha tomando, ele conta que deixou de ir aos encontros marcados e afastou-se do arcebispo. B. já estava sem esperanças e sem a certeza de querer voltar ao seminário e com a perspectiva de cursar uma faculdade. Pouco tempo depois o amigo que encontrou na missa também deixou o Pio X. Estava lançada a pedra da denúncia que seria feita anos depois, apenas agora em 2020, depois que mais dois ex-seminaristas juntaram-se a eles no ano passado.
Com A., teria sido pior. Após também ser ameaçado de expulsão do seminário por conta de um envolvimento amoroso com um colega e ter passado por diversas sessões de assédio com o arcebispo como as descritas acima, ele teria sido chantageado por Corrêa para aceitar abusos sexuais quando demonstrou resistência às investidas. “Ele disse que ia contar do meu caso no seminário para minha família”, diz. Fora isso Corrêa teria prometido reintegrá-lo, o que o jovem A. afirma que aconteceu após ceder às investidas da autoridade religiosa. Reunia-se a sós com o religioso em seu escritório e quarto, e conta que dentre os métodos utilizados pelo arcebispo durante as sessões de orientação espiritual estava a obrigação de ficarem pelados juntos, olhando um para o corpo do outro como forma de “resistir às tentações”.
“Outra coisa comum era a reza junto ao corpo. Ele chegava junto de você, se roçando, e fazia uma reza em algum lugar do seu corpo nu… teve vez que era no rosto e achei que ele ia me beijar”, afirma B.. “Tive que pegar nele e masturbá-lo, ele pegava no meu pênis e tentava fazer com que eu tivesse uma ereção… Outra coisa é que ele ficava nervoso quando você não conseguia, brigava, dava bronca, mas sempre com esse papo do tratamento, do estamos tentando te salvar… A cada sessão, ele ficava mais agressivo e violento, dizia coisas horríveis, lembrava de fatos passados para te humilhar, dizia que você não estava progredindo, dizia coisas horrorosas para você, que você era uma pessoa horrível, era aterrorizante”.
Segundo relata A., após mais de uma dezena de encontros com o arcebispo, em cerca de três meses, ele o enviou para uma temporada de sete meses em uma paróquia como ajudante “dando um tempo”. Depois disso, conseguiu voltar para o seminário — de onde seria expulso definitivamente um ano e meio depois. “Eu tinha ficado revoltado, estava arrumando muita briga e confusão lá dentro, não funcionou mais para mim”, afirma.
O quarto ex-seminarista que participa da denúncia ao MP e às autoridades religiosas tinha 16 anos quando afirma ter sido abusado por Corrêa. Segundo seu relato, o arcebispo mandava o motorista particular buscá-lo no seminário, não raro de noite, para participar das sessões de orientação espiritual. Teriam sido diversas sessões ao longo de alguns meses em 2014. Ele relata que, dentre outras sevícias, o arcebispo deitava-se nu de pernas para o alto e pedia para o adolescente penetrá-lo. Como ele não conseguia manter uma ereção, Corrêa ficava nervoso, gritava e o maltratava muito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário