Autoria: João Emiliano Martins Neto
Eu acho que o que é impossível é um materialismo históirico e dialético. Pelo menos no que se refere à dialética se tomarmos a dialética platônica que por meio de um diálogo que vai dos dados sensíveis aos suprasensíveis ou inteligíveis a dialética materialista eu diria que se torna impraticável, porque onde que a matéria cede espaço para outra matéria em um mesmo espaço senão se retirando do lugar para ceder espaço à outra matéria? Se não for muitas vezes à força de um atentado, terrorista até, um corpo, uma matéria, um grupo político, como se vê na política, se não for por meio de eleições livres, por exemplo em uma democracia liberal, tal grupo do atentado e terrorista não chegará a ocupar os lugares mesmo físicos de poder que almeja.
Onde que há dialética no sentido platônico neste caso do uso até mesmo da violência física para vencer? Onde houve uma ascensão para algo espiritual, inteligível? Só há brutalidade. Só há sangue, lágrimas, dor, sofrimento e o embotamento do entendimento. Quando que os comunistas com a sua dialética marxista agiram com uma assunção espiritual, do entendimento, para chegarem ao poder senão pela coletivização forçada das propriedades na União Soviética ou na China ou em Cuba ou no Cambodja? A tal luta de classes marxista é a instauração da violência. Enquanto isso em um espiritualismo dialético é possível o diálogo, no sentido aristotélico, por exemplo, de se lidar com argumentos e posicionamentos meramente prováveis, é possível aí um espiritualismo dialético. Para a matéria não há prováveis, há ela e só ela que ocupe uma posição. Quando que há probabilidade na matéria, nos corpos, na matéria e corpos de classes sociais e grupos políticos ciosos de seus interesses e ansiosos pela dominação neste mundo?
Um espiritualismo histórico é possível? É a história humana neste mundo uma tomada de consciência emitente, espiritual, as grandes questões humanas foram as primeiras preocupações mesmo que nas sociedades primitivas? Os materialistas garantem que a primeira consciência humana é a das necessidades físicas de alimento, abrigo, defesa contra predadores e tribos inimigas. Se é verdade isso, por que em nossa contemporaneidade onde todas as necessidades mais sensíveis ou até poderia se dizer imediatas são satisfeitas e se fica só nisso tendo para com a religião, para o que espiritual uma abordagem tão pobre, gourmet, relativista, individualista e do tal foro íntimo? As tribos mais primitivas constuíram sistemas mitológicos e de sabedoria formidáveis que encerravam, ainda que de forma primitiva, as grandes questões humanas. As sociedades ainda que primitivas fizeram história e na certamente que diante de uma pequena fogueira talvez tivessem diálogos, uma dialética mais interessante do que a vitimização a exemplo do woke que se vê, hoje.
Um espiritualismo histórico e dialético é possível no lugar do materialismo? Eu diria que só o espiritualismo histórico e dialético é possível e no qual há algo de fecundo e interessante.
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