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segunda-feira, 13 de março de 2023

Pecado original, homossexualidade, transexualidade, delírio e alucinação

Autoria: João Emiliano Martins Neto


Chamou-me muito a atenção o discurso do deputado federal Nikolas Ferreira do Partido Liberal (PL) do Estado de Minas Gerais no Dia Internação da Mulher, no último dia 8 de março deste ano de 2023 na tribuna da Câmara dos Deputados na capital do Brasil, porque me parece que realmente a homossexualidade eu acho que é uma linha que é cruzada pela transexualidade mais do que nós, homossexuais, costumamos admitir. O senso comum, e Marcel Proust, colocam os homossexuais como os homens-mulheres, no caso de nós, gays, e as mulheres-homens, no caso das lésbicas. Nós, homossexuais, somos caricaturados fisicamente como o oposto ao sexo ao qual pertencemos, aí entra a questão de gênero como eu acho que claramente o papel social e socialmente construído desempenhado pelo homossexual que pode ser desde intimamente com alguém do mesmo sexo, entre quatro paredes, ele fazendo papel de homem ou de mulher ali, seja socialmente no caso dos homossexuais mais afeminados ou os travestis que já vão para um extremo.


Eu estava lendo hoje sobre uns dois assuntos de psiquiatria, o delírio e a alucinação, e levando-se em conta o que diz o articulista político conservador e médico psiquiatra, Heitor de Paola, de que seria a homossexualidade um delírio alucinatório, um antigo psiquiatra meu que eu acho que ainda trabalha no Hospital de Clínicas Gaspar Vianna daqui da minha cidade de Belém do Pará, ele já me disse em seu consultório que eu teria uma co-morbidade, pois eu além do transtorno bipolar, eu também sou homossexual, para ele a homossexualidade é uma enfermidade. Parece que os psiquiatras divergem sobre um diagnóstico mórbido ou não para o que seja a homossexualidade, pois a Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva, famosa médica psiquiatra das redes socias e da imprensa, ela diverge de que a inversão seria uma doença mental e, antes que eu me esqueça, no ano de 1990 a homossexualidade deixou de fazer parte do CID, o Classificação Internacional de Doenças, no caso doença mental, apesar de que tal retirada da homossexualidade do rol de doenças mentais ocorreu por pressão do movimento homossexual. 


O delírio e a alucinação, segundo o que eu rapidamente li, diferem. A alucinação é um fenômeno interno e da mente, já o delírio precisa de um estímulo externo. Se Heitor de Paola acerta, a homossexualidade seria um delírio alucinatório misturando as duas morbidades em uma falsa apreciação do paciente sobre si mesmo achando-se de alguma forma do sexo oposto, mesmo que ele até faça uma pose de alguém viril, se for gay ou pode feminina, se for lésbica. Os gays afeminados e as lésbicas machonas seriam mais espontâneos. Ele não é, de fato, daquele sexo oposto, claro que não. O delírio entra, segundo eu entendi, quando o homossexual e eu acho que também o transexual são expostos ao estímulo de seus objetos de desejo sexual, um homem ou uma mulher, já nem digo aqui os casos de parafilias do tipo a zoofilia, no qual a pessoa se acharia um animal para sentir-se atraída por uma besta. No caso do transexual tal alucinação é mais grave, misturando-se com o delírio causado pelo estímulo externo, eles, tanto quanto nós, homossexuais, sentem-nos atraídos pelo sexo que desejamos e em menor grau, nós, homossexuais, nos achamos do sexo oposto, ainda que em um nível muitíssimo até baixo, enquanto no caso dos transexuais a alucinação é mais severa, no limite eles podem até cortar as suas genitálias.


Agora, antes que eu ou outra pessoa achemos na medicalização uma forma de saída fácil para tais situações de homossexualidade ou o que é pior, transexualidade, que a gente deva tomar um antipsicótico tipo o antipsicótico que eu tomo todos os dias, o risperidona, no entanto, eu tomo tal medicamento, porque eu sofro de transtorno bipolar, eu até hoje tomando esse medicamento nunca funcionou contra a minha homossexualidade, eu continuo sempre homossexual. Eu já até tomei no passado um antipsicótico de geração mais recente que é o fumarato de quetiapina e eu não virei heterossexual. O que fazer?


A solução para a homossexualidade e transexualidade será mítica e teológica? Será que a Igreja Católica Apostólica Romana com sua ideia de pecado original terá uma solução e remédio para a questão da inversão e da disforia de gênero? Ou seja, todos nós fomos feridos pelo pecado original, então, somos quebrados, não somos o que Deus queria que fôssemos restando que através dos sacramentos, do batismo, da penitência e da Eucaristia, sobretudo a Eucaristia, nós tenhamos os medicamentos eficazes para vencermos o pecado e a cada dia tenhamos força para nos negarmos a nós mesmos e com paciência carregarmos as nossas cruzes após Jesus Cristo? De novo o bêbado na ladeira, que é o que da religião diz Luiz Felipe Pondé, vem em nosso socorro respondendo a questões que por enquanto a nossa vã filosofia não sabe discernir dos mistérios que há entre o céu e terra?

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