Autoria: João Emiliano Martins Neto
Eu sou feio, gordo, gay, covarde, preguiçoso, pobre e doente mental sou o alvo perfeito e certeiro para o ataque das piadas, da comédia, aí, então, entra a humildade como escudo perfeito. Se eu me humilhar, diria Friedrich Nietzsche do verme que se encolhe sendo assim humilde para não ser vulnerável, eu serei forte com tal escudo perfeito de humilde que não almeja a desmedida, o subir nas tamancas tentando ser superior se de fato se é inferior.
A comédia é feita acerca dos piores homens, ensinava o Filósofo (Aristóteles). Certamente eu sou um desses piores homens. Pelo menos na comédia ganha-se no bom humor se o bom humor for salvo pela boa reflexão que conduza à uma honestidade, boa confissão e abertura corajosa à verdade que aí já estará vencendo o meu vício da covardia e se eu for também orgulhoso, adeus ao vício do orgulho e com a humildade pode-se dar adeus à desmedida impensada.
Eu estou fazendo um bico com um ambulante perto de minha casa e ali eu sofro as piadinhas das pessoas que atuam ali, porque eu sou gay, sobretudo por isso, e porque eu sou doente mental. Ostra feliz não dá pérolas, diria o teólogo protestante Rubem Alves, e o símbolo cristão da ostra para o batismo mostra que no sofrimento o cristão produz algo de precioso, uma pérola de sabedoria e santidade. Eis uma chance, então, de se ser uma boa árvore dando-se um bom fruto e precioso fruto.
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