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domingo, 7 de fevereiro de 2021

Um mundo, uma sociedade ordinários

Autoria: João Emiliano Martins Neto

 

Manuela d'Ávila, à esquerda de vermelho, em uma Missa
 

Eu assisti a um vídeo no site YouTube de um canal de esquerda política muito interessante e culto, o Filosofia Vermelha do Mestre Glauber Ataíde, em que ele diz ali que Karl Marx sentenciava a questão da existência de Deus, a partir de uma crítica ao chamado argumento ontológico para a existência de Deus de Santo Anselmo Aosta, e Marx sentenciava, ao meu ver de forma superficial para não dizer demagógico bem ao gosto de quem ordinariamente aborda as questões sociais, que "todos os deuses existiram" e existiram, porque havia, qualifico eu, zé-povinho quem neles cresse.


Ora, eu vejo de quem aborda as questões sociais como Karl Marx uma pobreza filosófica, talvez há vários séculos passados marcadamente na Idade Média poder-se-ia dizer que há uma pobreza também teológica e espiritual nessa gente. Porque a resposta de Marx para a questão do divino é a mesmíssima resposta que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso deu ao jornalista Boris Casoy sobre se ele acreditava em Deus. Ora, FHC deu uma resposta de que se o povo brasileiro crê em Deus, então, ele crê, também. Porque, escrevo eu agora, vá lá que se toda essa gente crê, vai ver a que a coisa existe, sobretudo porque virá à existência o voto que essa gente deverá dar a mim, seria o raciocínio de quem lida com a questão social que é o que interessa para um sociólogo comum, e mais ainda, um político comum eleitoreiro como Fernando Henrique. Isto é de uma pobreza ímpar, esvazia a sociedade e com isso cada indivíduo de relevância impondo de uma vez por todas um reles senso comum e o que é pior a partir das coisas mais altas tal qual a questão teológica, a questão do divino. Tal coisa só resulta em tantos candidatos de direita ou de esquerda como Jair Messias Bolsonaro de joelhos recebendo uma bênção do bispo Edir Macedo ou Manuela d'Ávila recebendo a Eucaristia em uma Igreja Católica, ambos violando as suas consciências diante da religião ao participarem de celebrações religiosas talvez sem a menor convicção naquelas coisas, reféns do voto de uma multidão de crentes em tais coisas. É a apoteose da democracia, a ditadura da maioria, a abolição da consciência individual livre, crítica, verdadeiramente humana.

 

Karl Marx pouco abordou a questão do divino mesmo sendo o clássico imortal e absolutamente indispensável humanístico e sobre o capitalismo que ele é só para a partir da questão nada desprezível do Absoluto, Deus, relegar um social, um mundo e uma sociedade ordinários. Se Karl Marx, um clássico sobre o social, a economia e a política não pôde ou não quis brindar o mundo com uma abordagem teológica mais detida e profunda por enquanto ninguém mais o fará no que se refere aos clássicos sobre a sociedade, a economia e a política, a partir de uma questão, a mais temível que é a do divino, o teológico.


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