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quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Cristianismo com a cabeça no lugar

Autoria: João Emiliano Martins Neto


Em tempo eu mudei a descrição deste meu blog, não que a descrição anterior sobre a formação da sabedoria de minha autoria fosse ruim, acho que não era, mas mudei para uma descrição bem curta e direta que procura expressar a finalidade minha que é a de ser um cristão que procura ser um cristão praticante e com consciência cristã, isto é, com uma consciência humana iluminada pela fé. Mudei a descrição para "cristianismo com a cabeça no lugar". E, entendo cristianismo com a cabeça no lugar um cristianismo arraigado na fé em Deus e em tudo o que crê e ensina a Santa Igreja Católica Romana, porque reza-se no ato de fé que Deus não pode enganar e nem se enganar, até porque disse o Cristo Jesus que as portas do inferno não prevalecerão contra a Sua Igreja, palavras que são dignas de fé por óbvio, Deus mesmo as disse: "porta inferi non praevalebunt adversum eam" (São Mateus 16, 18). Ok, mas tudo isso tendo por isso mesmo a convicção de que a Igreja no que ensina os seus sagrados pastores até aos dias de hoje que passa pelo pós-Vaticano II, pastores que tiveram a convicção lá na época do mencionado Concílio Ecumênico Vaticano II de que, como em nenhum outro concílio ou encontro universal da Igreja, perceberam-se tal qual pastores, não mais meros juízes como outrora e bem sabem como nenhum outro membro em todo o orbe católico conduzir as ovelhas a pastagens verdejantes e não ao cadafalso simplesmente.


Os papas ao longo da História são sempre Pedro a falar-nos e a cada Papa subsequente, conforme eu vi no filme Dois Papas, corrigindo com a autoridade só a ele devida o seu predecessor e a conduzir soberanamente os fiéis do mundo todo a tais pastagens verdejantes. A Igreja, hoje, na pessoa do Papa Francisco não quer o veneno do proselitismo, ele chama assim com sua autoridade, de veneno, ao proselitismo que prejudica o ecumenismo, o diálogo com as demais religiões e tradições cristãs. Sendo assim, lendo em um site protestante achei interessante que um nota básica do cristianismo, segundo um teólogo protestante do referido site, é que o cristianismo é uma religião histórica, não está a reboque da boa vontade de homem algum incapaz de por si mesmo tomar a iniciativa em obedecer, "Deus est enim qui operatur in vobis et velle et perficere" (Filipenses 2, 13). Assim, foi consumada na cruz por Jesus Cristo Senhor quando Ele mesmo disse no madeiro que tudo estava consumado um pouco antes de expirar. Consummatum est (São João 19, 30). Sim, o Cristo claramente é o autor e consumador de nossa fé, diz o autor de Hebreus: "auctorem fidei et consummatorem" (Hebreus 12, 2). Um cristianismo com a cabeça no lugar incorpora as descobertas - até porque a verdade é filha do tempo e como dito, cada Papa com autoridade só a ele devida corrige o seu predecessor - à luz do que é o cristianismo para os seus filhos mais sinceros e espirituais de todas as denominações cristãs como a dos irmãos separados protestantes que foram incorporadas na reforma litúrgica levada a cabo por São Paulo VI Romano Pontífice de gloriosa memória em sua Missa Nova, Novus Ordo Missae. Tal descoberta de origem protestante é que a Santa Missa como um banquete, além de também manter-se de forma católica como um sacrifício ainda que incruento, mas também como a festa de uma comunidade que sabe-se salva por poder participar do sacramento do amor e da redenção que é a Eucaristia, como são festivas as celebrações dos protestantes, porque o véu do Templo rasgou-se de alto a baixo e por graça mediante a fé no mistério da Eucaristia o homem redimido pode ter acesso ao trono de graça para que recebamos misericórdia e encontremos o poder que nos socorre no momento de necessidade, "adeamus ergo cum fiducia ad thronum gratiæ ut misericordiam consequamur et gratiam inveniamus in auxilio oportuno" (Hebreus 4, 16).


Outra questão, a questão da justificação se é somente pela fé, sola fide, ou por fé e obras que eu vejo à maneira de uma pista para a identidade de um cristianismo lúcido, com a cabeça no lugar, que é esta questão da justificação que é o dedo na ferida que abriu-se como rasgo na túnica sem costura de Jesus no século XVI fruto do terrorismo teológico de uma Igreja Católica do passado que era mais um poder mundano do que a Igreja que se fosse, realmente, do Cristo deveria reconhecer que o reino de Cristo não é deste mundo, "regnum meum non est de mundo hoc" (São João 18, 36). Que boa obra pode ter feito o bom ladrão, o primeiro dos santos, São Dimas, que pregado no alto de sua cruz ao lado do Cristo fez ali preso na cruz a sua profissão de fé? Nenhuma obra mais ostensiva, contudo, movido primeiro interiormente no seu coração na direção do sagrado coração de Jesus ali ao lado dele apregoado também em um madeiro fez sua profissão de fé cristã e foi salvo, pois o Cristo prometera-lhe que naquele mesmo dia São Dimas estaria com Ele no paraíso, "dico tibi hodie mecum eris in paradiso" (São Lucas 23, 43). No limite, então, eis exposta a ferida da espinhosa questão da justificação, que só alguém com boa vontade levar a sério o cristianismo pode senti-la, se dá-se somente pela fé, sola fide ou por fé e obras? No limite sabe bem Deus, o Cristo Jesus, quais corações lhe são de fato intimamente inclinados, quem a Ele é sua ovelha ainda que invisível aos holofotes do mundo que os fariseus hipócritas bem sabem valer-se a tocarem trombetas diante de si mesmos, "noli tuba canere ante te sicut hypocritae faciunt" (São Mateus 6, 2). A justiça de Cristo é imputada, é infundida, é só por fé ou é por fé e obras? Eu defendo que a fé é imputada, a Bíblia Sagrada mesma usa tal termo (Romanos 4, 5, 9, 10, 11, 23, 24) e o termo justiça evidentemente que é um termo jurídico, forense, judiciário, porque nenhuma obra é exigida do ímpio que não trabalhou, mas simplesmente crê no Cristo e a sua fé é-lhe imputada na conta de justiça, conforme escreveu São Paulo com sua autoridade apostólica, "ei vero qui NON OPERATUR credenti autem in eum qui justificat impium REPUTATUR FIDES EJUS ad justitia".

 

O cristianismo é um assunto inesgotável, pois é a argamassa das sociedades do mundo, sobretudo no ocidente e no meu país, o Brasil, todavia, só para concluir eu não poderia deixar de falar de que por causa de maus cristãos, na pessoa destacadamente de seus líderes mercenários ou meramente burros ou hipócritas autoproclamados cristãos, a bandeira cristã no passado e até hoje foi e é usada para legitimar o status quo dos poderosos mais terríveis que no passado na Idade Média exploraram os pequenos com a cruel servidão, depois os potentados com a cruz no peito deram a desculpa ideológica para explorarem a escravidão nas colônias do Novo Mundo, marcadamente no Brasil que só foi abolir junto com a monarquia que sustentava a exploração do negro, a escravidão só foi abolida em quase fins do século XIX. Hoje um cristianismo deturpado é o ópio de um povo esmagado pela servidão assalariada, mais atualmente para piorar sem direitos trabalhistas, sem sindicatos, trabalhadores escravizados pelo sistema de uberização e em plena pandemia, tal qual outrora na Idade Média era o povo pobre camponês que mais morria das pestes e epidemias. Um cristianismo com a cabeça no lugar não pode deixar de ver a dor, o sofrimento, as lágrimas e as dificuldades do mesmo Cristo a padecer nos mais humildes e hoje doentes contaminados pela Covid-19 que não é nenhuma histeria coletiva a pandemia de Covid-19, conforme disse um energúmeno que é a aquele tal padre Paulo Ricardo de Azevedo Júnior, não é nenhuma histeria, mas uma catástrofe bem concreta e real na incapacidade de tantos e quantos pulmões incapazes de respirar o ar infecto pelo coronavírus do mundo atual, e é um genocídio perpetrado contra a civilização brasileira por um presidente, Jair Messias Bolsonaro, negacionista da Ciência ao lado de tal padre, ambos sem dúvida alguma têm nas mãos, em nome ou da burrice ou em nome dos poderosos que o elegeram, o sangue e as lágrimas de mais de 230 mil pessoas mortas no Brasil pelo novo coronavírus.

 

Um cristianismo relevante, interessante, com a cabeça no lugar passa por todas as considerações acima.

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