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sexta-feira, 21 de junho de 2013

Como a direita pode se aproveitar das atuais manifestações?

Por Luciano Ayan

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O MPL garante que o movimento deles é apartidário. Se é verdade, temos que testar a hipótese, demonstrando que tanto o pensamento de direita como o de esquerda tem vez junto com eles.

Claro que existe uma contradição que eles precisam resolver pois a descrição da página deles no Facebook diz o seguinte: “Movimento social autônomo, horizontal, independente e apartidário que luta por um transporte público gratuito e de qualidade, sem catracas e sem tarifa.”

Se é apartidário, por que então a proposta de “transporte gratuito” (usando o mito da passagem gratuita) atende aos partidos de esquerda? Mas, a título de argumentação, aceitemos, então, que eles são apartidários. Não como uma verdade, mas como uma hipótese a ser testada.

Neste caso, as demandas e manifestações devem atender tanto a anseios da direita como da esquerda. Pela quantidade de pessoas no movimento, já podemos claramente dizer que existem muitos bi-conceituais no movimento.

Um bi-conceitual, segundo George Lakoff, é uma pessoa que não se qualifica no todo de suas idéias como nem de esquerda e nem de direita, mas assume idéias de esquerda em algumas questões e idéias da direita em outras. 

(Atenção que isso não significa que alguém supera os paradigmas de direita e esquerda, pois ao qualificarmos alguém nas suas crenças políticas fundamentais, alguém terá que tomar partido entre crer ou não no estado)
Mas enfim, se temos os bi-conceituais (sejam de direita moderada ou esquerda moderada), temos pessoas no movimento que concordam conosco AO MENOS EM ALGUNS PONTOS.

Por exemplo, alguém pode pedir o transporte gratuito, pois não tem a menor noção de que a idéia de “passe grátis” é um mito. Mas essa pessoa pode ao mesmo tempo ser a favor da redução da maioridade penal. Este é um bi-conceitual, que, como já disse, é alguém que adota idéias da esquerda em algumas questões e idéias da direita em outras.

Então, retornemos ao racional: se o movimento é apartidário e cresceu tanto, então não temos apenas esquerdistas retintos por lá. Temos vários bi-conceituais no meio.

Um amigo fez um teste e entrou na comunidade MPL e sugeriu as seguintes manifestações:

  • Pela redução da maioridade penal
  • Pela rejeição à PEC 37
  • Pelo fim das tentativas de controle da mídia do governo federal
  • Contra a vinda de 6.000 médicos cubanos ao Brasil
  • Contra o politicamente correto
Para sua surpresa, ele obteve vários likes.
Em seguida, segundo nos conta, ele chamou pessoas de lá para o debate, de forma muito educada, dizendo: “Por que não lutamos pela concorrência entre empresas de transporte ao invés de redução da tarifa?”.

Claro que ainda existe uma maioria de esquerda na comunidade, mas eles estão receosos em tornar o movimento partidário, portanto eles não podem ostensivamente dizer “quem é de direita não pode participar”, principalmente se o participante da direita for educado.

Atenção para esta dica clara: ao adentrarem na comunidade MPL e chamarem o pessoal para o debate, a idéia é sempre sermos educados e polidos. Estamos nos focando na conquista da confiança dos bi-conceituais, ou até de alguns que tenham o perfil da direita por lá. Também estaremos nos focando a questionamentos incômodos para quem é da esquerda.

Quem tiver uma base teórica em von Mises, Hayek ou Friedman, nada de braçada por lá, pois a maioria não tem a menor noção dos resultados de suas demandas. No caso das rotinas de apologia ao crime, feitas pela esquerda, relembro de meus posts sobre as rotinas da bandidomania, que publiquei tempos atrás. Um esclarecimento educado e polido, sempre pautado no debate racional, pode gerar bons frutos.

Claro que se fosse uma comunidade partidária como Karl Marx Brasil, eu não recomendaria. Lá com certeza quem é da direita será tratado com selvageria, e provavelmente vai ser ridicularizado da mesma forma que eu faço com um esquerdista a aparecer por aqui.

Mas de novo é importante deixar claro que no caso da comunidade Movimento do Passe Livre, temos algumas variáveis, como a presença de muitos bi-conceituais no movimento e a luta atual para eles se venderem em público como apartidários. Então há uma chance de que sua participação seja bem aceita por lá, caso você seja educado, polido e não entre com tom de desafio.

Eles podem até ficar incomodados com a presença da direita, mas daí é só explicar-lhes que “se o movimento é apartidário, então a dicotomia esquerda-direita deve ser superada”.

Enfim, quem quiser entrar na comunidade, poderá fazer alguns testes importantes, ou ao menos lançar algumas minhocas nas cabeças transtornadas daquela garotada, permitindo, então, que alguns tenham alguma chance de fugir da doutrinação de esquerda.

Um amigo, Hélio, me indicou um texto de esquerdista que está odiando a participação da direita nas manifestações.

Em um deles, Carlos Carlos diz o seguinte:

[...] com o intuito de ser contra o neoliberalismo tacanho que ainda vemos correr solto pelo Brasil.. esse que extermina indígenas, enriquece empresas privadas em casos de serviços que deveriam ser “tarifa zero”, como é o caso do transporte, esse que  exclui o povo das periferias das grandes cidades, que mantém no poder malditos bancos e corporações estrangeiras e nacionais que continuam mamando na teta principalmente da população pobre, esse neoliberalismo/capitalismo que é totalmente contra um reajuste fiscal urgente onde os ricos paguem mais impostos do que os pobres
Diga-lhes que a realidade é exatamente a oposta. A tarifa zero não existe, pois o dinheiro não surge do nada. A conta sempre cai nas costas do cidadão pobre. Os bancos são aliados do governo petista, e se beneficiam de um cenário de altos impostos. Com menos impostos para os negócios, bancos menores teriam mais chances de competir com os maiores. Quanto mais taxação for feita sobre os negócios (e “os ricos”) mais isso é diretamente retornado nas costas da classe média.

[...] esse que faz de tudo para não democratizar e regulamentar a mídia pra que ela seja muito mais do que um espaço comercial de interesse de grandes corporações
A regulamentação da mídia é a colocação de grupos partidários fingindo ser “a sociedade” como representantes de um governo ditador. Com a mídia regulamentada, dificilmente teríamos uma cobertura decente dos eventos das manifestações.

[...] esse que é totalmente contra a reforma política no país
A tal “reforma política” é uma proposta do PT para aumentar o seu controle sobre o estado, e, então, ficar livre de dar qualquer resultado. Que tipo de manifestação é essa que só atende aos interesses de um governo tirânico?

Não foi o PT que detonou o Brasil. Pelo contrário, ele nasceu com base nos princípios contra as injustiças históricas, o velho colonialismo e a crítica à burguesia mesquinha. A atual crítica da esquerda ao PT, é justamente pelo fato do partido ter feito concessões demais aos neoliberais, esses mesmos que agora querem dizer que a culpa de tudo é do PT e do Lula. Não dêem ouvidos a esses aproveitadores. O maior problema sempre foi eles (os burgueses), e o problema do PT foi e está sendo a constante coligação com eles. Não se iludam.
O PT é um partido de esquerda puro-sangue, que, como sempre, usa um discurso de “apoio aos pobres”, tentando arrumar pretextos para inchar o estado e obter poder, e enfim fazer seu capitalismo de estado. Não existem “concessões” feitas pelo PT, mas planos estratégicos executados à risca. O PT não é o que detonou o Brasil, mas sim o pensamento de esquerda, presente desde os tempos de Getúlio, do governo militar, do governo FHC e do PT. É pela ausência de períodos históricos de livre mercado que o Brasil jamais produziu riqueza. Nos Estados Unidos, pessoas pobres vivem muito melhor que as pessoas de classe média aqui. Tudo por causa das idéias da direita. Ver vídeo abaixo, que pode ser divulgado para todos os frequentadores das redes sociais:



@
Para cada discurso ou rotina da esquerda, deve surgir uma refutação mostrando que a esquerda é culpada pelo péssimo nível de vida do cidadão pobre do Brasil.


Enquanto isso, deve-se dirigir aos bi-conceituais não para refutação, mas para um diálogo amigável demonstrando que se alguém quiser mudar o Brasil, deve fazer algo diferente. Isto é, pensar fora da caixa criada pela esquerda.

E então, que tal uma participação na comunidade dos manifestantes do MPL?

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