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sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Aristóteles, Platão, gêneros e espécies e a façanha existencial

"O Triunfo de Santo Tomás de Aquino"(1366-67), de Andrea da Firenze

João Emiliano Martins Neto: Lucas, eu li a postagem indicada na hiperligação que tu postastes supra, e, bom, se Martinho Lutero não era nominalista, apesar de ter indicado textualmente em algum lugar que ele era da "facção ockhamista" e nas Tischreden (Conversas à Mesa) é Lutero mesmo quem se indica como "terminista" ou o outro nome para nominalista.

Mas, ao contrário dos irmãos e amigos que em tua postagem comentaram, eu fico do lado de Aristóteles, porque se as coisas são apenas conhecidas, de fato, em um mundo a parte, o das ideias de Platão, então, cai-se na incognoscibilidade da coisa em si mesma de Immanuel Kant, por causa da crítica chamada de "Terceiro Homem" de Aristóteles contra a tal teoria platônica. O que é o Terceiro Homem? É que à ideia de cavalo, ou a "cavalidade" cuja cópia e sombra de tal ideia encontra-se neste mundo, no entanto, ao chegarmos n'outro mundo aonde estaria o tal ideal de cavalo lá mesmo já teremos a necessidade de um terceiro cavalo ou um terceiro homem, pois no mundo das ideias, segundo Aristóteles, teremos mesmo no mundo das ideias a sombra ou a cópia de cavalo que temos neste mundo e assim até ao infinito. Então, verdade: as coisas, as coleções: gêneros e espécies, conforme a resolução genial de santo Tomás de Aquino, inspirado em Aristóteles, temo-las neste mundo pelo conhecimento sensível ou in re nas coisas mesmas apreendidas pelos sentidos, temo-las na mente de Deus ou antem rem ou como que no "Livro da Vida", em termos bíblicos, e temo-las as tais coleções em nossa própria mente que é a ideia dos conceptualistas, isto é, post rem.

De todo o jeito, ao contrário do que pensam os protestantes e também poder-se-ia incluir os judeus e outros fora de Roma como os pagãos, os descrentes ou os gentios muçulmanos, em geral, sem o Evangelho e sem a Lei (Torá) é possível o homem ser salvo, como também concorda o Papa Francisco, com enorme dificuldade pode um homem fora de Roma e fora da sinagoga ser salvo, desde que tal homem siga os rigores de sua própria consciência aonde está inscrita a lei divina que é a lei natural, mas nesse caso o herege protestante, o cismático ortodoxo, o pérfido judeu, o ateu, o agnóstico, o pagão idólatra ou o herege sarraceno (muçulmano) terão uma grande dificuldade, eles hão de ser os autores de uma verdadeira façanha existencial.

Fonte: Área de comentários do blogue de Lucas Banzoli.

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